A Morte de Líbero Badaró e o Agravamento da Crise |
Os distúrbios cresceram com a morte do jornalista italiano Giovanni Baptista Líbero Badaró, fundador em São Paulo do Observador Constitucional, que refletia na Província, o clima tempestuoso que irradiava da Corte. Os acontecimentos se precipitavam. Os componentes do Partido Português exigiam, cada vez mais, o imperador sem as Câmaras.
Em dezembro de 1830 o jornalista Borges da Fonseca escrevia (...) "O Brasil quer ser monárquico-constitucional e jamais sofrerá que um ladrão coroado se sente no trono que a Nação ergueu para assento de um monarca constitucional".
Em fevereiro de 1831, o imperador visitou Minas Gerais. Ao chegar em Barbacena e em outras cidades da Província, por concidência ou não, os sinos repicavam o toque de finados pela morte de Líbero Badaró. Parte da população hostilizava o imperador havendo até quem murmurasse que (...) "quando sai das vilas, leva pedradas as casas em habitou e têm sido assobiados alguns dos que mais o obsequiaram." A situação chegara a tal ponto que, segundo o historiador inglês John Armitage, (...) "bastava alguém aceitar cargo no Governo para ficar impopular."
D. Pedro I retornou ao Rio de Janeiro a 11 de março encontrando a oposição nas ruas, tomando espaços, contestando. Os conflitos culminaram na noite de domingo, 13, quando um grupo mais exaltado atacou casas dos "pés de chumbo" - portugueses, que responderam jogando garrafas num episódio que ficou conhecido como Noite das Garrafadas.
O imperador, pressionado por toda a situação - após um manifesto redigido por vinte e três deputados e pelo senador Vergueiro - nomeou, a 19 de março, um novo ministério formado por políticos mais liberais. Entretanto, a oposição não cessou. No dia 25 de março, comparecendo à cerimônia de comemoração do sétimo aniversário da Constituição Imperial, D. Pedro I ouviu gritos de "Viva o imperador enquanto constitucional" e "Viva D. Pedro II." |