Os alunos do 7º e 9 º anos da unidade escolar foram orientados a produzir debates orais regrados e seminários sobre assuntos relacionados à sociedade. As turmas foram divididas em grupos e cada grupo tratou de um tema específico.
Com a ajuda do professor de Língua Portuguesa e do mediador (entende-se mediador aqui como o professor de outra disciplina que também auxilia o grupo), os alunos foram orientados a realizar pesquisas, produzir relatórios, confrontar informações e investigar contextos históricos, entre outras possibilidades.
Durante o período de preparação, utilizamos a consciência metatextual, que é um tipo de atividade metalinguística segundo a qual o estudante toma como objeto de reflexão e análise o texto, através de um monitoramento das propriedades que o configuram.
Aliado a essa prática, todo um processo de letramento racial foi trabalhado com o grupo de alunos e várias habilidades desenvolvidas, como por exemplo:
O projeto político-pedagógico da E.M. Embaixador Barros Hurtado estabelece em sua estrutura que: “a compreensão das várias formas de comunicação e as releituras feitas no cotidiano como forma de dominação, opressão e resistência precisarão ser ressignificadas a partir de uma visão decolonial.”
A decisão acordada entre gestão da escola e docentes de trabalhar as relações étnico-raciais não significou apenas transformá-las em conteúdo escolar ou temas transversais, mas torná-las um processo do cotidiano.
Com isso, percebemos que os alunos assumiram uma sensação de pertencimento em relação ao espaço escolar, com a queda da incidência de conflitos entre eles e um progresso na assimilação de conceitos formais.
Além disso, num universo em que quase todos os estudantes são negros e pardos, 69% deles preferem ter seus cabelos naturais. A intolerância religiosa tem sido sempre combatida por eles e os alunos brancos entendem suas condições no processo. O letramento racial trouxe às aulas questionamentos e reflexões que extrapolam conteúdos.
Identificamos, por fim, um outro olhar por parte da comunidade externa que percebe a escola como lugar de esperança para seus filhos.