A oposição ao governo de D. Pedro I, localizada especialmente na imprensa e na Câmara dos Deputados, intensificou-se a partir da morte de D. João VI, ocorrida no dia 10 de março de 1826. O problema da sucessão ao trono português, entretanto, já existia, pois D. Pedro era o herdeiro legítimo e, assim, era o imperador do Brasil, situação que poderia gerar a união de duas Coroas sob o mesmo soberano. Isso não agradava a Portugal, que via nessa possibilidade seu progressivo enfraquecimento. Para o Brasil, poderia significar prejuízos à sua emancipação política.
A Inglaterra também via com preocupação essa possibilidade, pois se a Coroa portuguesa, por desistência de D. Pedro, ficasse com seu irmão, D. Miguel, ocorreria uma aproximação de Portugal com a Santa Aliança, o que de modo algum agradaria ao governo inglês. Sabia-se também que o príncipe D. Miguel tinha tendências absolutistas. O governo brasileiro estava atento para evitar medidas que privassem D. Pedro de seus direitos hereditários.
O ministro George Canning – secretário das Relações Exteriores do governo britânico –, presente em diversas negociações diplomáticas que envolveram o Brasil naquele período, chegou a propor que a sucessão monárquica, obedecendo às tradições, recaísse sobre o primogênito. O rei moraria alternadamente no Brasil e em Portugal, conservando as duas coroas sobre sua cabeça.
Outra sugestão levantada foi a de que um dos filhos de D. Pedro I herdasse a Coroa lusa. Como nenhuma solução foi acordada, a questão da sucessão foi deixada provisoriamente de lado e D. Pedro conservou os seus direitos intactos.