Sou Raianne Coelho, professora de Ensino Fundamental – Anos Iniciais na rede municipal do Rio. Estou na área da Educação desde os tempos de normalista, no CE Heitor Lira, quando descobri a paixão de ensinar.
Formei-me pedagoga pela Universidade Estácio de Sá (Unesa) em 2017. Fui professora substituta por três anos na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.
Para me especializar, estou cursando a Faculdade de Língua Portuguesa-Libras da Unesa, onde sou pós-graduanda em Libras-Braille.
Também fiz cursos voltados à alfabetização na área da Educação de Surdos a fim de tornar real a inclusão na nossa educação carioca.
Acreditar na aprendizagem da leitura e da escrita pela prática é levar para dentro da escola a variedade textual existente fora dela. A educadora Magda Soares afirma que “a sociedade atual, extremamente grafocêntrica, isto é, centrada na escrita, exige também o saber utilizar a linguagem escrita nas situações em que esta é necessária, lendo e produzindo textos com competência” (SOARES, 2005).
Pautada nesta ideia e objetivando estimular em sala de aula a leitura e a escrita de diferentes gêneros textuais em circulação social, elaborei o projeto Escritores do Futuro.
Semanalmente, desenvolvia com a turma práticas de escrita individual, quando me colocava como mediadora no processo de elaboração do gênero textual escolhido.
Iniciávamos a escrita a partir de reflexões sobre a finalidade e o gênero do texto que iríamos produzir. Aos poucos os estudantes eram encorajados a produzir os próprios textos.
As produções individuais eram arquivadas em uma pasta-portfólio junto com uma ficha de avaliação, onde eram sinalizadas as habilidades desenvolvidas pelos estudantes ao longo do bimestre. O portfólio e a ficha de avaliação individualizada foram importantes ferramentas de avaliação pedagógica, possibilitando aos próprios estudantes e a seus responsáveis o acompanhamento do seu desempenho escolar. Em ambos havia informações sobre o que os alunos já dominavam, o que auxiliava a apreensão do que ainda precisava ser aprendido.
O exercício de escrita semanal culminou na produção coletiva de livros. Para essa ação, dividi a turma em grupos, dos quais selecionei os “escribas”, ou seja, os encarregados de fazer os textos.
Antes de iniciar a atividade, reuni-me com as equipes para mediar a escolha do título, dos personagens principais, do enredo, entre outros aspectos, sempre valorizando e incentivando a autonomia e o protagonismo infantil.
Fizemos revisões coletivas promovendo reflexões sobre o sistema alfabético de escrita. Concluída a etapa escrita, os estudantes ilustraram a história e montaram o livro. Cada grupo apresentou sua produção às demais equipes e a outras turmas da escola.
O trabalho com portfólio de gêneros textuais, fichas de avaliação individual e produção de livros ajudou os alunos a avaliarem o próprio trabalho e desempenho e a consolidarem seu caminho de aprendizagem.
Essas atividades encorajam o aprendizado centrado no educando e são aperfeiçoadas por alunos, professores e família ao longo de todo o processo de ensino.
Esses exercícios conduzem o educando a refletir sobre suas experiências, analisando os trabalhos realizados, o que possibilita a definição de objetivos para o aprendizado com o professor.
Desenvolver este projeto contribuiu muito para a minha formação docente, pois consegui rever, alinhar e traçar novas rotas à minha prática durante o percurso.