O Projeto Pequenos Escritores tem por objetivo principal promover a ressignificação do universo da escrita.
Neste projeto, os alunos são inseridos em uma didática do texto que não prevê somente uma nota atribuída ao final do bimestre, mas sim o percurso percorrido pelos alunos após as etapas de produção textual. Por terem ciência de que as produções em sala estarão disponíveis para a comunidade, os alunos sentem-se verdadeiramente motivados em participar do processo de criação e não sentem a tarefa de escrita e revisão do próprio texto como algo enfadonho.
Quando os textos dos alunos ganham visibilidade para além da sala de aula, observamos como o trabalho com a escrita criativa pode trazer mudança de comportamento, promovendo autonomia. E isso se reflete, invariavelmente, na autoestima dos alunos.
Dentre as dez competências gerais estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), figuram como eixos relevantes o exercício do protagonismo, através da autoria na vida pessoal e coletiva, e a participação em práticas diversificadas da produção artístico-cultural. Dentro deste viés, implementamos, em nossa escola, o Projeto “Pequenos Escritores”. Nele, alunos dos anos finais do Ensino Fundamental produzem textos que são compartilhados com a comunidade escolar em evento de culminância dos trabalhos.
Consta, como habilidade indicada pela BNCC (EF69LP51), em todos os anos finais do ensino fundamental, o trabalho com o fazer textual, em que estão previstas as etapas de planejamento, revisão e reescrita. Sendo assim, a escrita deve ser vista como um ato de construção, em que seu processo de aprimoramento ocorre de modo contínuo.
Para desenvolver proficiência na escrita e contribuir para a segurança linguística dos alunos, concebemos o ensino da prática textual como um meio processual, em que estão previstos os seguintes passos: planejamento, produção, revisão e refacção. Sendo imperativo, portanto, perceber o evento de escritura como uma construção.
A metodologia do trabalho feito em sala contou com as seguintes etapas: círculos de leitura voltados para a temática da infância e para o gênero textual poema (alguns autores abordados em sala: Pedro Bandeira, Ruth Rocha, Roseana Murray, Jose Paulo Paes, Manoel de Barros, dentre outros); bingo de rimas e jogos coletivos e oficinas de poesia de onde surgiram as primeiras versões dos textos.
A prática da produção e da refacção textual em sala, prevendo o engajamento dos alunos nos processos de planejamento, escrita, revisão/ reescrita contribuiu para um trabalho colaborativo, fazendo com que os alunos percebessem a atividade escrita como atividade processual e que pudessem ainda encontrar motivação para aprimorar o próprio texto, uma vez que estes seriam expostos em evento de culminância da Feira Literária que ocorre todos os anos, com o lançamento de um livro de poemas.
O trabalho com a práticas de linguagem em sala de aula deve ser aquele que se propõe a oferecer ao aluno maior agenciamento sobre seu fazer textual. Nesse sentido, o professor será a figura que vai, de modo dialógico, discutir os caminhos possíveis para que o aluno compreenda o processo de revisão e refacção de seu texto como uma tarefa importante em seu projeto de dizer.
Por fim, o trabalho desenvolvido contemplou as seguintes habilidades propostas pela Rede em todos os anos finais do Ensino Fundamental:
Reconhecer as estruturas de textos em prosa e em versos;
Produzir textos individual ou coletivamente de acordo com as condições de produção
Valorizar a Literatura em sua diversidade cultural como patrimônio artístico da humanidade
Planejar a escrita do texto, levando em conta a finalidade e a circulação
Produzir textos com linguagem, estrutura e elementos próprios dos textos em versos
Realizar o processo de revisão dos textos, ve
O projeto Pequenos Escritores trouxe um impacto positivo para a dinâmica da sala de aula, pois ao exercitar a prática da escrita criativa, tivemos uma ressignificação de como o aluno encara a tarefa da produção textual.
Anteriormente a mentalidade dos alunos perante a tarefa de produção escrita seguia o seguinte raciocínio: cumprir objetivos de aspectos gramaticais e alcançar os objetivos discursivos propostos pelo professor, para assim conseguir uma boa nota, encerrando-se nela sua relação com a tarefa de escrever textos.
Com o desenvolvimento do projeto, os alunos se mostraram engajados e dispostos a participar da Feira Literária promovida pela escola. Isto se deve ao fato de estarem expostos a práticas que valorizam a autoria e o exercício da criatividade, com trabalhos que podem ser compartilhados alunos da escola ou até mesmo com a comunidade escolar. Isto é, escrever deixou de ser uma tarefa meramente avaliativa para se tornar uma oportunidade de desenvolver o protagonismo.