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Adolescentes são público-alvo da indústria do tabaco
17 Março 2015 | Por Larissa Altoé
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Rio sem fumoA Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo uma doença pediátrica: 90% dos fumantes experimentam seu primeiro cigarro e se tornam dependentes até os 19 anos. A iniciação se dá em média aos 15 anos. No Brasil e em vários países do mundo, o tabaco é a segunda droga mais consumida entre os adolescentes, ficando atrás apenas do consumo de bebidas alcóolicas.

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – Pense 2012/IBGE/MS, realizada com estudantes do 9º Ano do Ensino Fundamental, mostrou que 19,6% já tinham experimentado cigarros e a população de escolares que tiveram essa experiência com 13 anos ou menos foi de 15,4%.

A nicotina é uma droga que causa dependência em cerca de 50% a 70% dos que a experimentam. Aditivos são usados para tornar o cigarro mais atraente, aumentar a capacidade de causar dependência química e facilitar a experimentação pelos adolescentes.

Os próprios fabricantes explicaram a estratégia: “Várias crianças, quando começam, não gostam do sabor do cigarro, começam a tossir. Mas um cigarro com sabor, digamos, cereja, pode parecer melhor. E pode matar o gosto (ruim do cigarro) e eles podem começar mais cedo.” (Brown & Williamson Tobacco Corporation, 1984 - documento interno da indústria do tabaco disponibilizado publicamente por ordem judicial nos EUA e Reino Unido)

Cigarro não é bala

Em março de 2012, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa - proibiu o uso de aditivos nos cigarros e produtos derivados do tabaco, especialmente mentol e cravo. O motivo da proibição foi a promoção e defesa da saúde pública, porque o cigarro é um produto que comprovadamente causa dependência e risco de doenças e mortes.

albertoaraujoVALENDO

A indústria do tabaco, no entanto, tem procurado reverter a determinação, como explica o Coordenador do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo (Nett) da UFRJ, Dr. Alberto José de Araújo: “A proibição de flavorizantes como menta e cravo está mantida e já sendo praticada pela indústria no Brasil. A briga jurídica diz respeito à proibição de outros produtos que são adicionados ao tabaco, tais como açúcares diversos. Uma comissão de experts com cientistas e pesquisadores do Brasil e do exterior apresentou relatório à Anvisa, no final de 2014, recomendando a manutenção do texto da resolução que proíbe os aditivos no tabaco. Há, por outro lado, uma movimentação no congresso nacional, no sentido oposto, ou seja, o de derrubar a resolução da Anvisa.”

O tabagismo, efetivamente, é a principal causa de morte evitável no mundo, matando 50% de seus usuários regulares, informa o Instituto Nacional do Câncer / Inca. É considerado o mais importante fator de risco isolado para cerca de 50 doenças, entre elas muitas graves e possivelmente fatais, como o câncer, doenças cardiovasculares e enfisema.

O Coordenador do Nett/UFRJ esclarece: “A prevenção no que se refere à iniciação e experimentação do tabaco é uma das políticas fundamentais para conter o avanço da pandemia. As crianças e adolescentes sempre foram o alvo da indústria, a despeito da legislação, que proíbe a venda de tabaco a menores de 18 anos. Todos os esforços do marketing do tabaco é direcionado a este grupo etário. A indústria se utiliza de toda espécie de subterfúgios para atingir os jovens e burlar a legislação. Entre as estratégias atuais para atingí-los estão a promoção de encontros com personalidades de destaque no meio artístico, esportivo e jornalístico, como o “Diálogos Universitários” e promoções em baladas e festas de jovens secundaristas e universitários, denominadas popularmente de “chopadas”, objetos de promoção de produtos de tabaco e aliciamento de “novos consumidores”, geralmente com distribuição de amostras do produto em embalagens sedutoras feitas por modelos contratrados pela indústria.”

Rio de Janeiro X tabagismo juvenil

A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro possui um serviço permanente dedicado à prevenção do tabagismo dentro do programa Saúde na Escola. Todas as 11 Coordenadorias Regionais são envolvidas no processo, e em 2013/2014 o trabalho foi desenvolvido em 379 escolas municipais. Cada escola recebe subsídios teóricos e cria seu próprio método de trabalho. As ações incluem rodas de conversa, pesquisa e produção textual, paródias e charges.

O Programa Saúde nas Escolas é feito em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, que contribui com informações e a participação de profissionais de saúde nas iniciativas pontuais, dando palestras e esclarecimentos sobre o tema.

Tratamento gratuito

De acordo com o Inca, os principais fatores que favorecem o tabagismo entre os jovens são a curiosidade pelo produto, a imitação do comportamento do adulto, a necessidade de autoafirmação e o encorajamento da propaganda (no Brasil, ainda se pode colocar cigarros para serem vendidos próximos a balas e outras guloseimas infantis nos caixas das lojas).

Todo fumante tem direito, em instituições ligadas ao SUS, a atendimento gratuito para parar de fumar. No site da ONG Aliança de Controle do Tabagismo, pode-se localizar o posto de atendimento mais próximo, basta clicar no estado onde se está buscando a informação, que aparecerá a lista de locais disponíveis

Fonte: http://www.inca.gov.br/tabagismo/

 
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