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Oficina Vivencial promove tecnologia assistiva
29 Abril 2014 | Por Sandra Machado
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oficina3Qualquer recurso que ofereça mais independência para quem tem uma necessidade especial, seja uma bengala ou óculos-lupa, pode ser considerado como tecnologia assistiva. Nos últimos anos, os computadores e demais dispositivos digitais têm auxiliado – e muito – na tarefa de garantir, para todos, o direito de estar junto com seu grupo social.

Há duas décadas, o Instituto Helena Antipoff, que integra a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, inaugurava a Oficina Vivencial de Ajudas Técnicas para Ação Educativa, a fim de atender aos alunos com deficiência física ou motora, incluídos nas turmas comuns. Ao longo dos anos, a Oficina Vivencial (OV) se transformou em referência e tem ampliado sua atuação, em especial por meio de parcerias com instituições de pesquisa.

Vera Pimentel, Janaína Larrate e Maristela Siqueira são as professoras responsáveis pelo serviço da OV. Sua rotina é promover a orientação e formação em serviço de professores que atuam com alunos com deficiência, da creche à EJA, no que se refere à avaliação, ao uso, à pesquisa, à produção e à aquisição de tecnologia assistiva. As Salas de Recursos são equipadas pelo MEC, mas é necessário capacitar os educadores e produzir material pedagógico adaptado.

Da rede de apoio prestado à Oficina Vivencial, fazem parte os professores das Salas de Recursos e os professores itinerantes, que prestam o Atendimento Educacional Especializado. “A gente fortalece o trabalho dos profissionais. Em caso de dúvida, eles solicitam consultoria e vamos até a escola identificar as necessidades do aluno e elaborar estratégias de trabalho”, explica Janaína. “Dependendo do caso e do equipamento a ser testado, tanto o aluno pode ir à OV quanto a gente se deslocar até a escola.” Cada uma das 11 Coordenadorias Regionais de Ensino (CREs) possui, ainda, um grupo de acompanhamento.

No mesmo endereço em que funciona a Oficina Vivencial, no bairro do Maracanã, é oferecida uma série de outras atividades: Oficina de Teatro, Dança, Música, Informática, de Comunicação e Linguagem, de Artes Plásticas, de Comunicação Alternativa, de Educação Física Escolar e Inclusiva, Laboratório de Libras, Sala de Leitura, Soroban e Brinquedoteca. Todas elas são voltadas para alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) ou altas habilidades/superdotação. Algumas têm em seus grupos, também, alunos sem necessidades especiais, embora em número reduzido. A OV e o Centro de Transcrição a Braille são os únicos que não trabalham com alunos em oficinas.

Com o passar dos anos, a Oficina Vivencial ampliou o escopo, e o foco inicial no aluno com deficiência física ou motora passou a abranger todos os que podem se beneficiar, independentemente da necessidade – crianças com comprometimento motor, deficiência intelectual ou deficiência visual. Com isso, se expandiu a oferta de tecnologia assistiva nas escolas e a instrumentalização de profissionais, alunos e familiares no seu uso. Ao contemplarem suas novas competências pedagógicas, professores lançam mão das ferramentas capazes de preparar alunos com necessidades educativas especiais para exercerem sua cidadania plena. Em outras palavras, assegurar que cada um tenha direito a autonomia, mobilidade, vida independente e participação social.

Colaboração de instituições parceiras

tecladosEm 2013, foi firmada uma parceria importante com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que visa formar professores de referência nas CREs: Projeto de Formação Continuada de Professores de Salas de Recursos Multifuncionais para o Uso da Tecnologia Assistiva no Contexto da Sala de Aula Inclusiva. No momento, estão em funcionamento 314 Salas de Recursos, no atendimento a 6.730 alunos. A partir da capacitação dos profissionais, a ideia é formar multiplicadores e, assim, ampliar a magnitude da atuação.

Em 2014, acontece o curso que ensina a utilizar o programa Boardmaker, específico para Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA). Com o software, é possível criar dispositivos de interação com o aluno acionados, por exemplo, quando ele pisca os olhos, preparar apresentações interativas e até provas adaptadas. Graças a esse material, é possível interagir com o aluno, mesmo quando ele não apresenta uma comunicação funcional, e saber se ele está aprendendo, apesar de não ser capaz de falar. A capacitação atende em torno de 110 professores.

Outra parceria interessante foi formada com o Centro Federal Escola Técnica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), com ênfase na busca por recursos de tecnologia assistiva alternativos aos industrializados. Um grande colaborador é o professor Paulo Aquino. Ele tanto pode confeccionar um acionador para brinquedos quanto teclados de computador personalizados, que substituem o convencional, com teclas maiores, por exemplo, e custo diferenciado. De acordo com o teste da criança, Aquino faz o teclado para ser usado na Sala de Recursos, na sala de aula ou até em casa. Na Oficina Vivencial, existem também à disposição emuladores de teclado e mouse (ETM) e diversos brinquedos adaptados. Porque cada necessidade é única.

Inovação é forte aliada

testeovAs três professoras da equipe da OV também fazem um levantamento atualizado de novas tecnologias que possam vir a ser adquiridas pela SME. Um bom exemplo é o escalador de escadas, muito útil em escolas tombadas, nas quais ficaria complicado instalar um elevador. A realidade atual nem de longe lembra as dificuldades do início. “Os alunos chegavam sem cadeiras de rodas, não conseguiam alcançar as mesas. Hoje temos condições de oferecer mobiliário adaptado”, conta a professora Maristela, lembrando que os recursos são avaliados caso a caso – o que pode mudar com o tempo, à medida que o aluno vai ganhando autonomia.

“Teve um rapaz que começou a andar com 21 anos, o Marcelo. Agora é aluno do PEJA. Vai sozinho às aulas, apesar de falar e se locomover com dificuldade”, conta a professora Vera, enquanto ressalta a preocupação da mãe com a autonomia de Marcelo. “O papel dos pais é fundamental; a gente acredita no poder da família”, finaliza Janaína.

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