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Nativos digitais preferem YouTube a televisão
04 Dezembro 2017 | Por Larissa Altoé
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Nos Estados Unidos, uma pesquisa feita para o banco de investimentos Piper Jaffray demonstrou que os adolescentes de 16 anos estão passando mais tempo assistindo a vídeos no YouTube do que na TV a cabo.  No Brasil, ainda não há levantamento similar, mas quem lida com crianças e adolescentes pode observar que eles usam essa plataforma audiovisual com frequência, preferindo-a a televisão, seja aberta ou paga.

Na pesquisa foram entrevistados 10 mil jovens em 46 dos 50 estados americanos. No levantamento, Netflix foi o canal mais visto diariamente, por 37% dos entrevistados; YouTube veio em segundo lugar, como primeira opção para 26% dos entrevistados; e a TV a cabo ficou com 25% da audiência. 

No Brasil, não há estudos abrangentes sobre como o YouTube está impactando a vida das crianças e adolescentes, mas professores do Ensino Básico se veem compelidos a refletir sobre o tema pelo simples fato de que a plataforma audiovisual e seus produtores de conteúdo dominam o interesse da garotada.

Daniella Barbosa Buttler é uma dessas professoras.  Doutora em Linguística Aplicada pela PUC-SP, leciona em um colégio particular e tem uma filha de 11 anos amiga de uma youtuber (seu canal conta com mais de meio milhão de inscritos e é sobre o jogo Minecraft). Daniella escreveu em setembro para o blog de Educação de O Estado de São Paulo dizendo que “os youtubers são a nova ‘turma de amigos’ de crianças e adolescentes.  Têm um lugar diferente da TV e de filmes, pois são modelos para se identificar e buscar exemplos reais, muito mais do que uma banda, um ator ou qualquer personagem. São pessoas comuns que saem do pedestal reservado aos ídolos e se colocam no nível dos jovens. Eles falam de temas que a criança e o adolescente querem ouvir: comportamento, bullying, aceitação, desilusões amorosas, superação; com um pouco de humor e na velocidade exigida pelo mundo globalizado”.

Quadrinhos, Guia Prático está disponível no canal da MultiRio, no YouTube

Daniella Buttler falou ao Portal MultiRio que, ao produzir conteúdo para o YouTube, os jovens buscam atender demandas da sociedade atual, dominar a câmera, o poder da persuasão, da oratória. Ela ressaltou, também que “toda produção realizada por uma criança precisa ser supervisionada por um adulto, que deve avaliar quais são as temáticas utilizadas na elaboração dos vídeos, se são positivas e pertinentes à idade de quem as elabora ou preocupantes, reveladoras de algum problema. Não falo de censura, mas de mediação”. 

 Além disso, a professora acredita que “precisamos desenvolver uma cidadania digital, ou seja, um uso responsável, ético e consciente das redes sociais e da tecnologia, que por si só não são vilãs nem heroínas. Tudo depende do uso que fazemos delas”.  

Sociedade Digital

É notório que os nativos digitais interagem de uma forma diferente com o audiovisual. Intuitivamente, eles demandam a própria programação, no horário que lhes é mais conveniente, sem ficar atrelados à grade de programas. 

Atualmente, há diferenças marcantes entre as plataformas audiovisuais disponíveis. O Netflix, por exemplo, é pago e possui programação profissional. O YouTube, por sua vez, é gratuito e feito por qualquer pessoa que saiba gravar, editar e postar um vídeo. Devido a essas características, o primeiro possui um padrão e o segundo se parece mais com a diversidade do mundo – há de tudo um pouco, para o bem e para o mal. 

Youtubers

Os youtubers são em sua maioria jovens, até então anônimos, que a partir de seus canais angariaram número expressivo de seguidores, alguns chegando a ganhar muito dinheiro com isso. 

Segundo dados do Social Blade, site americano que é referência em análise de dados para mídias sociais, Felipe Neto é, atualmente, um dos mais populares no Brasil, com mais de 15 milhões de pessoas inscritas em seu canal de entretenimento. Em seguida, está Pedro Afonso Rezende, da área de games, com 13 milhões de seguidores, e Luccas Neto, que fala sobre comportamento para mais de 8 milhões de inscritos. O humor é um ingrediente importante para o sucesso dos três. 

O ranking do Social Blade mescla vários tipos de filtro para saber quais canais são, de fato, os mais vistos no YouTube, porque o número de seguidores nem sempre reflete a popularidade real do canal. Entre os dez primeiros do ranking, atualmente, além dos youtubers já citados, estão aqueles dedicados ao funk, seguidos por desenhos animados e cantores sertanejos.

