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Projeto de fachada da Câmara Municipal e da Cadeia de Vila Rica, c. 1784. A instalação de aparatos legais, jurídicos e administrativos foi fundamental para assegurar a autoridade da Coroa na região mineradora. Domínio público, Arquivo Nacional de Lisboa

Tornava-se urgente confirmar a autoridade real na região que estava se formando, por meio de medidas que garantissem a arrecadação dos tributos e a organização do povoamento das Minas. Isso implicava estabelecer regras para enfrentar o contrabando, garantindo o recebimento dos tributos que a Coroa considerava seus, assim como transformar os acampamentos em núcleos urbanos capazes de abrigar o aparelho burocrático composto por administração e justiça.

Essas medidas visavam subordinar mais diretamente a região mineradora ao centro de decisão metropolitano, assegurando o que a Coroa entendia como sendo "lei e ordem".

Com o fim do conflito dos Emboabas, a criação da capitania real de São Paulo e Minas do Ouro, em 1709, desmembrada da capitania do Rio de Janeiro, era uma tentativa de integrar a região das Minas à administração colonial controlada pela metrópole portuguesa.

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Vila Rica (Ouro Preto), onde novo levante, ocorrido em 1720, acabou desmembrando a capitania de São Paulo e das Minas de Ouro. Detalhe de óleo sobre tela (36,5 x 96,8 cm) de Arnaud Julien Palliàre, c. 1820. Domínio público, Museu da Inconfidência 

O governador dessa capitania real, Antônio de Albuquerque, foi designado diretamente por Lisboa e investido de plenos poderes pelo rei, em 9 de novembro de 1709. Iniciava-se o controle efetivo da atividade aurífera pelas autoridades reais portuguesas.

Cabia ao governador a responsabilidade de ordenar melhor a população, fundando vilas, e de neutralizar eventuais conflitos, aplicando medidas punitivas.