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Campanha Brasil Saudável e Sustentável incentiva a boa alimentação
06 Abril 2016 | Por Beatriz Calado*
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Campanha foi lançada, em março, no Rio de Janeiro (Crédito: Portal Brasil)

Nos dias atuais, é cada vez mais comum as pessoas substituírem refeições saudáveis por lanches rápidos, que incluem hambúrgueres, salsichas e salgados fritos. A troca na qualidade da alimentação gera prejuízos à saúde, aumentando o risco de sobrepeso e obesidade. Para combater esse mau hábito, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome lançou a campanha Brasil Saudável e Sustentável, que tem apoio de secretarias do governo federal, estadual e municipal, organizações da sociedade civil e do setor privado.

A ideia da campanha surgiu após o Brasil ter conseguido sair, em 2014, do Mapa Mundial da Fome - publicação anual da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) – e vir buscando evitar a obesidade e o sobrepeso de sua população.

Para atingir a meta, serão postas em prática ações como:

- incentivo a atividades que estimulem a boa alimentação;

- propostas de reflexão sobre os hábitos alimentares de cada um;

- estímulo ao consumo de alimentos frescos e orgânicos.

Como suporte para essas ações, serão ampliados o acesso às informações sobre o tema e a divulgação de práticas alimentares saudáveis nas redes públicas de saúde, de educação e de assistência social, tendo como base o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde. O calendário da campanha passa pelas Olimpíadas Rio 2016 e se estende até maio de 2017.

Durante a cerimônia de lançamento da iniciativa, em 15 de março, a Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, disse que os Jogos Olímpicos podem ajudar a divulgar as propostas. “Com certeza a cidade do Rio será uma grande vitrine. Esperamos atingir o maior número de pessoas possível com essa mensagem que é, ao mesmo tempo, um alerta e um estímulo a práticas alimentares mais saudáveis”.

Dados alarmantes

Escolhida como sede para o lançamento da campanha, o Rio de Janeiro está entre as dez capitais com maior índice de sobrepeso, tendo 54% de adultos nessa condição, segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014), do Ministério da Saúde. O estudo constatou, ainda, que apenas 36,8% da população carioca consome frutas e hortaliças em cinco ou mais dias da semana.

Nas crianças, os dados também são preocupantes. De acordo com a última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008/2009), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de um terço das crianças de todo o país com idade entre cinco e nove anos está com sobrepeso, e, 14,2%, obesa.

Consumo de frutas e verduras pode reduzir o risco de obesidade e sobrepeso (Crédito: Portal Brasil)

Incentivo da família para uma vida mais sadia 

Cultivar hábitos saudáveis deve ser uma preocupação que se inicia na gestação, segundo Viviane Manso Castello Branco, professora e pediatra da Secretária Municipal de Saúde (SME-RJ). Ela argumenta que, após o nascimento do bebê, os pais devem prezar pelo aleitamento materno e, conforme a criança for crescendo, optar por alimentos naturais. Para combater desde cedo os vilões da alimentação, como o macarrão instantâneo, os biscoitos recheados e o leite condensado, uma boa solução é o planejamento e a participação dos filhos no preparo das refeições.

“Os pais precisam se organizar para cuidar da alimentação das crianças. Sempre que forem sair de casa, por exemplo, devem levar uma garrafa de água ou um suco natural e, assim, não comprar produtos industrializados. Em casa, procurar incentivar as crianças a participar da produção dos alimentos, com temperos naturais, e estimular o consumo de frutas”.

Para Viviane, é preciso perseverar em opções naturais na hora das refeições. “Insistir mais de uma vez e de diferentes maneiras com o mesmo alimento. Se a criança não gosta de alguma fruta in natura, oferecê-la na forma de suco ou até mesmo inserindo, por exemplo, uma banana junto à refeição”.

Como estratégia contra o risco de doenças crônicas, como a pressão alta e o diabetes tipo 2, que têm aparecido cada vez mais cedo devido à má alimentação e à falta de exercícios, a pediatra indica pequenas mudanças na rotina. “Em vez de usar o elevador, sugerir que subam pelas escadas. Se morar perto do colégio, caminhar até lá. Em dias de lazer, levar os filhos a parques e vilas olímpicas”.

Substituir produtos industrializados por alimentos saudáveis evita doenças crônicas, como o diabetes tipo 2 (Crédito: Wikipédia)

Escolas e creches aderem à campanha

A preocupação com a qualidade da alimentação também está presente nas creches e escolas da Rede Municipal do Rio de Janeiro. As refeições servidas nessas unidades são preparadas de acordo com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que segue as orientações propostas no Guia Alimentar para a População Brasileira.

Além do ajuste no cardápio escolar, o tema já é trabalhado dentro do projeto político pedagógico de cada escola e em eventos como a Semana de Alimentação Escolar, comemorada na terceira semana de maio. De acordo com a nutricionista Juliana Paulo e Silva, da Superintendência de Promoção da Saúde da SME-RJ, o assunto também é abordado em outras ocasiões.

“A discussão pode acontecer durante todo o ano letivo, em reuniões de pais e responsáveis, reuniões pedagógicas e nas atividades do Programa Saúde na Escola (PSE). Os professores também recebem diversos materiais, impressos e digitais, enviados pelas secretarias municipais de Saúde e de Educação”.

Para este ano, em conformidade com as orientações da campanha, estão previstas diversas atividades nas escolas, nas unidades de saúde e em locais públicos.

“Faremos oficinas sobre o tema para gestores, professores, profissionais de saúde e alunos. Além disso, serão realizadas atividades nas praças e em pontos estratégicos durante a Olimpíada, com o objetivo de incentivar o consumo de alimentos agroecológicos, orgânicos e oriundos da agricultura familiar”, completa a nutricionista.


* Beatriz Calado, estagiária, com supervisão de Regina Protasio.

 
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