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Desafios e oportunidades organizacionais e tecnológicas na área de produção audiovisual
20 Outubro 2016 | Por Eduardo Meirelles
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Desde a sua fundação, no ano de 1993, a MultiRio, vinculada à Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, vem lidando com os desafios de pesquisar, produzir e distribuir produtos e desenvolver projetos educativo-culturais que apoiam alunos, professores e responsáveis, com o compromisso de educar e formar cidadãos conscientes.

Até o ano de 2010, a Empresa contava com um parque tecnológico audiovisual predominantemente analógico – ilhas de edição, estúdios, sonorização, controle mestre, unidades portáteis (UPs) e sistemas de apoio operacional e de manutenção. Após mais de 15 anos de uso intenso, a qualidade e a confiabilidade daqueles equipamentos ficaram comprometidas pelo desgaste, além da obsolescência de alguns.

Os investimentos em aquisições e manutenções pontuais já não produziam o necessário impacto tecnológico na infraestrutura técnica. Tornou-se imprescindível, portanto, um projeto amplo e robusto de atualização tecnológica dos equipamentos, sem o risco da obsolescência a curto prazo.

Em 2012, a MultiRio passou a operar com a tecnologia digital proporcionada principalmente pelo Merp (Media Enterprise Resource Planing), chamado na Empresa de plataforma digital, composta de funcionalidades de processamento, automação e transmissão dos conteúdos, atendendo as demandas de digitalização, visionamento, decupagem, documentação, pesquisa, controle e exibição das produções audiovisuais. As ilhas de edição e de sonorização também foram modernizadas de acordo com o padrão de edição não-linear vigente.

Ilustração: Daniel Og

 

Para a implantação e operação dos sistemas adquiridos, foi necessária a integração das equipes operacionais de TV e de TI, que passaram a ser responsáveis, em conjunto, pelos sistemas de ingest, gerenciamento de conteúdos, armazenamento e transmissão das produções. O desafio da Gerência de TV dizia respeito à revisão dos seus próprios processos, adaptando-os ao universo essencialmente digital, enquanto a Gerência de TI – até então voltada principalmente às atividades de administração técnica do website da Empresa, desenvolvimento de sistemas administrativos e suporte de informática aos usuários – passaria a lidar com hardwares e softwares relacionados ao parque técnico da produção audiovisual, desde a captação de imagens até o sistema de gerenciamento e transmissão de conteúdos, uma novidade para a Gerência. O comprometimento e a sintonia dessas equipes com a nova realidade técnica – que exigia compartilhamento de conhecimentos e ações – foi fundamental para o sucesso da implantação da nova infraestrutura digital e, também, para manutenção e aprimoramento dos sistemas.

Contudo, a mudança dos meios de produção audiovisual não se restringiu à redefinição de aspectos técnicos, envolvendo também a integração multidisciplinar de outras equipes e áreas de conhecimento. Assim, tão desafiador quanto a implementação dos novos sistemas foi a reestruturação dos fluxos de processos organizacionais de geração, documentação, transmissão e armazenamento das produções de TV, Web TV e Web Rádio junto às equipes de produção, captação, edição, transmissão e documentação. O desafio, ainda em andamento, contemplou atividades relacionadas a:

• entendimento dos fluxos de produção e operacionais de cada área;
• otimização, correlação e, sempre que possível, padronização dos processos organizacionais;
• identificação de obstáculos nos fluxos interfuncionais;
• adaptação entre os processos organizacionais e as funcionalidades da plataforma digital;
• descoberta de novas possibilidades proporcionadas pelas tecnologias digitais.

Um grupo de trabalho foi constituído com a intenção de garantir o cumprimento, a continuidade e o sucesso da reestruturação dos processos de negócio, ponta a ponta, identificando os fatos e dados que impactavam os processos de produção em cada uma das suas etapas.

Essa (r)evolução na área da produção audiovisual representa o início de uma mudança ainda maior, não somente pelas cada vez maiores demandas de qualidade técnica, mas também em função da necessidade de atualização dos profissionais, que passam a ter em mãos novas possibilidades de criação, produção e distribuição de produtos audiovisuais.

 

Texto de palestra apresentada no evento Conexão TIC: Indústria do Audiovisual, promovido pelo Sistema Firjan, em setembro de 2016.

Eduardo Meirelles é especialista em Gestão Estratégica e Tecnologia da Informação.

 
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