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Boas Práticas
Educação das Relações Étnico-Raciais
Nossas Cores
Informações
Relato
Resultados Observados
TEMÁTICA SELECIONADA
  • Práticas de educação das relações étnico-raciais
UNIDADE DE ENSINO
EM Professora Maria de Cerqueira E Silva - 4ª CRE
Rua Leopoldo Bulhões 800 - Benfica
AUTOR(ES)
Marco Aurélio e as turmas 1303 e 1304
Meu nome é Marco Aurélio da Conceição Correa. Sou pedagogo, escritor e pesquisador. Leciono na rede de escolas da Prefeitura do Rio e faço doutorado em Educação pelo Programa de Pós-Graduação (ProPEd) em Educação da Uerj. Fiz o curso de especialização em Ensino de História da África pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura (PROPGPEC) do Colégio Pedro II e sou autor dos livros Cinemas afro-atlânticos e Necropoéticas e outras histórias.
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR
PEF anos iniciais
ANOS/GRUPAMENTOS ENVOLVIDOS
3º ano
OBJETIVOS
O principal objetivo da prática Nossas Cores foi conversar com as crianças sobre os diferentes tons de pele que nos compõem, diluindo, assim, o imaginário histórico que associa a palavra negra a uma suposta inferioridade. A oportunidade de autoidentificação partiu da proposta de levar a criança a refletir sobre o próprio tom de pele ao associá-lo a uma cor de lápis de cor e a uma palavra que o representasse. Com os resultados desse censo improvisado, alguns contrastes e semelhanças puderam ser identificados, o que resultou em mais conteúdo para as conversas sobre as nossas cores.
HABILIDADES
3º ano - História - Identificar os fatores capazes de aproximar e afastar pessoas de diferentes grupos sociais, nos espaços que frequentam em seu cotidiano
3º ano - Matemática - Ler dados expressos em tabelas simples e em gráficos de colunas simples.
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Agosto/2022 até Agosto/2022

É evidente que a grande maioria das turmas de nossa rede pública não é formada majoritariamente por crianças brancas, e isso faz com que muitas delas não se sintam tranquilas em se assumir negras. Com relação ao público envolvido na atividade – um 3º ano com idades entre 8 e 10 anos –, percebi dificuldade nas crianças em lidar com alguns termos, por causa do senso comum que impede que adultos superem tabus como discutir relações raciais.

Nossa metodologia se baseou em conversas, por meio das quais as crianças apresentavam suas impressões sobre os diferentes tons de suas peles, o que fez com que o tema do racismo aflorasse. Nesse momento, foi preciso que eu fizesse algumas breves intervenções com o objetivo de elucidar algumas questões e mediar diferentes impressões.

Na nossa prática, as crianças escolhiam, por conta própria, um lápis de cor tons de pele que mais as representasse e atribuíam um nome a essa cor. Foi quando percebi que muitas delas haviam tido dificuldade de selecionar o lápis de cor e criar um nome para a cor. Algumas haviam escolhido tons visivelmente menos retintos que os de sua pele, o que não impediu que o contrário também acontecesse, mesmo que em menor escala.

Então, produzimos coletivamente um gráfico que apresentava os resultados de nossa prática a partir de perguntas disparadoras do professor. Neste momento, foi possível trabalhar questões sociais e relações raciais e, ao mesmo tempo, desenvolver a prática da leitura de informações de um gráfico e as habilidades matemáticas associadas a essa prática.

O gráfico foi afixado na parede de um corredor da escola para que toda a comunidade escolar pudesse analisá-lo. Registros da atividade foram compartilhados nos grupos de mensagens das turmas e nas redes sociais da escola, ampliando, assim, ainda mais o alcance da atividade.

A proposta está em sintonia com o projeto político-pedagógico da escola de uma educação antirracista e foi replicada por outros professores.

Nossa proposta foi uma reflexão introdutória sobre como a cor de nossas peles pode afetar nossos cotidianos. Apesar de ser um assunto abordado constantemente nos materiais didáticos da rede e nas literaturas ofertadas por mim, muitas crianças aparentaram nunca ter refletido profundamente sobre essas questões. A indecisão na hora de escolher uma cor e a decisão de escolher tons menos retintos do que os tons de suas peles aparentam ser uma recusa em se associar a tons “mais negros”. A intenção da atividade não foi impor negritude a nenhuma criança, mas sim provocar uma reflexão sobre essa diversidade de tons e como o racismo afeta pessoas de um tom de pele específico.
Registros
IMAGENS
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