ACESSIBILIDADE
Acessibilidade: Aumentar Fonte
Acessibilidade: Tamanho Padrão de Fonte
Acessibilidade: Diminuir Fonte
Youtube
Facebook
Instagram
Twitter
Ícone do Tik Tok

Frescobol: das praias a patrimônio cultural
24 Abril 2015 | Por Carla Araújo
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp

Painel frescobol divulgaçãoNo ano em que completa 70 anos de praia, o frescobol foi declarado Patrimônio Cultural Carioca de Natureza Imaterial. Por não promover uma competição entre os jogadores, a prática ganhou essa definição do escritor e cartunista Millôr Fernandes: o “único esporte com espírito esportivo, sem disputa formal, vencidos ou vencedores”.

O jogo, praticado com raquetes de madeira rebatendo uma pequena bola de borracha, é, por essência, dinâmico e sem pontuação. O objetivo é manter a bola em movimento o maior tempo possível entre os participantes. Millôr Fernandes se orgulhava de ser um dos idealizadores da brincadeira. O escritor costumava dizer que o esporte havia sido criado entre os postos 4 e 6 da Praia de Copacabana, na década de 1950.

Primeiras rebatidas

Segundo o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), a verdadeira história do surgimento do frescobol é um pouco diferente da contada por Millôr. A invenção apareceu em 1945, no trecho conhecido como Posto 2,5 – entre a Rua Duvivier e o Copacabana Palace. Lian Pontes de Carvalho, dono de uma fábrica de móveis de piscina e pranchas, é considerado o pai do esporte. Ele, que além de empresário era nadador, começou, de modo inventivo, a impulsionar uma bolinha de tênis descascada com o auxílio de uma tábua. Em pouco tempo, passou a confeccionar as primeiras raquetes, com as sobras de madeira de sua loja.

A prática de rebater uma bolinha rapidamente, pelo maior tempo possível, conquistou os jovens frequentadores das praias e se tornou símbolo do espírito lúdico, rebelde e boêmio daquela geração do final dos anos 1940. Segundo o Atlas do Esporte no Brasil, após diversas proibições, os jogadores tiveram a necessidade de mudar de Copacabana para Ipanema, a partir de 1950.

Nas duas décadas seguintes, uma intensa repressão policial e campanhas negativas por parte da imprensa buscaram banir o esporte. Porém, banhistas, vendedores ambulantes, salva-vidas e esportistas criaram um sistema de alarmes na Zona Sul para evitar as represálias. Atualmente, regras para o convívio de praticantes e banhistas estabelecem que o desporto não deve ser praticado na beira do mar entre 8h e 17h.

frescobol rio.comReconhecimento e expansão

O IRPH reconheceu o frescobol como parte do estilo de vida do carioca e da paisagem cultural das praias da cidade. O Instituto levantou dados sobre o jogo e mapeou os principais locais onde é praticado: Ilha do Governador (Praia da Bica), Praia do Flamengo, Praia de Copacabana (Santa Clara e Bolívar), Praia do Diabo (Arpoador), Barra da Tijuca (Pepê e Posto 7) e Recreio dos Bandeirantes (Posto 9).

O que começou de forma despretensiosa se expandiu e é, hoje, uma das práticas de lazer mais difundidas em todo o litoral brasileiro. Por mais que tenha surgido sem a contagem de pontos, atualmente existem campeonatos espalhados pelo Brasil e o primeiro mundial aconteceu em fevereiro, no México. As regras ainda são particulares de cada local e diferem entre si, mas os praticantes sonham em fazer do frescobol um esporte olímpico.

Fontes: Atlas do Esporte no Brasil, Portal Lance!Net, Instituto Rio Patrimônio da Humanidade.

 
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp
MAIS DA SÉRIE
texto
A evolução histórica e artística do samba-enredo

A evolução histórica e artística do samba-enredo

23/02/2017

Adaptado às necessidades do desfile das escolas de samba, gênero se transformou ao longo dos anos e, apesar das críticas, ainda é marca do Carnaval carioca.

