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A influência da escola nos hábitos culturais do carioca
01 Dezembro 2014 | Por Sandra Machado
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No ano passado, o Instituto Datafolha realizou, a pedido da Prefeitura, uma pesquisa completa sobre os hábitos culturais de quem mora no Rio. Parte dos resultados já era esperada, mas, mesmo assim, o estudo não deixou de revelar aspectos surpreendentes. Foram ouvidas 1.501 pessoas, a partir de 12 anos de idade, com variados perfis sociais e domicílio nas cinco Áreas de Planejamento: Centro, Sul, Norte, Oeste e o bairro da Barra da Tijuca. Os entrevistados relataram sobre seu lazer, dentro e fora de casa, e também no ciberespaço. Metade deles apontou a importância do auditório da escola como instrumento de familiarização com a oferta cultural, principalmente nas fecem editapresentações e eventos. As atividades das aulas de música ou coral foram as mais lembradas (38%), seguidas das aulas de teatro (34%) e das aulas de dança (31%).

Denise Mendonça, gerente de Extensividade (Setor técnico da SME, responsável pela coordenação, promoção e acompanhamento pedagógico de projetos e programas educacionais de extensividade, visando colaborar com a melhoria do desempenho do aluno e sua permanência na escola) da Secretaria Municipal de Educação (SME), acredita que o objetivo de desenvolver e difundir metodologias inovadoras no ensino da Arte e da Educação Física, assumido pelo Centro de Pesquisa e Formação, tem sido alcançado. “É bom poder dar mais leveza, em contraponto ao currículo formal, oferecendo aos alunos a possibilidade de experimentar.”

A SME conta com uma equipe técnica para ações nas três áreas da Linguagem da Arte: Música, Artes Visuais e Artes Cênicas. Anualmente, a Extensividade sugere alguns temas. Os interessados se inscrevem na respectiva Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e realizam uma pesquisa com sua turma para, só então, preparar a coreografia, cenário e figurinos.

De acordo com o professor Luciano Cintra, da área de Música, são organizados currículos específicos para cada um dos dois segmentos, do 1º ao 9º ano, que, no entanto, preservam a autonomia do projeto político-pedagógico de cada escola. “No segundo segmento, do 6º ao 9º ano, são dois tempos de aula por semana dedicados, exclusivamente, à Linguagem da Arte. Um grande diferencial da Rede Municipal de Ensino do Rio é que o professor, quando faz o concurso, já precisa ter a licenciatura na formação artística específica em que pretende atuar.”

mostra dancaMúsica, dança e artes plásticas

O Festival da Canção das Escolas Municipais (Fecem) é um bom exemplo dessa aposta no desenvolvimento integral das crianças. Realizado há 26 anos, desperta as habilidades dos alunos como intérpretes, compositores e, também, como músicos, e, em 2014, teve como tema o centenário de nascimento de Dorival Caymmi. Outro grande evento é a Mostra de Dança, que neste mesmo ano teve a sua 31ª edição, e costuma contar com especial ajuda dos professores de Educação Física com formação em dança. “O projeto abre a possibilidade de o profissional desenvolver seu talento”, ressalta Luciano.

A Orquestra de Vozes Meninos do Rio é um coral de crianças da Rede Municipal com quase mil integrantes, originalmente criado pela Secretaria Municipal de Cultura para a vinda do papa João Paulo II, em 1997. As apresentações públicas, com a presença de músicos, têm um coro coreografado, e o maior desafio, desde então, vem sendo encontrar espaços grandes o suficiente para acomodar tantos artistas num imenso palco – que às vezes acaba sendo as praças da cidade. Atualmente, o trabalho de preparação dos professores está a cargo do maestro Júlio Moretzsohn e do coreógrafo Augusto Maceió. A mais recente iniciativa da Extensividade é o Projeto Escola e Museu, parceria iniciada com sete equipamentos culturais da cidade em 2013.

Desde 2010, um evento batizado de Conexão das Artes vale como uma mostra integrada de todas as linguagens artísticas presentes no dia a dia da sala de aula. “É o resultado de um processo de capacitação que não existe, apenas, em função das apresentações, mas que está presente na formação das crianças ao longo do ano inteiro. É uma possibilidade de o aluno ter orgulho, compromisso eorquestra vozes a sensação de pertencimento em relação à escola”, destaca Denise. “A discussão sobre a função do ensino da arte dentro do ambiente escolar está permanentemente acontecendo”, completa Luciano.

Tendências de uso do tempo livre na cidade

De todas as atividades investigadas pelo levantamento do Instituto Datafolha, a mais frequente é ouvir música, com um índice de 95%. A sequência da predileção dos cariocas segue para a ida aos shoppings, ao cinema e à praia. Entre os hábitos preferidos estão, ainda, jogar videogames ou frequentar shows de música.

Em resposta à pergunta sobre quem mais influenciou o gosto por atividades culturais, os pais aparecem em primeiro lugar (35%), seguidos de amigos (27%), familiares (23%) e professores (8%). Segundo a pesquisa, a formação educacional da população carioca está sendo realizada majoritariamente em escolas públicas (74%), taxa que cresce ainda mais se contempladas apenas as classes C, D e E (87%).

Um indicador cultural, em especial, merece destaque e comemoração: a leitura de livros não-didáticos, por 64% dos pesquisados. A proporção dos que costumam ir a bibliotecas também foi acima do esperado: 32%, e supera a dos que participam de blocos de carnaval(30%). Não é à toa que um dos pontos de cultura mais conhecidos do Rio é, justamente, a Biblioteca Nacional, ao lado do Theatro Municipal e do Cine Odeon, todos localizados na Cinelândia.

Quanto ao acesso à internet, no universo de todas as idades, 71% dos cariocas estão conectados, e, na faixa específica entre 12 e 15 anos, 97,4%. O acesso móvel, inclusive, por meio do celular, do smartphone ou do tablet, já aparece para 48% dos internautas. Praticamente a metade da população (ou pouco menos de 3 milhões de pessoas) navega na internet diariamente. Para 66% deste público específico, a web e as redes sociais figuram como a principal fonte de informação.

Para conhecer a pesquisa na íntegra, acesse aqui.

 
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