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Bichinhos de estimação são para amar e cuidar
06 Dezembro 2019 | Por Márcia Pimentel
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Animais são seres sensientes. Foto Bin Ziegler, Pexels, creative commons

A primeira infância costuma ser cercada de bichinhos. Os protagonistas dos livros, dos desenhos animados e dos filmes são quase sempre animais, sem falar que eles também estão, fofamente, estampados nas roupas, nos acessórios, nas decorações infantis, nas capas de caderno e nos murais das escolas. A identificação das crianças com os bichos é tão positiva que alguns pedagogos, como os da plataforma Nuvem-9, promovem educação socioemocional por meio da criação de histórias com personagens animais que correspondem a aspectos do caráter, das emoções e das reações humanas.

Apesar disso, a forte relação entre crianças e bichos parece se quebrar em algum momento da formação. Denúncias frequentes de maus tratos e abandono de animais domésticos têm chegado à Central de Atendimento 1746 da Prefeitura do Rio. A coordenadora pedagógica da E.M. Maestro Villa-Lobos (10ª CRE), Rosangela Moreira, relata que, na comunidade Antares, em Santa Cruz, onde a escola está situada, há uma forte cultura de abandono de pets:

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Para monitorar as mais de 30 colônias de felinos da cidade, a Subem está implantando um chip em cada animal. Foto Subem

“Vários cães têm dono, mas vivem largados pela rua. Mesmo quando estão doentes, não cuidam, não os alimentam. Nós, funcionários da escola, acabamos acolhendo vários desses animais, dando comida e abrigo, levando ao veterinário... Por causa dessa realidade, estamos sempre trabalhando o conceito de respeito, cuidado e responsabilidade com os bichos”, diz.

Embora as estatísticas da Central 1746 apontem que a maior parte das denúncias seja relacionada aos cães, são os gatos que mais sofrem situações de maus-tratos e abandono. A Subsecretaria de Bem Estar Animal (Subem) já cadastrou mais de 30 grandes colônias de felinos por toda a cidade e o trabalho ainda não terminou.

Para reverter esse quadro de maus-tratos e abandono dos pets, comum a vários bairros da cidade, a Secretaria Municipal de Educação (SME) e a Subsecretaria de Bem Estar Animal fizeram uma parceria. Criaram o projeto Bichinho de Estimação, com o objetivo de percorrer as unidades da Rede para fomentar a guarda responsável, conscientizar que os bichos têm sensações e sentimentos e que seus direitos devem ser garantidos pelo Estado e respeitados por todos.

Nas escolas

Como a maior parte das denúncias à Central 1746 vem da Zona Oeste (43%), as escolas de Ensino Fundamental da 10ª CRE, que abrange vários bairros da região, foram as primeiras a serem atingidas pelo projeto. Para melhor sensibilizar os estudantes, a E.M. Gastão Rangel, localizada em Guaratiba, além de receber a equipe da Subem, também convidou a ONG Eu Sou Testemunha de Golias, que cuida de animais abandonados e oferece castração gratuita. O efeito das atividades foi tão positivo que vários alunos adotaram um pet.

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Atividade com alunos da 10ª CRE durante a Semana de Proteção Animal. Foto Subem

Durante as atividades da Subem na E.M. Maestro Villa-Lobos, duas meninas do 1º ano emocionaram os adultos quando relataram o embate que tiveram com um adolescente que estava maltratando um cão. Mas, segundo a coordenadora pedagógica da escola, a falta de falta de responsabilidade com os bichinhos também acontece, em função de algumas culturas familiares:

“Como, aqui, a gente cuida dos animais, em um dia desses, uma aluna chegou com quatro gatinhos, dizendo que uma tia os mandou para cá, porque não os queria. Falei para ela levá-los de volta, porque quem tem bicho de estimação não pode ser irresponsável com ele. Se não castra o animal, tem que cuidar dos filhotes até encontrar quem os adote”, conta.

Não à toa, entre as várias atividades desenvolvidas pela equipe da Subem nas escolas, há distribuição de folhetos sobre castração gratuita de cães e gatos e um bate-papo sobre a Lei Municipal 6435/2018, que dispõe sobre a proteção e bem-estar dos animais e também sobre os procedimentos em relação aos maus-tratos. Para o caso da tia que queria abandonar os filhotes, a multa é de, no mínimo, R$ 4.500,00.

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No E.D.I. Profª Maria Mesquita de Medeiros, as crianças aprendem a ter respeito pelos animais desde cedo. Foto acervo escolar

Embora o projeto Bichinho de Estimação seja dirigido apenas ao Ensino Fundamental e ao Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA), há escolas de Educação Infantil que também têm se envolvido com a questão da proteção animal. É o caso do E.D.I. Professora Maria Mesquita de Medeiros, localizada no sub-bairro de Jesuítas, em Santa Cruz. Seu Projeto Político-Pedagógico, Guardiões da Natureza, envolve ações de defesa do meio ambiente e de tudo o que dele faz parte. Em outubro, as crianças viraram Guardiãs dos Animais. Passaram o mês aprendendo a respeitar os vários tipos de bicho – dos selvagens aos domésticos, incluindo os aquáticos, os de fazenda e os de jardim – e a fazer o necessário para que vivam bem.

 
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