A contextualização do tema provoca a apresentação de algumas questões. O artigo 6º de nossa Constituição, dentre os direitos sociais, aponta o direito ao lazer. Dessa maneira, como pode ser reconhecido o direito ao lazer para indivíduos em situação de vulnerabilidade econômica que se encontram como estudantes de nossa escola? Como a busca pelo lazer pode interferir de maneira positiva na qualidade de vida? Como pode ser proposto a inclusão de práticas corporais nos momentos de lazer? E como pode ser apontado o lazer?
As proposições em aulas foram e seguem sendo feitas através de práticas de caminhadas de pequenas distâncias, em torno de um quilômetro. Após estas práticas, rodas de conversa apresentando a ideia de lazer, do lazer como direito constitucional, das diferentes possibilidades de lazer. Ainda são feitos levantamentos, nas conversas das diferentes realidades encontradas entre os/as estudantes sobre como e/ou se vivenciam o lazer.
Nos primeiros encontros do corrente ano de 2023, entre a diagnose feita durante as aulas de Educação Física escolar, durante conversas foi feito levantamento sobre se os/as estudantes tinham tempo livre disponível e em caso positivo de qual/quais maneira/s aproveitavam este momento?
Posteriormente foi levada para as turmas a ideia de lazer, como direito constitucional.
Entre algumas práticas educativas ao longo do trimestre, é proposto a caminhada nas cercanias de onde se localiza o Centro Municipal de Referência de Educação de Jovens e Adultos (CREJA), com o monitoramento de um aplicativo de celular para termos noção da distância percorrida e do tempo.
Ao retornarmos para a escola, realizamos rodas de conversa para desdobrarmos outras possibilidades de práticas corporais, e dicas para caminhada de maneira a dar ênfase à consciência corporal durante a prática. Durante os momentos de conversas os/as estudantes são estimulados/as a criar horas vagas em alguns de seus dias na semana para a prática de movimentos corporais. Nesses momentos como troca eles/elas expõem as dificuldades de encontrar tempo livre disponível por conta de seus cotidianos.
É possível perceber neste processo interesses por parte dos/das estudantes em informar as práticas corporais que andam fazendo fora do ambiente escolar, em tempos livres disponíveis. Uma parte demonstra também interesse pela prática da caminhada, no tempo de aula, uma vez que questionam quando serão as próximas que faremos, inclusive dando sugestões de itinerários.
Por fim é possível também perceber uma maior percepção do lazer como direito, embora exista uma dificuldade de encontrar momentos para colocar em prática este direito constitucional.
Desenvolver a integração e a inserção de todos os alunos nas práticas corporais adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade.
Identificar as diferentes formas de usufruir seu tempo de lazer.
É possível perceber neste processo interesses por parte dos/das estudantes em informar as práticas corporais que andam fazendo fora do ambiente escolar, em tempos livre disponíveis. Uma parte demonstra também interesse pela prática da caminhada, no tempo de aula, uma vez que questionam quando serão as próximas que faremos, inclusive dando sugestões de itinerários. Por fim é possível também perceber uma maior percepção do lazer como direito, embora exista uma dificuldade de encontrar momentos para colocar em prática este direito constitucional.
Num espaço escolar onde a diversidade encontrada nas turmas de Educação de Jovens e Adultos, os/as trabalhadores/as dividem espaço com aposentados/as, autônomos/as, desempregados/as, em busca de seus objetivos. O tempo é algo muito valioso para estes estudantes, que precisam se dividir entre tarefas domésticas, tarefas que lhe proporcionem o sustento econômico e a tarefa de conclusão do ensino fundamental. Na busca pelo resgate do direito negado em algum momento desses cotidianos discentes, em rodas de conversa é possível identificar que podem resgatar outros direitos negados em vários momentos de suas vidas, como o direito ao lazer, por exemplo. E é através da proposta de uma das tantas possibilidades de movimentações corporais que é apresentado aos estudantes a caminhada, como oportunidade de encontrar tempo para o lazer.