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Esportes radicais: ação e aventura na escola
18 Dezembro 2014 | Por Fernanda Fernandes
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Parkour na_escolaVocê já ouviu falar em parkour? É um esporte de aventura relativamente novo, caracterizado por movimentos de transposição, saltos e aterrissagens, que começou a ser praticado no final do século XX, na França, e chegou ao Brasil nos anos 2000. Ao lado do skate e do slackline – um esporte de equilíbrio sobre uma fita de nylon, estreita e flexível, praticado geralmente a uma altura de 30cm do chão –, o parkour vem ganhando espaço nas aulas de Educação Física da Escola Municipal Rosa da Fonseca, em Deodoro.

A iniciativa foi da professora Carla Reis, responsável pela disciplina. Após concluir um curso de pós-graduação, ela resolveu levar esportes não muito convencionais ao ambiente escolar. Assim, deixando um pouco de lado o futsal, o basquete, o vôlei e o handebol – que costumam ter mais destaque nas escolas –, Carla apostou em modalidades que envolvem ação e aventura. “Vivemos o monopólio da bola na quadra, dos esportes tradicionais, e isso faz com que os alunos fiquem desconfiados e até apresentem certa resistência no início, sobretudo os do 2º segmento. Mas, depois, divertem-se bastante”, conta Carla Reis.

skate - home2Mesmo sem nunca ter praticado parkour, slackline ou skate, a professora preparou aulas para turmas da Educação Infantil até o 9º ano, adaptando a linguagem e a abordagem para cada faixa de idade. “Com a Educação Infantil, explorei o lado lúdico. Propus um passeio na floresta, criando uma história em que passávamos por vários obstáculos, montados com cordas e colchonetes no jardim da escola”, exemplifica.

Já com os alunos maiores, a proposta é uma aula experimental antes de introduzir a modalidade esportiva, seguida da apresentação da história e dos fundamentos básicos do esporte, com a exibição de vídeos e trechos de filmes. Depois, em uma aula teórica, é criado um circuito no qual são apresentados os movimentos. Só então é que os alunos começam a praticar. “Não temos a intenção de formar atletas, mas de levar o esporte a eles e criar uma maneira de praticarem na escola”.

Autoestima elevada e cooperação

Carla conta com o apoio e incentivo da direção da escola, e encoraja outros professores de Educação Física a se arriscar nessa proposta. “Os alunos se divertem e, até hoje, não houve nenhum acidente durante as atividades. Se o professor levar aula de forma consciente, amarrar os objetivos, não tem do que ter medo. Há muita resistência dos colegas por conta disso, mas depende do controle que se tem sobre a turma e do que se propõe a fazer com os alunos”.

skate - cadeiranteOs esportes de aventura envolvem, sobretudo, rapidez e habilidade, e neles, segundo Carla Reis, a competição é deixada de lado. “Não há preocupação com quem ganha ou perde. A vantagem é a autossuperação e a emoção encontrada nesses esportes. A cooperação é o principal: o espírito de equipe, o jogo limpo e a amizade”. Essa cooperação também é vista na relação dos estudantes com Vinícius Sousa, aluno cadeirante que participa ativamente das aulas. “Eles aprenderam que não têm que fazer as coisas pelo Vinícius, e sim desenvolver a autonomia dele. O Vinícius tem que saber manipular a cadeira nos obstáculos, amarrar os sapatos, entre outros.”.

Na escola, a professora também propõe atividades envolvendo esportes como rugby, corrida de orientação e basquete de rua. E, depois de uma oficina de capacitação promovida pelo Comitê Rio 2016, ela promete mais novidades: já está preparando uma “aula laboratório” de golbol e de futebol de cinco. “Adoro o que eu faço e me empolgo mesmo!”.

 
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