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Na época, Paris era um ícone da cultura e do avanço científico e tecnológico, fonte de inspiração da imagem civilizada que o Brasil queria transmitir, como contraponto à suposta anarquia dos países platinos. Wikimedia Commons

O Brasil, após a emancipação política, caminhara no sentido de erguer um Estado soberano, capaz de fazer parte do "conjunto de nações civilizadas" do qual a Inglaterra e a França eram exemplos significativos. Em meados do século XIX, com a monarquia já consolidada e com um Executivo forte, responsável pela garantia da ordem política e social, o Estado brasileiro sentia-se diferente dos demais Estados da América Latina, que, após a emancipação, haviam se transformado em Repúblicas.

D. Pedro II investiu na construção dessa imagem civilizada do país no exterior. Foi com essa intenção que, desde 1862, o Brasil participou das exposições universais realizadas em cidades como Londres, Paris, Viena, Amsterdã, entre outras. O Imperador chegava a cuidar pessoalmente do que seria exibido como o "melhor" do país, nessas ocasiões. Esse esforço tinha o objetivo de veicular a ideia de um Brasil moderno e cosmopolita, em substituição à imagem de ser um país "distante, agrícola e apoiado na força do trabalho escravo". Assim, o Império entendia-se "civilizado", em contraste com os demais Estados americanos, que, por terem adotado a República, revelavam a "barbárie", "a anarquia", o "caudilhismo".