– Cerca de 25% das espécies de plantas estão ameaçadas de extinção e 25% dos solos do mundo tornam-se degradados.
– Os anfíbios enfrentam o maior risco de extinção e as espécies de corais também estão se deteriorando rapidamente. A variedade de vertebrados caiu quase um terço.
– Há perda acelerada de florestas tropicais. Em dez anos, a área global de floresta primária (substancialmente intacta) diminuiu mais de 400 mil km2, uma superfície maior que o Zimbábue. A proteção das zonas marinhas e costeiras ainda está muito atrasada em relação à rede de áreas terrestres protegidas.
– As principais pressões que conduzem diretamente à perda de biodiversidade – mudança de hábitat, exploração excessiva de recursos naturais, poluição, espécies exóticas invasoras e mudanças climáticas – estão se intensificando ou se mantêm constantes.
– O desmatamento anual da porção brasileira da Amazônia diminuiu de uma elevada margem de mais de 27 mil km2 em 2003-2004 para pouco mais de 7 mil km2 em 2008-2009, uma redução de mais de 74%. Apesar disso, a situação ainda é delicada, pois o desmatamento acumulado já atinge mais de 17% da área florestal original. Mesmo que seja cumprida a meta de redução de 80% do desmatamento anual até 2020, a perda acumulada de florestas chegará a 20%. Segundo estudo coordenado pelo Banco Mundial, essa taxa seria suficiente para provocar o desaparecimento de significativas partes do bioma até 2025, quando se juntariam outras pressões, como as mudanças climáticas e os incêndios florestais.
Estudo apresenta avanços
– As áreas protegidas foram ampliadas. A avaliação de impacto ambiental vem sendo mais aplicada no mundo e têm ocorrido progressos nas pesquisas. Pelo menos 170 países já têm estratégias e projetos nesse campo.
– Entre os países que se destacaram na criação de áreas protegidas estão o Brasil, o Canadá e Madagascar. Dos 700 mil km2 designados como áreas protegidas desde 2003, quase 75% ficam no Brasil, em grande parte como resultado do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA).
Sugestões da ONU
– A perda contínua de biodiversidade não deve ser vista como uma questão separada das preocupações centrais da sociedade.
– É preciso uma ação urgente, baseada em uma visão de longo prazo e de comum acordo. Iniciativas de uso sustentável da biodiversidade geram maior segurança alimentar, menos pobreza e maior capacidade de adaptação às mudanças ambientais.
– Melhores decisões para a biodiversidade devem ser tomadas em todos os níveis e setores, o que inclui qualificar os povos indígenas e as comunidades locais. Esses grupos desempenham papel importante pois administram de 4 a 8 milhões de km2 de áreas de alta biodiversidade em todo o mundo, o equivalente ao território da Austrália.
– As técnicas tradicionais de gestão de terras têm mantido os assentamentos humanos em harmonia com os recursos naturais. Um exemplo é a milenar rizipiscicultura praticada na China, sistema pelo qual os peixes ficam em arrozais comendo ervas daninhas, enquanto se alimentam do próprio arroz. A alta qualidade dos peixes e do arroz beneficia os agricultores por meio da boa nutrição, dos baixos custos de trabalho e da redução da necessidade de fertilizantes químicos.
*Fotos: Flora (Alberto Jacob Filho/MultiRio) e fauna (Exposição A Fauna no Jardim Botânico)