Do Litoral ao Sertão: Pontos de Irradiação
A criação de gado surgiu como atividade complementar à produção de açúcar. Mas, apesar de sua posição secundária e acessória, desempenhou um grande papel no desbravamento, conquista e povoamento do interior brasileiro.
O gado foi introduzido no Brasil ao se iniciar a colonização oficial. Alguns anos depois, os currais já se espalhavam ao redor de Salvador e Olinda. A princípio o curral e o engenho formavam uma só unidade. O gado, criado no próprio engenho, fornecia alimento, era usado no transporte e como força de tração para a moagem da cana. O crescimento dos rebanhos, porém, era incompatível com a expansão dos canaviais. Os animais devoravam as mudas e a própria cana. Ocupavam as férteis terras de massapê que os senhores de engenho queriam utilizar no cultivo da cana-de-açúcar, propiciadora de elevados lucros. A atividade criatória no litoral - Zona da Mata - tornava-se quase impossível.
Os currais foram expulsos da Zona da Mata - a área da grande lavoura açucareira -, embora permanecessem na proximidade dos canaviais - no Agreste. Num segundo momento ganharam o sertão, onde o tipo de solo e o clima não favoreciam o cultivo da cana-de-açúcar.
A penetração do gado pelo interior do Nordeste realizou-se a partir de dois grandes centros de irradiação: Bahia e Pernambuco. |