ACESSIBILIDADE
Acessibilidade: Aumentar Fonte
Acessibilidade: Tamanho Padrão de Fonte
Acessibilidade: Diminuir Fonte
Youtube
Facebook
Instagram
Twitter
Ícone do Tik Tok

Escolas da Rede Municipal em parceria com a Unesco
31 Julho 2019 | Por Clara Almeida*
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp
Logomarca do Programa de Escolas Associadas à Unescol
Logomarca da Rede PEA Unesco.


A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) criou, em 1953, um programa com o objetivo de estender os princípios e as práticas da instituição às escolas de todo o mundo. Assim surgiu o Programa de Escolas Associadas Unesco (Rede PEA Unesco), que está presente em 181 países, incluindo o Brasil.

Segundo a coordenadora nacional da Rede PEA no Brasil, Myriam Tricate, o programa une 11 mil escolas em torno de valores difundidos pela Unesco, como a cultura da paz, a aprendizagem intercultural, a educação para a sustentabilidade, entre outros.

"Uma Escola Associada se caracteriza como um laboratório de ideias, que promove novas abordagens de ensino e aprendizagem baseadas nos valores e prioridades da Unesco. Apresenta-se, também, como um polo de formação e aprendizagem colaborativa, permitindo a diretores, professores, estudantes e comunidade escolar integrarem esses valores e se tornarem referências em sua comunidade", esclarece.

A Rede Pública Municipal de Ensino do Rio de Janeiro marca presença na lista de associados com treze unidades. A coordenadora regional do programa no estado do Rio de Janeiro, Maria Cecília Ani Cury, atenta para o aumento de escolas municipais associadas e o interesse pelo programa na cidade.

"A Rede tem crescido muito nos últimos anos. Há uma busca por valores esquecidos. Boas escolas perseguem os princípios defendidos pela Unesco e sabem de sua responsabilidade na formação do aluno. Todas estão conscientes de que a educação é o caminho, o primeiro passo para a evolução humana, e isso encanta. É um trabalho que deve ser desenvolvido com a participação das famílias. Justiça, liberdade, igualdade, cuidados com o meio ambiente, cidadania, relações harmoniosas com o outro e com a natureza e defesa da vida são alguns dos valores fundamentais que todos abraçam e consideram importantes na formação ética dos alunos", considera.

Por que fazer parte do PEA

Na E.M. Orsina da Fonseca (2ª CRE), na Tijuca, associada à Unesco desde 2012, o programa é liderado pela professora de Ciências Maria Cristina Zamith Cunha. Ela conta que a experiência da escola junto à Rede PEA fez com que a comunidade escolar tivesse acesso a novas visões de mundo.

"Passamos a dar valor a uma série de preceitos importantes. Não é uma mudança física, mas de pensamento e de postura em relação ao nosso trabalho. O fato de a escola ter acesso aos encontros da Unesco faz com que os alunos tenham contato com trabalhos e fazeres pedagógicos de escolas de todo Brasil e de todo o mundo, o que enriquece bastante o processo de aprendizagem", acrescenta.

"Primorosa". É assim que a coordenadora da Rede PEA Rio de Janeiro avalia a participação das escolas municipais cariocas. "Vejo um grande empenho das escolas em desenvolver projetos inovadores e centrados nas propostas da Unesco. Vejo educadores comprometidos com o que se propuseram fazer ao filiar-se ao PEA, sem economizar trabalho e qualidade na execução das tarefas. Vejo o esmero das escolas em realizar o seu melhor superando obstáculos, envolvendo a comunidade escolar e provocando fazeres inspirados nas proposições da Rede", comenta Maria Cecília.

A diretora da E.M. Anísio Teixeira (11ª CRE), no Jardim Guanabara, Ana Miranda, afirma que trabalhar dentro das diretrizes da organização internacional sempre foi uma prática da unidade, mas se intensificou com a entrada na Rede PEA.

"Aderir às diretrizes da Unesco trouxe um trabalho muito forte dentro da cultura de paz na escola. Os projetos da instituição sempre estiveram voltados aos valores humanos universais, que são fundamentais para uma educação de qualidade. Dentro desse tema, damos muita importância para que o aluno se sinta seguro dentro do universo escolar, cuidado que se ampliou com nossa entrada. Os pais e responsáveis passaram a valorizar ainda mais a qualidade do ensino da Anísio Teixeira. Depois da adesão ao programa, aumentou também a procura de alunos para entrar na escola", afirma Ana.

Junto aos benefícios sentidos pelas escolas dentro de seus limites físicos, participar da Rede PEA Unesco também abre uma dimensão internacional para a instituição. Todas as unidades associadas podem participar de concursos e projetos globais, oferecendo aos alunos e educadores uma perspectiva universal dos desafios enfrentados na educação contemporânea.