Com tamanha repercussão, muitas crianças sonham com a profissão de youtuber, e universidades, como a PUCRS e a PUC Goiás, oferecem cursos de extensão para quem quer se tornar um.

 

Tempo de Estudar tem aulas de Matemática com conteúdo do 6º ao 9º ano

Em busca de elevar a qualidade dos vídeos exibidos no YouTube e, consequentemente, alavancar a publicidade, o Google (proprietário do YouTube) mantém nove YouTube Spaces em cidades diferentes ao redor do mundo, inclusive no Rio de Janeiro. Nesses locais, youtubers com número elevado de inscritos e sem punição por violação de regras da plataforma aprendem sobre filmagem com 4K, iluminação e merchandising, entre outras possibilidades, em um ambiente que conta com infraestrutura, como estúdio e cenários.

 

Modo de usar

O uso do YouTube pode trazer conteúdo inadequado ou de má qualidade para crianças. No entanto, com orientação, é uma ferramenta útil na disseminação de conhecimento, desde como fazer um vídeo e editá-lo, passando pelo uso de celulares e computadores, até jogar capoeira, fazer meditação, yoga e, também, tirar dúvidas de Matemática ou História. Há, quase sempre, um vídeo que atende ao interesse pessoal dos mais de 1 bilhão de usuários. Nada mal para uma rede de compartilhamento audiovisual de apenas 12 anos de idade.

A MultiRio tem um canal no YouTube com produtos direcionados a crianças, jovens e adultos. São desenhos animados brasileiros premiados, como Juro que vi – uma série sobre folclore nacional feita para crianças entre 6 e 10 anos, ou Os invisíveis – com temas voltados para os adolescentes, e também Que medo! – para os menores de seis anos. 

Além da animação, há uma gama diversificada de programas que atendem os mais diversos objetivos da comunidade escolar.  Tempo de estudar tem aulas de Matemática do 6º ao 9º ano. Escola, câmera, ação! apresenta a produção audiovisual dos estudantes da rede pública municipal do Rio. #educa traz entrevistas com gestores e outros profissionais sobre desafios, projetos e inovações da área. Aquela conversa promove a reflexão crítica sobre saúde e qualidade de vida. Aqui é um lugar de paz mostra as ideias de professores e alunos sobre como construir uma cidade mais pacífica. E, ainda, Arte, História, como enfrentar o bullying, entre outros – prato cheio para estudantes, professores e interessados em geral.

Nativos digitais preferem YouTube a televisão

Nos Estados Unidos, uma pesquisa feita para o banco de investimentos Piper Jaffray demonstrou que os adolescentes de 16 anos estão passando mais tempo assistindo a vídeos no YouTube do que na TV a cabo.  No Brasil, ainda não há levantamento similar, mas quem lida com crianças e adolescentes pode observar que eles usam essa plataforma audiovisual com frequência, preferindo-a a televisão, seja aberta ou paga.

Na pesquisa foram entrevistados 10 mil jovens em 46 dos 50 estados americanos. No levantamento, Netflix foi o canal mais visto diariamente, por 37% dos entrevistados; YouTube veio em segundo lugar, como primeira opção para 26% dos entrevistados; e a TV a cabo ficou com 25% da audiência.

No Brasil, não há estudos abrangentes sobre como o YouTube está impactando a vida das crianças e adolescentes, mas professores do Ensino Básico se veem compelidos a refletir sobre o tema pelo simples fato de que a plataforma audiovisual e seus produtores de conteúdo dominam o interesse da garotada.

Daniella Barbosa Buttler é uma dessas professoras.  Doutora em Linguística Aplicada pela PUC-SP, leciona em um colégio particular e tem uma filha de 11 anos amiga de uma youtuber (seu canal conta com mais de meio milhão de inscritos e é sobre o jogo Minecraft). Daniella escreveu em setembro para o blog de Educação de O Estado de São Paulo dizendo que “os youtubers são a nova ‘turma de amigos’ de crianças e adolescentes.  Têm um lugar diferente da TV e de filmes, pois são modelos para se identificar e buscar exemplos reais, muito mais do que uma banda, um ator ou qualquer personagem. São pessoas comuns que saem do pedestal reservado aos ídolos e se colocam no nível dos jovens. Eles falam de temas que a criança e o adolescente querem ouvir: comportamento, bullying, aceitação, desilusões amorosas, superação; com um pouco de humor e na velocidade exigida pelo mundo globalizado”.

