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Formação em Pediatria é ampliada
16 Janeiro 2018 | Por Sandra Machado
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Saúde é requisito número um para que a criança tenha um bom rendimento escolar (Fonte: www.thewellcaregroup.com)

Acompanhando uma tendência mundial, o Ministério da Educação determinou que, a partir de 2018, a residência médica em Pediatria passe de dois para três anos de duração em todo o Brasil. “Isso é uma realidade em diversos países da Europa e América do Norte. No Canadá já contempla quatro anos”, lembra a médica e coordenadora do Programa Saúde na Escola, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Dilma de Medeiros. “Considerando as transformações e conhecimentos que surgiram nas últimas décadas, sobretudo neste milênio, torna-se fundamental a adequação da Pediatria ao perfil dos novos tempos. Além disso, a alteração nos padrões de morbimortalidade nessa faixa etária também justifica esse tempo maior para abordar temas voltados para a promoção da saúde, em especial as doenças crônicas, os problemas da saúde mental, ou derivados de acidentes, violência etc.” 

Hospital carioca participou de primeira fase da implantação

“O Brasil era o país da América do Sul com a menor formação na especialidade – dois anos –, metade do tempo da residência na Argentina”, explica o chefe da residência em Pediatria do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), Gil Simões Batista, que coordenou os trabalhos na cidade do Rio de Janeiro para uma mesma experiência-piloto realizada em diversas capitais brasileiras, todas em serviços de referência. Em atendimento às novas diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a residência pediátrica do HFSE, que é a mais antiga do país, formou a primeira turma com o curso estendido em março de 2017.

“Incluímos participação em saúde mental num ambulatório de psiquiatria, passamos a ter atividades de traumatologia, inclusive para atendimento de violência urbana, indo ao Hospital Municipal Souza Aguiar, e aumentamos a carga horária de neonatologia, agora com três períodos. No último, inclusive, a ideia é que os ‘veteranos’ sejam mentores dos mais jovens. Alguns dos primeiros formados em março continuam conosco, fazendo mais especialidades, enquanto outros já estão aí no mercado de trabalho”, comemora o professor.

Um hospital dentro de outro hospital

No setor de Pediatria do septuagenário HFSE, localizado no bairro central da Saúde, existe quase que um segundo hospital, tal a variedade de atendimento oferecida. A formação mais abrangente dos residentes qualifica-os para atuar em consultas de emergência, plantão e berçário, além de focar o desenvolvimento de habilidades de liderança do médico. “É preciso que o novo profissional tenha conhecimento de que é uma figura importante para a saúde do futuro adulto, em termos de prevenção de doenças endócrinas, cardiovasculares e psicológicas”, ressalta Dr. Gil. No último caso, não existe sequer a necessidade de encaminhar os pacientes para tratamento externo, já que no próprio hospital funcionam clínicas de psicologia e de psiquiatria para um público-alvo de zero a 18 anos.

O chefe da residência em Pediatria explica que as doenças infecciosas, como diarreia e desidratação, já não assustam tanto quanto antigamente. “Hoje o padrão da clínica médica tem a ver com quadros respiratórios, oncologia e doenças de evolução crônica, tanto as físicas quanto as mentais. A sociedade resolveu muitas enfermidades por meio de vacinação e de saneamento. Agora as doenças são orgânicas mesmo. E quando se fala de um paciente grave aos 10, 11 anos de idade, numa fase da vida plena de energia, é claro que existe, consequentemente, um comprometimento de seu perfil psicológico.” Ainda assim, ele alerta: “Mesmo tendo o cuidado de não rotular crianças mais ativas, os pais precisam estar atentos a qualquer comportamento não usual, porque isso pode ser sinal de algum problema capaz de comprometer o desenvolvimento da criança”.

Visão mais geral da Pediatria

Mesmo sabendo que teriam que estudar um ano a mais, os residentes continuam fazendo com que a Pediatria seja a especialidade campeã de preferência no HFSE. A estrutura setorizada possibilita tratar bem mais do que apenas a doença que, num primeiro momento, gerou a ida da criança ao hospital, oferecendo atendimento de fonoaudiologia, nutrição, fisioterapia e serviço social, além de recreação, com “doutores palhaços” e “domingo no cinema”.

Para garantir a privacidade de mãe e filho e, assim, beneficiar a recuperação das crianças, os 30 leitos para internação são dispostos em forma de boxes individuais. A capacidade inclui, ainda, mais um leito exclusivo para hemodiálise e outros oito para o CTI pediátrico. Atualmente, são feitos, em média, 25 mil atendimentos por mês em 27 salas de ambulatório mais duas de hospital-dia. Tudo isso só é possível graças à magnitude do material humano: além dos 42 residentes em formação no momento, outros 85 médicos que já concluíram o curso continuam no HFSE, fazendo algum tipo de especialização. “Existe um número grande de setores, e uma população internada com problemas muito sérios diagnosticados aqui, a maioria doentes crônicos que têm patologias de difícil manejo, como câncer ou doenças renais, e pacientes aguardando transplante”, finaliza o Dr. Gil.

 
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