Influenciados pelas ideias difundidas pelas lojas maçônicas, pelos liberais emigrados, principalmente em Londres, os portugueses criticavam e questionavam a permanência da corte no Rio de Janeiro. O momento era favorável à eclosão de um movimento liberal.
Em 1817, Gomes Freire de Andrade, que ocupava posição de destaque na maçonaria, liderou uma revolta para derrubar Lord Beresford e implantar um regime republicano em Portugal. A descoberta do movimento e a confirmação de sua ligação com a maçonaria desencadeou uma grande perseguição aos maçons, culminando com a proibição das sociedades secretas por D. João VI, em 1818, não só em Portugal como também no Brasil. Os portugueses sofriam, ainda, a influência dos movimentos havidos na Espanha, que já aprovara uma Constituição em 1812 e onde, em inícios de 1820, ocorrera uma revolução liberal.
No dia 24 de agosto de 1820 começou, na cidade do Porto, um movimento liberal que logo se espalhou por outras cidades, consolidando-se com a adesão de Lisboa. Não houve resistência. Iniciada pela tropa irritada com a falta de pagamento e por comerciantes descontentes, conseguiu o apoio de quase todas as camadas sociais: Clero, Nobreza e Exército. A junta governativa de Lord Beresford foi substituída por uma junta provisória, que convocou as Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa para elaborar uma Constituição para Portugal. Enquanto a Carta estava sendo feita, entrou em vigor uma Constituição provisória, que seguia o modelo espanhol.
A revolução vitoriosa, que ficaria conhecida como a Revolução do Porto, exigia o retorno da corte, visto como forma de "restaurar a dignidade metropolitana", o estabelecimento, em Portugal, de uma monarquia constitucional e a restauração da exclusividade de comércio com o Brasil.