A equipe elaborou um encontro junto com os professores da Educação Infantil, conforme solicitação da direção e da coordenação pedagógica. A demanda surgiu devido à dificuldade dos professores, diante dos desafios do trabalho no pós-pandemia. Utilizamos a metodologia de Roda de Conversa cujo conteúdo referiu-se a: retorno pós-pandemia, relações de trabalho com os atores do universo escolar e a necessidade de dar conta de todas as cobranças. Iniciamos com perguntas disparadoras para reflexão em torno dos desafios no trabalho, sendo elas: - Como era o grupo antes da pandemia? - Como está o grupo hoje? - O que te levou a ser professor/professora? Esse foi o momento onde a palavra circulou entre as participantes. Ao final a equipe leu uma poesia sobre a potência das palavras no ato de educar, utilizando ainda algumas falas das participantes quando questionadas sobre "O que é ser professor?", que será descrita abaixo. O grupo contou com a presença de 14 professoras.
O que é ser professor? “O que é escola? O que é? ‘É uma ilha cercada de gente por todos os lados’ (Paulo Freire). Tem professor? É, o professor é uma ilha cercado de alunos por todos os lados. Mas tem funcionários, responsáveis, os alunos... E algumas escolas ainda têm que lidar com ‘empresários’ da região. Tiroteios, ameaças, violência... Tem violência na escola? Tem! E onde não tem? Onde começa a violência? Onde começa? Onde? Está na palavra? Nas ações? Nos palavrões? Será que a palavra em si, mesmo sendo palavrão, já é violência? Será? Será? Será? Ah, as palavras! O que são? As palavras são entidades mágicas, Potências feiticeiras, Poderes bruxos que despertam os mundos que jazem dentro dos nossos corpos! O corpo é o lugar fantástico onde mora, adormecido, um universo inteiro… tudo adormecido. ‘O que vai acordar é aquilo que a Palavra vai chamar’. (Rubem Alves) Chama! Desperta! Educa! E a escola? E os alunos? E o professor? E os responsáveis? Todo mundo convivendo na escola... É possível? É possível? É? Projetos humanos são construídos em rede. Nunca sozinhos! Mas a rede está um pouco desgastada, é verdade. Mas é possível! É difícil! E lembrando: Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor assim, não morre jamais”.
ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. 6ª
ed. Campinas: Papirus, 2000.
FREIRE, Paulo. A escola, Nova Escola,
Nº 163, Jun-Jul,2003.