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E.M. Tobias Barreto é destaque na Prova Brasil nos anos iniciais do Ensino Fundamental
23 Outubro 2017 | Por Fernanda Fernandes
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Kelly Cristina da Silva (à esquerda), diretora-adjunta, e Andréa Hallier Mendes, diretora da E.M. Tobias Barreto (Foto: Alberto Jacob Filho)

A E.M. Tobias Barreto (3ª CRE), no Encantado, está entre as 31 escolas públicas brasileiras do primeiro ciclo do Ensino Fundamental com alunos de baixo nível socioeconômico que mantiveram a excelência do ensino ao longo de três edições consecutivas (2011, 2013 e 2015) da Prova Brasil, segundo revelou uma pesquisa feita pela Fundação Lemann, Instituto Credit Suisse Hedging-Griffo e Itaú BBA.

A Prova Brasil é um exame aplicado a alunos do 5º e do 9º anos da rede pública de ensino para avaliar seus conhecimentos em Matemática e Língua Portuguesa. O resultado do desempenho é um dos componentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Com 11 turmas do 1º ao 6º ano – cerca de 330 alunos – em turno único (7h30 às 14h30), a E.M. Tobias Barreto é reconhecida por sua qualidade, não conseguindo atender a procura de todos os interessados por vagas. Mas nem sempre foi assim. Segundo a diretora Andréa Hallier de Souza Mendes, foi uma avaliação negativa em um site que reunia informações sobre diversas escolas que incentivou ainda mais a equipe e levou a unidade a um movimento de transformação. “Lemos que nossa escola não era de qualidade, que a nota no Ideb era ruim, e isso mexeu conosco. Tornou-se, então, um desafio ver a Tobias Barreto reconhecida por seu bom desempenho”, conta a diretora.

Quando funcionava em horário integral (até às 16h30), a escola apostou no formato de oficinas no contraturno: estudo dirigido, projetos de literatura, artes e temas transversais e atualidades. “Tentamos propor algo que reforçasse o trabalho do professor da manhã, mas de maneira diferente, com outras linguagens”, explica a diretora, que entrou na Rede em 1990, no Ciep Elis Regina (4ª CRE), em Bonsucesso. 

Mural da escola exibe notas no Ideb (Foto: Alberto Jacob Filho)

Na E.M. Tobias Barreto desde 1993, Andréa já foi professora regente, coordenadora pedagógica e diretora-adjunta, e, enquanto diretora, nunca abriu mão do papel pedagógico. “O diretor não deve ser apenas administrativo. Tem que sugerir atividades, conhecer os alunos, ter respostas. Nesse sentido, em nenhum momento deixei de ser coordenadora”, explica. 

Segundo ela, o bom desempenho na Prova Brasil veio por meio de um crescimento gradativo e é resultado de um trabalho coeso de toda a equipe. “Aumentar um décimo na nota da Prova Brasil ou do Ideb representa muito! E também é um desafio manter a boa média. Para isso, o trabalho do professor em sala de aula é primordial. Eu faço reuniões, mostro pesquisas, tento envolver a equipe, porque todos precisam realmente acreditar e abraçar a causa.”

Desde o final dos anos 1990, quando Andréa tornou-se coordenadora pedagógica, é a Direção que define qual turma cada professor irá assumir na E.M. Tobias Barreto – diferente de outras escolas, onde os próprios professores, sob o critério de antiguidade na unidade, elegem suas turmas. “Analiso o perfil de cada um. Às vezes, um professor não tem as características para lidar com determinada turma. Mas eu não apresento a eles apenas ideias, eu argumento. Não é porque ‘eu quero’. São estratégias para buscar melhores resultados. Uma liderança sonha e vende o sonho à equipe, ainda que nem sempre seja possível agradar a todos”, ressalta a diretora.

Na escola, além da escolha minuciosa dos professores, desde o 4º ano – o anterior à aplicação da Prova Brasil – são realizados simulados para que os alunos se familiarizem com a avaliação. Mas Andréa garante que a ideia não é gerar ansiedade e tensão. “Costumo fazer uma assembleia com os estudantes, reforçando que eles não precisam ficar nervosos. Mas também mostro que têm responsabilidade no resultado e que, no dia, eles é que vão decidir. O resultado da Prova Brasil e do Ideb é de toda a comunidade escolar. Os alunos precisam ‘vestir a camisa’ da escola”, diz.

Sob a perspectiva da família 

João Roberto Fernandes, pai dos alunos Lucas e João Pedro (Foto: Alberto Jacob Filho)

Nas reuniões com os responsáveis, a diretora também apresenta os resultados do bom desempenho da escola, a fim de buscar uma aproximação e a ajuda da família em todo o processo educativo. “Eles precisam valorizar o fato de essa ser uma escola de qualidade e perceberem-se como parte desse sucesso”, afirma Andréa. 

João Roberto Fernandes é pai dos alunos Lucas, do 2º ano, e João Pedro, do 6º. Decidiu matricular os filhos na E.M. Tobias Barreto há dois anos, depois de pesquisar sobre escolas municipais da região. “Busquei informações para me certificar sobre a qualidade do ensino que meus filhos teriam. No site QEdu, vi que a escola tinha uma boa nota no Ideb e, mais do que isso, que esse bom desempenho era algo contínuo, e não um salto pontual. Isso demonstrou um trabalho sistemático e consistente. Na hora da escolha, também considerei a estrutura física e o perfil heterogêneo dos alunos”, conta João Roberto, que é representante dos responsáveis no Conselho Escola Comunidade, intermediando a relação entre família e escola.

“Há uma cobrança da equipe por resultados, mas além da preocupação com a nota, está o cuidado com os alunos, a acolhida. Levarei esta escola no meu coração sempre, mesmo quando meus filhos não estiverem mais aqui”, emociona-se o pai de Lucas e João Pedro.

Caminhos a percorrer

Apesar dos bons resultados na Prova Brasil, as retenções no 3º ano continuam sendo um fator preocupante na Tobias. “Ainda não conseguimos avançar nisso de maneira significativa. Alguns fatores, além do pedagógico, interferem, como a demora no laudo para a Educação Especial e alunos com questões no Ministério Público ou em trabalho no Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Mas não podemos maquiar resultados. Talvez este possa ser o próximo sonho: não ter problemas tão grandes no 3º ano”, Andréa comenta.

“Sempre quis fazer a diferença no mundo, mas, no início, não enxergava que como educadora eu poderia conseguir. Mas nós, educadores, podemos mudar a sociedade, dar futuro aos alunos. Não podemos deixá-los pensar pequeno; afinal, criança sonha grande! Eles podem ser cientistas ou o que quiserem. Nosso papel é fazer com que busquem seus sonhos, e mostrar que um desses caminhos é a educação.” 

A diretora Andréa com duas turmas do 2º ano, no pátio da escola (Foto: Alberto Jacob Filho)
 
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