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De Louis Braille à era digital, cegos criam tecnologias para viver melhor
16 Abril 2014 | Por Larissa Altoé
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De acordo com o Censo mais recente do IBGE, de 2010, existem no Brasil mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual. Sobre o atendimento das necessidades dessa parcela da população, especialistas do Instituto Municipal Helena Antipoff, responsável pela implantação e acompanhamento das políticas públicas da Educação Especial para a cidade do Rio de Janeiro, afirmam: “Acessibilidade e inclusão são, hoje, uma busca constante na educação da pessoa com deficiência visual”.

A matrícula em escola regular, direito garantido pela Constituição, é um assunto que envolve uma série de desafios, como o de ampliar o número de professores capacitados e investir nos equipamentos de acessibilidade do sistema educacional. No entanto, avanços podem ser comemorados, inclusive tecnológicos.

Hoje, a informática é grande aliada de alunos com deficiência visual, e muitas ferramentas de aprendizagem estão disponíveis na internet. O Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ criou o DOSVOX, um programa de voz gratuito que lê o que está na tela do computador e permite que alunos cegos, do primeiro grau à universidade, desempenhem uma série de tarefas com mais independência.

Outra opção é o NVDA (NonVisual Desktop Access), criado em 2006 pelo jovem australiano Michael Curran, que é cego, e seu amigo, James Teh. Os dois fundaram uma ONG, a NV Access (Acesso Não Visual, em inglês), destinada a desenvolver projetos e tecnologias livres que facilitem a acessibilidade para pessoas cegas e de baixa visão.

O software norte-americano Jaws é, com frequência, indicado como o leitor de tela que oferece os melhores recursos; seu custo, porém, ainda é alto.

Essas ferramentas e os recursos tecnológicos vêm se somar a outros, como as máquinas de escrever em braille (máquina Perkins); a reglete e o punção (instrumentos que, conjuntamente, permitem escrever pontos em relevo); e o sorobã (aparelho de cálculos adaptado do ábaco).

Outro exemplo de tecnologia e internet a favor da inclusão é o site do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência – IBDD, que oferece cursos de capacitação e cadastra currículos dos que queiram se inserir no mercado de trabalho, além de disponibilizar material para consulta sobre defesa dos direitos da pessoa com deficiência.

A criatividade de Braille

A própria história de Louis Braille, o inventor do sistema que permite aos cegos ler e escrever, é um estímulo para todos os que convivem com a deficiência visual e mostra que a falta da visão não impede a criatividade.

Braille nasceu em 1809, em Coupvray, uma pequena cidade nas cercanias de Paris. Aos 3 anos, sofreu um grave acidente na oficina de seu pai, que fazia correias. Feriu um dos olhos com uma ferramenta pontiaguda, o que causou uma infecção, levando à cegueira em ambos os olhos.

Aos 10 anos, foi matriculado no Instituto dos Jovens Cegos, em Paris, e, com apenas 16, em 1825, apresentou a primeira versão do seu código de leitura e escrita para cegos – que consta de 64 sinais, tomando por base a combinação de seis pontos, atribuindo-lhes valores simbólicos que seriam usados nas diversas áreas do conhecimento humano: literatura, música, aritmética e geometria.

Instituto Benjamin Constant: um centro de referência nacional

O Rio de Janeiro possui um centro de referência nacional para o atendimento às pessoas com deficiência visual: o Instituto Benjamin Constant (IBC), que fica na Urca, Zona Sul da cidade, e que desde o século XIX se dedica a educar pessoas cegas ou com baixa visão (até 20%).

A atuação do IBC engloba a capacitação de profissionais, assessoria a escolas e instituições, realização de consultas oftalmológicas e programas de reabilitação, além da produção de material especializado, como impressos em braille e publicações científicas.

No site do Instituto Benjamin Constant é possível baixar gratuitamente livros didáticos em braille e alguns contos falados. Há, ainda, diversos artigos disponíveis e orientações sobre materiais adaptados a serem usados em sala de aula.

 

 
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