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Por que estudar Ciências?
11 Maio 2015 | Por Franklin Rumjanek
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como é que é 4Em seu artigo, Franklin Rumjanek, aborda a produção do conhecimento científico, o papel da escola e destaca: “no ensino de Ciências, sobretudo, é fundamental deixar portas e janelas abertas para a curiosidade”.

Curiosidade de criança é algo que tende a infinito. Querem saber de onde vieram, do que são feitas as estrelas, por que todos os seres vivos um dia morrem, por que existem tempestades, qual o tamanho do universo. Indagações como essas atravessam gerações e, seguramente, instigaram a curiosidade até dos ancestrais da espécie humana.

Pensando bem, as perguntas atuais são bastante semelhantes às do passado, mas as respostas são diferentes. Isso se deve ao fato de que a atitude dos humanos frente a todos esses enigmas mudou radicalmente.

Hoje podemos até não compreender inteiramente certos fenômenos naturais ou não concordar com as interpretações propostas para tal, mas a ignorância sobre a natureza não nos causa a mesma inquietação, ou o mesmo medo, que atormentava nossos ascendentes mais antigos.

O sobrenatural como forma de explicar determinado fenômeno é um recurso cada vez menos utilizado. Afinal, ao longo do tempo, acumulamos conhecimento, o que nos ajuda a compreender a natureza.

Esse conhecimento é resultado do trabalho daqueles que empregaram um método para responder às perguntas.

Coletivamente, o conhecimento sobre os fenômenos naturais se chama ciência; aqueles que se dedicam a produzir esse conhecimento são os cientistas e o método é uma forma de abordar um determinado problema lançando mão de perguntas, da experimentação e da formulação de hipóteses.

Saber mais, porém, não significa saber tudo sobre determinado fenômeno. Afinal, a cada resultado obtido, surgem mais perguntas, de modo que a busca pela verdade nunca termina. Longe de ser frustrante, essa perseguição contínua é o que traduz muito bem a fascinação pela ciência.

Os cientistas de hoje se empolgam com novas indagações com a mesma intensidade que seus precursores exibiam. Mas ciência não se restringe a explicar a natureza, ela é a base da tecnologia. Pode-se dizer que hoje no Brasil, e em muitos outros países, uma pessoa da classe média vive mais e bem melhor do que qualquer príncipe ou rei da Idade Média. Isso só foi possível graças aos avanços que resultaram da aplicação do conhecimento em várias áreas que nos afetam diretamente.

como é que é aberturaNa medicina, por exemplo, a prevenção e o tratamento de doenças progrediram tanto que a nossa expectativa de vida já ultrapassa os 70 anos de idade, e a aplicação de descobertas recentes em curto prazo deve fazer com que homens e mulheres atinjam os 100 anos nas próximas décadas.

Além da saúde, hoje nos comunicamos com muita facilidade e rapidez e os meios de transporte se aperfeiçoaram a tal ponto que, sem exagero algum, nosso planeta se tornou pequeno. Essa tecnologia, contudo, representa uma faca de dois gumes. Por um lado, nos beneficiamos diretamente do progresso geral, mas, por outro, em virtude da massificação industrial, estamos introduzindo na natureza níveis elevados de poluentes que começam a afetar de maneira significativa o meio ambiente.

Parece que chegamos a um momento decisivo da história humana. Temos em nossas mãos a opção de escolher qual será o nosso destino e também o de muitas outras espécies afetadas por nossas ações.

O que nos proporciona melhor condição de escolha é o conhecimento. Nossa opinião será tão mais influente quanto mais saibamos sobre a natureza.

Sem sombra de dúvida, a escola é o espaço onde as indagações sobre a natureza começam a ser esclarecidas de forma sistemática. Mas cabe à escola também a revelação de que nem todo conhecimento sobre determinado tema se encerra com o fim de um capítulo do livro. No ensino de Ciências, sobretudo, é fundamental deixar portas e janelas abertas para a curiosidade. Afinal, a acumulação do conhecimento depende de que inquietações típicas da infância se mantenham vivas sempre.

Franklin Rumjanek é biólogo do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ/Diretor-adjunto do Instituto Ciência Hoje.

 
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