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Realidade aumentada, uma nova forma de ver o mundo
10 Junho 2010 | Por Larissa Werneck
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Desenvolvida nos laboratórios de pesquisa desde os anos 1970, a realidade aumentada, como o próprio nome diz, é uma mídia que proporciona a ampliação da visão que temos da realidade, por meio da sobreposição de informações e objetos virtuais no ambiente real. Segundo definição de Claudio Kirner, doutor em Engenharia de Sistemas e Computação pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da UFRJ (Coppe), a realidade aumentada “é a inserção de objetos virtuais no ambiente físico, mostrada ao usuário em tempo real, com o apoio de algum dispositivo tecnológico, usando a interface do ambiente real, adaptada para visualizar e manipular os objetos reais e virtuais.” Os dispositivos citados na definição do especialista podem ser óculos, webcams, monitores e dispositivos móveis, como o telefone celular.

Se ainda parece muito difícil visualizar o que é a realidade aumentada, vamos a outro exemplo. Recentemente a Nokia, empresa desenvolvedora de celulares, publicou um vídeo no Youtube chamado Nokia Mixed Reality, que mostra o que poderá, em breve, estar disponível para usuários de smartphones por meio da realidade aumentada. No vídeo abaixo, uma moça lê e-mails e acessa informações como a previsão do tempo e notícias do dia através das lentes dos seus óculos e, até mesmo, pela janela do quarto.

 

O vídeo apresentado pela Nokia é só um conceito do que poderemos acessar daqui a uns anos. No entanto, a realidade aumentada já é aplicada em diferentes áreas, como a cultura, as artes, a educação, a saúde, a publicidade e, principalmente, o marketing e o entretenimento, como explica a professora Martha Gabriel, especialista em comunicação digital e professora dos cursos de MBA da Business School São Paulo: “O objetivo da realidade aumentada é melhorar a experiência do mundo físico por meio de informações virtuais. Por isso, o Marketing foi uma das primeiras áreas a fazer um uso mais popular dessa nova mídia. Com a realidade aumentada é possível trazer informações adicionais sobre um produto para o consumidor e proporcionar experiências que estimulam a compra e o uso. E isso gera muito impacto no consumo”, afirma Martha.

Muitas empresas já apostam nessa nova tecnologia para divulgar seus produtos. A Coca-Cola lançou em parceria com a Fox Film, distribuidora de Avatar, uma campanha que estimulava os consumidores a entrar no hotsite (www.avtr.com) desenvolvido especialmente para o filme. A empresa veiculou o comercial que se vê no vídeo abaixo, em que um jovem aponta uma garrafa de Coca-Cola Zero com o código AVTR no rótulo que, ao ser apontado para uma webcam, leva o consumidor a iniciar uma viagem pelos mistérios do filme. Além da propaganda, latas do produto foram feitas em edição especial, todas com o código AVTR e uma URL para ativar a brincadeira com realidade aumentada.

 

 

Tudo pelo celular

Outras áreas que podem ser beneficiadas com a nova mídia são as ligadas a serviços públicos e culturais. Pensando nisso, uma empresa americana de aplicativos para i-Phones desenvolveu um dos primeiros programas que colocam a teoria da realidade aumentada na prática. Com o aplicativo, é possível encontrar as estações de metrô mais próximas à localização do usuário nas cidades de Londres e Nova York. Para utilizar, basta aplicar o programa no i-Phone e segurar o celular com a câmera apontada apara alguma direção. A partir daí, informações sobre as estações vão surgir na tela sobrepostas à imagem da câmera mostrada no visor.

Com aplicativos semelhantes a esse, será possível obter informações sobre transportes públicos, monumentos culturais e centros comerciais de qualquer cidade do mundo. Aliás, o telefone celular é, inclusive, o meio mais utilizado para testes com realidade aumentada.
Segundo o professor Henrique Antoun, doutor em Comunicação Social pela Escola de Comunicação da UFRJ (ECO), a realidade aumentada aplicada ao celular trará grandes mudanças e proporcionará uma dupla conectividade a partir da interação entre informações virtuais e o ambiente real. “A realidade aumentada influenciará muito nas formas de consumo, por exemplo. Ela  possibilitará informações sobre produtos e locais que não são informações meramente publicitárias. Serão informações dadas, também, pelos consumidores”, afirma Antoun.
Ainda segundo o professor da ECO, outras grandes transformações irão ocorrer. “Além da expansão dos espaços físicos e geográficos, veremos o surgimento de novos hábitos, mudanças nas relações sociais e quebra de limitações”, explica Henrique Antoun.
Mas o que falta para que essa interação se torne possível para todos? De acordo com o professor Antoun, o único empecilho é o custo da banda larga e dos celulares no Brasil. “O uso de telefones celulares vem crescendo de forma incrível no Brasil, mas o seu uso em outras aplicações que não as de um simples telefone são limitadas pelas altas tarifas de usabilidade. As operadoras não podem estar alheias a essa tendência e precisam rever os custos dos aparelhos e da banda larga”, enfatiza.

Realidade aumentada e educação

Para as áreas de saúde e educação, pesquisas com realidade aumentada apresentam possibilidades de integração de informações virtuais ao ambiente físico e a amplificação da percepção sensorial como, no caso da medicina, orientações durante um processo cirúrgico projetadas sobre o corpo do paciente.

Para fins educativos, laboratórios estão desenvolvendo livros e jogos interativos com links digitais que, ao serem apontados para uma webcam, enriquecem o aprendizado por meio de elementos virtuais, visualizados de forma integrada ao mundo real. Podemos citar, como exemplo, um aluno que estuda Geografia. Ele tem nas mãos um livro com um mapa-múndi. Esse mapa traz um código 2D que, ao ser colocado em frente de uma câmera móvel, projeta a imagem virtual do globo terrestre. O aluno verá a ilustração em formato 3D sobre a imagem do livro que aparece no monitor. Lembram dos famosos hologramas, que aparecem em filmes como Star Trek e Guerra nas Estrelas? Será mais ou menos assim.

Esse links digitais são possíveis graças a um código de barras 2D, lido por um processo conhecido como Mobile tagging. Esse processo possibilita a leitura do código utilizando a câmera de um aparelho móvel ou de uma webcam. “É possível gravar nos códigos de barra vários tipos de dados e informações”, explica Martha Gabriel, da BSP. Ainda de acordo com a professora, o Mobile tagging traz a ideia absoluta de convergência de mídias, já que as tags (códigos) conectam suportes documentais estáticos, como livros, à internet. “Será uma mudança muito significativa nos processos de aprendizado, pois vamos encorajar o comportamento interativo das pessoas através da ampliação da realidade”, afirma.

 
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