Daniella Buttler falou ao Portal MultiRio que, ao produzir conteúdo para o YouTube, os jovens buscam atender demandas da sociedade atual, dominar a câmera, o poder da persuasão, da oratória. Ela ressaltou, também que “toda produção realizada por uma criança precisa ser supervisionada por um adulto, que deve avaliar quais são as temáticas utilizadas na elaboração dos vídeos, se são positivas e pertinentes à idade de quem as elabora ou preocupantes, reveladoras de algum problema. Não falo de censura, mas de mediação”.

Além disso, a professora acredita que “precisamos desenvolver uma cidadania digital, ou seja, um uso responsável, ético e consciente das redes sociais e da tecnologia, que por si só não são vilãs nem heroínas. Tudo depende do uso que fazemos delas”. 

Sociedade Digital

É notório que os nativos digitais interagem de uma forma diferente com o audiovisual. Intuitivamente, eles demandam a própria programação, no horário que lhes é mais conveniente, sem ficar atrelados à grade de programas.

Atualmente, há diferenças marcantes entre as plataformas audiovisuais disponíveis. O Netflix, por exemplo, é pago e possui programação profissional. O YouTube, por sua vez, é gratuito e feito por qualquer pessoa que saiba gravar, editar e postar um vídeo. Devido a essas características, o primeiro possui um padrão e o segundo se parece mais com a diversidade do mundo – há de tudo um pouco, para o bem e para o mal.

Youtubers

Os youtubers são em sua maioria jovens, até então anônimos, que a partir de seus canais angariaram número expressivo de seguidores, alguns chegando a ganhar muito dinheiro com isso.

Segundo dados do Social Blade, site americano que é referência em análise de dados para mídias sociais, Felipe Neto é, atualmente, um dos mais populares no Brasil, com mais de 15 milhões de pessoas inscritas em seu canal de entretenimento. Em seguida, está Pedro Afonso Rezende, da área de games, com 13 milhões de seguidores, e Luccas Neto, que fala sobre comportamento para mais de 8 milhões de inscritos. O humor é um ingrediente importante para o sucesso dos três.

O ranking do Social Blade mescla vários tipos de filtro para saber quais canais são, de fato, os mais vistos no YouTube, porque o número de seguidores nem sempre reflete a popularidade real do canal. Entre os dez primeiros do ranking, atualmente, além dos youtubers já citados, estão aqueles dedicados ao funk, seguidos por desenhos animados e cantores sertanejos.

Com tamanha repercussão, muitas crianças sonham com a profissão de youtuber, e universidades, como a PUCRS e a PUC Goiás, oferecem cursos de extensão para quem quer se tornar um.

Em busca de elevar a qualidade dos vídeos exibidos no YouTube e, consequentemente, alavancar a publicidade, o Google (proprietário do YouTube) mantém nove YouTube Spaces em cidades diferentes ao redor do mundo, inclusive no Rio de Janeiro. Nesses locais, youtubers com número elevado de inscritos e sem punição por violação de regras da plataforma aprendem sobre filmagem com 4K, iluminação e merchandising, entre outras possibilidades, em um ambiente que conta com infraestrutura, como estúdio e cenários.

Modo de usar

O uso do YouTube pode trazer conteúdo inadequado ou de má qualidade para crianças. No entanto, com orientação, é uma ferramenta útil na disseminação de conhecimento, desde como fazer um vídeo e editá-lo, passando pelo uso de celulares e computadores, até jogar capoeira, fazer meditação, yoga e, também, tirar dúvidas de Matemática ou História. Há, quase sempre, um vídeo que atende ao interesse pessoal dos mais de 1 bilhão de usuários. Nada mal para uma rede de compartilhamento audiovisual de apenas 12 anos de idade.

A MultiRio tem um canal (LINK) no YouTube com produtos direcionados a crianças, jovens e adultos. São desenhos animados brasileiros premiados, como Juro que vi – uma série sobre folclore nacional feita para crianças entre 6 e 10 anos, ou Os invisíveis – com temas voltados para os adolescentes, e também Que medo! – para os menores de seis anos.

Além da animação, há uma gama diversificada de programas que atendem os mais diversos objetivos da comunidade escolar.  Tempo de estudar tem aulas de Matemática do 6º ao 9º ano. Escola, câmera, ação! apresenta a produção audiovisual dos estudantes da rede pública municipal do Rio. #educa traz entrevistas com gestores e outros profissionais sobre desafios, projetos e inovações da área. Aquela conversa promove a reflexão crítica sobre saúde e qualidade de vida. Aqui é um lugar de paz mostra as ideias de professores e alunos sobre como construir uma cidade mais pacífica. E, ainda, Arte, História, como enfrentar o bullying, entre outros – prato cheio para estudantes, professores e interessados em geral.

 
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