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Rádio escolar na teoria e, principalmente, na prática
22 Julho 2013 | Por Sandra Machado
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Customização é o ponto forte da rádio escolar Papo Irado. Toda última segunda-feira do mês, os alunos da Escola Municipal Otávio Kelly, na Pavuna, aguardam um programa transmitido especialmente para eles, direto na sala de aula. Realizado por professores e alunos do 3º ao 5º ano, o projeto esbanja longevidade, já que existe desde 2004. Qual o segredo? Muita organização. No início do ano letivo, é escolhido um tema diferente para cada edição – em 2013, por exemplo, algumas das pautas foram a Jornada Mundial da Juventude, para julho, ou Vinicius de Moraes, cujo centenário de nascimento se comemora em outubro. Mas as matérias também podem ter como inspiração assuntos menos específicos, como a questão do meio ambiente e a chamada “geração saúde”.

Uma das maiores entusiastas da Papo Irado é a coordenadora escolar, Carmem Lúcia Costa dos Santos, professora atualmente responsável pelo funcionamento da rádio. “Cada programa fica a cargo de um professor e sua turma, num sistema de rodízio. A edição leva entre 30 e 40 minutos e vai ao ar uma vez no turno da manhã e outra no da tarde. Os conteúdos abordados sempre fazem parte do projeto pedagógico da escola.” Como são muitos os candidatos às quatro vagas de locutor, escolhidos entre as turmas do 4º e do 5º anos, os professores costumam indicar aqueles que têm melhor dicção. “Isso acaba funcionando como uma espécie de prêmio para quem tem leitura fluente.”

Extenso tanto em termos de quantidade de participantes, quanto de aprofundamento de conteúdos e frequência de veiculação é o que vem sendo realizado, desde 2007, pela rádio Se Liga Aê!, na Escola Municipal Nações Unidas, em Bangu. Quem conta é Nilton Barbosa Filho, professor de Língua Portuguesa e pós-graduado no uso de mídias na educação, que oferece aos alunos não apenas o conhecimento prático das oficinas, mas também uma base teórica. “A gente faz questão de incluir a história do rádio no conteúdo, de falar sobre o surgimento desta mídia e sobre como ela vem se desenvolvendo, no Brasil e no mundo.” Atualmente existem 30 alunos envolvidos, tanto na redação de roteiros e notícias quanto na parte técnica, que inclui edição de programas e operação de mesa de áudio – são 15 do turno da manhã e 15 da tarde.

Se Liga Ae1

Embora a rádio só vá ao ar às segundas, quartas e sextas-feiras, que são os dias do professor Nilton na escola, ele mesmo já solicitou à direção que, às terças e quintas-feiras, as transmissões fiquem a cargo dos monitores. “Eles são super-responsáveis e nós queremos valorizar o protagonismo deles”, celebra o professor, ao se referir ao grupo de alunos participantes, do 6º ao 9º ano, na faixa entre 10 e 16 anos. Em blocos de meia hora, a rádio entra em funcionamento, preferencialmente, no horário do recreio, mas qualquer intervalo e mesmo o horário da entrada podem ser aproveitados.

A grade musical é democrática e regularmente apurada pelos monitores. Já na parte informativa, são privilegiados os assuntos do ambiente escolar, mas entram também destaques da grande imprensa. Infraestrutura não falta, já que existe um estúdio de programação e outro de gravação. Alguns ex-alunos hoje trabalham em rádios comunitárias do bairro ou promovendo as ofertas sonoras de supermercados. Qualquer dia alguém vai se revelar no meio artístico, já que a garotada compõe canções para o festival da escola e, às vezes, chega até o Festival da Canção das Escolas Municipais (Fecem). Nos dias em que não está na Nações Unidas, o professor desenvolve outro projeto radiofônico. Desde março, Nilton anda ocupado com a rede Tô Ligado, Grande Otelo, que virou sua nova oficina no Núcleo de Arte Sebastião Bernardes de Souza Prata, da 6ª CRE. A singularidade do rádio frente às outras mídias é, sem dúvida, sua ênfase na escuta. Como lembra a especialista Adriana Gomes Ribeiro: “Pela minha experiência em oficinas que ministrei, escutar a própria voz gravada já é uma grande descoberta para a criançada”.

 
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