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
Feira Hippie de Ipanema: um patrimônio do Rio

Feira Hippie de Ipanema: um patrimônio do Rio

06/08/2015

Desde 1968, todos os domingos a Praça General Osório se transforma em uma galeria de arte e comércio ao ar livre.

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
Mais de 100 anos do Mercadão de Madureira

Mais de 100 anos do Mercadão de Madureira

06/07/2015

Um dos grandes centros comerciais da cidade é, também, Patrimônio Cultural Carioca de Natureza Imaterial.

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
A bossa nova como patrimônio cultural

A bossa nova como patrimônio cultural

22/05/2015

A história, os principais artistas e os grandes clássicos do estilo musical brasileiro que conquistou o mundo.

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
Clóvis ou bate-bolas são patrimônio cultural do Rio

Clóvis ou bate-bolas são patrimônio cultural do Rio

12/02/2015

Com muito barulho e fantasias extremamente detalhadas, os grupos conhecidos como clóvis ou bate-bolas fazem parte de uma tradição há décadas presente nas ruas cariocas.

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
Cacique de Ramos e Cordão da Bola Preta

Cacique de Ramos e Cordão da Bola Preta

03/02/2015

Com a tradição de levar multidões pelas ruas de todos os cantos da cidade, os blocos transformaram o carnaval do Rio de Janeiro em um espetáculo à parte.

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
Beco das garrafas

Beco das garrafas

06/01/2015

Na Rua Duvivier, em Copacabana, fica o local onde parte da história musical do Rio de Janeiro cresceu e conquistou fãs.

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
O ofício dos lambe-lambes

O ofício dos lambe-lambes

02/12/2014

Esses fotógrafos de nome curioso trabalhavam nas praças registrando passeios de família e produzindo postais para turistas.

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
Chorinho

Chorinho

13/11/2014

O gênero é fruto da interação entre a cultura instrumental europeia e práticas rítmicas trazidas da África pelos escravos.

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
Feira de São Cristóvão

Feira de São Cristóvão

21/10/2014

Guaraná Jesus, carne de sol, manteiga de garrafa, repentistas, literatura de cordel e muito forró. Todas essas delícias e expressões culturais podem ser encontradas no Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas. 

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
Vendedores de mate e biscoito de polvilho

Vendedores de mate e biscoito de polvilho

16/10/2014

Passeando pelas praias do Rio, não há quem não reconheça os vendedores desses produtos, cada um com seu jeito próprio de atrair a freguesia. 

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
O show das torcidas de futebol: uma manifestação cultural e social

O show das torcidas de futebol: uma manifestação cultural e social

07/10/2014

O som das arquibancadas contribui para que cada partida se torne um espetáculo.

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
Espaço Ciência Viva

Espaço Ciência Viva

26/08/2014

O espaço realiza eventos gratuitos para estudantes e comunidade em geral.

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
A obra literária de Machado de Assis

A obra literária de Machado de Assis

19/08/2014

Para abrir a nova série Patrimônio Imaterial Carioca no Portal MultiRio – com os bens culturais da cidade que estão na memória afetiva de seu povo –, trazemos a obra literária de Machado de Assis.

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
O Baile Charme de Madureira

O Baile Charme de Madureira

30/08/2013

Os bailes charme de rua não só comunicam a voz e a identidade das periferias à cidade. Também transformam lugares residuais, de mera passagem, em espaço público privilegiado de realização da cidadania.

Patrimônio Imaterial do Rio

texto
Um pouco da trajetória do charme de Madureira

Um pouco da trajetória do charme de Madureira

30/08/2013

Dois anos depois da realização do primeiro Baile Charme na Rua, o governo do estado do Rio de Janeiro reconheceu-o como instrumento fundamental à cultura do bairro, e o baile foi rebatizado de Projeto Charme na Rua.

Patrimônio Imaterial do Rio