Principais temas trabalhados em 2019

O programa consiste, basicamente, em estimular os participantes a desenvolver projetos ligados a objetivos estratégicos da Unesco, como a aprendizagem intercultural, a educação para a sustentabilidade e a cultura da paz. São levados em conta também os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o calendário da ONU/Unesco.

Em primeiro plano, a professora Maria Cristina Zamith exibe um roboô construído em sala de aula. Ao fundo, os estudantes trabalham com outras peças.
A professora Maria Cristina Zamith, da E.M. Orsina da Fonseca, desenvolve diversos projetos relacionados aos ODS. (Foto: Hélio Melo).

Segundo a professora Maria Cristina Zamith Cunha, da E.M. Orsina da Fonseca, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são, atualmente, norteadores dos trabalhos em sala de aula, já que abrangem praticamente todos os pilares da Unesco.

"A Unesco seleciona os Anos e também as Décadas Internacionais proclamadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas que marcam aspectos importantes da vida humana e da história mundial. Como exemplo, temos a Década Internacional para Ação, Água para o Desenvolvimento Sustentável (2018-2028) e a Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024). Entre os assuntos de 2019 estão o Ano Internacional das Línguas Indígenas e o Ano Internacional da Tabela Periódica dos Elementos Químicos", exemplifica a professora de Ciências.

Na E.M. Anísio Teixeira, a diretora Ana Miranda ressalta a importância da interdisciplinaridade dos temas e mostra como eles são planejados para serem abordados com os alunos durante o período escolar.

"Sentamos no início do ano e vemos o que podemos fazer dentro do nosso planejamento anual. Procuramos incentivar a participação de todos os professores das mais diferentes disciplinas no programa de Escolas Associadas, e tentamos chegar a um consenso do que cada um pode fazer para trazer as diretrizes da Unesco para suas aulas", detalha.

Como associar minha escola

De acordo com a professora Maria Cecília Cury, para fazer parte da Rede PEA é necessário que algumas questões sejam levadas em consideração: a escola quer mesmo fazer parte dessa rede? Quer trabalhar em prol das causas propostas pela Unesco? Assumirá o compromisso e cumprirá as exigências da Rede?

Se a reposta da escola for positiva, é preciso preencher o Formulário de Manifestação de Interesse e Adesão com os dados da instituição e responder a algumas perguntas como por que a escola/instituição quer se tornar membro da Rede PEA.

Além disso, um professor da unidade deve assumir a responsabilidade de ser o ponto focal do programa, sendo responsável por acompanhar ações desenvolvidas dentro dos valores da Unesco e garantir a entrega de um projeto e de um relatório anuais obrigatórios.

A apreciação das candidaturas da escola leva entre 1 e 2 anos. Nesse período, verifica-se se a instituição preenche os critérios requeridos para participar da Rede. "Esse é o tempo médio ao longo da história do programa. Na verdade, o processo tem muitas etapas, que incluem um crivo realizado na França, pela Coordenação Internacional, e também no Brasil, pela Coordenação Nacional. Afinal, o crescimento de uma Rede de Escolas Associadas precisa ser acompanhado por um grande esforço de gestão e, por isso, todas as decisões de expansão são muito bem planejadas", explica a coordenadora nacional, Myriam Tricate.

Roda de alunos com sua professora
Turma do Ciep Presidente Agostinho Neto, uma das unidades integrantes do programa (Foto: Alberto Jacob Filho).

Para a coordenadora regional do Rio de Janeiro, Maria Cecília, conquistar um selo com o peso e o reconhecimento internacional da Unesco não é qualquer coisa. "O PEA Unesco dá consistência ao nosso trabalho, possibilita um fio condutor importante para os nossos projetos e mantém importantes valores humanos em destaque. Ser uma escola PEA é ter sempre como foco a relevância da educação como valor estratégico para o desenvolvimento humano, social e econômico da sociedade. Ser parte da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura nos engrandece por tudo que representa, especialmente por sua história", conclui Maria Cecília.

Além da escolas municipais Orsina da Fonseca e Anísio Teixeira, a Rede Pública Municipal de Ensino tem outras 11 unidades na Rede PEA. São elas: Ciep Presidente Agostinho Neto (2ª CRE), E.M. Epitácio Pessoa (2ª CRE), E.M. André Urani (2ª CRE), E.M. Professor Afonso Várzea (3ª CRE), E.M. Chile (4ª CRE), Ciep Dr. Adelino da Palma Carlo (7ª CRE), Ciep João Batista dos Santos (7ª CRE), E.M. Rodrigues Alves (7ª CRE), EDI Frei Orlando (8ª CRE), E.M. Von Martius (9ª CRE) e E.M. Holanda (8ª CRE).

*Estagiária, sob supervisão de Ivan Kasahara

 
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp