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Educação alimentar e nutricional no currículo escolar
27 Maio 2019 | Por Larissa Altoé
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A horta é um laboratório vivo para professores de diversas disciplinas na E.M. Alzira Araújo (Foto: arquivo da professora Mônica Faragasso)

A Lei 13.666, de 16 de maio de 2018, alterou a LDB para incluir a educação alimentar e nutricional no currículo escolar da Educação Básica. “O objetivo da lei é reduzir a obesidade infantil, além de assegurar informações sobre alimentação saudável aos cidadãos, desde novos”, explica Aline Ribeiro, assistente da direção do Instituto Annes Dias (Inad).

Aline ressalta que a legislação possui caráter transversal e joga luz sobre a necessidade da discussão na escola de princípios como a valorização da culinária como prática emancipatória e da promoção do autocuidado e da autonomia.

Muitos professores, de diversas disciplinas, já abordam o tema de modo criativo. Em vez da sala de aula tradicional, os estudantes são levados à horta ou à cozinha da unidade. Um exemplo é a E.M. Alzira Araújo (9ª CRE), em Campo Grande.

Quando Simone Pralon assumiu a direção em 2018, a horta estava abandonada e as ferramentas guardadas. “Achei um desperdício não ocupar uma área externa tão bonita, que herdamos do extinto Pólo de Educação pelo Trabalho. Fiz, então, um projeto para uso da verba federal do Programa Novo Mais Educação, propondo o uso da horta para ensinarmos Língua Portuguesa (vocabulário, etimologia das palavras) e Matemática (área, divisão do espaço, planta baixa). Nesse um ano e meio, os estudantes já semearam, cuidaram e colheram alface, salsinha, cebolinha, chicória, quiabo e almeirão, entre outros. Durante todo esse processo, também aprenderam História (economia brasileira baseada em grãos) e Ciências (germinação e crescimento das plantas), por exemplo”.

Mônica Faragasso, professora de Ciências e responsável pela horta na E.M. Alzira Araújo, está orientando a implantação de hortas escolares em mais 10 escolas na 6ª CRE. “Temos na E.M. Alzira Araújo o sonho de muitos professores – um laboratório vivo – que atende a todas as disciplinas. Agora mesmo, produzimos uma musse deliciosa à base de banana congelada (da merenda) e suco de beterraba (da horta). O professor de Geografia aproveitou para explicar aos estudantes a diferença entre produção em pequena e larga escala, ou seja, micro produtores e indústria.

Fórum Latino-Americano das Cidades Signatárias do Pacto de Milão

Os estudantes tiveram o capricho de enfeitar a musse com hortelã cultivada por eles, para apresentá-la como um dos produtos pedagógicos oriundos das hortas escolares durante o 1º Fórum Latino-Americano das Cidades Signatárias do Pacto de Milão. O evento acontecerá entre 29 e 31 de maio no Museu de Arte do Rio e contará com uma feira orgânica montada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação.

A musse de beterraba é um dos produtos do projeto Hortas Escolares que será apresentado no 1º Fórum Latino-Americano das Cidades Signatárias do Pacto de Milão (Foto: arquivo da professora Mônica Faragasso)

 

O Fórum busca estimular as 26 cidades da América Latina participantes do Pacto a construírem políticas públicas voltadas ao desenvolvimento de sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis. Especialistas debaterão questões como a rotulagem dos alimentos e o incentivo à agricultura urbana.

Os participantes do Fórum poderão conhecer outros produtos derivados do projeto Hortas Escolares, como minicanteiros, hortaliças orgânicas e maquete de hidroponia. Atualmente, 200 escolas cariocas participam do projeto, sendo que parte delas já possuem hortas e outras estão em fase de implantação. “As hortas escolares têm cunho pedagógico. Queremos influenciar os estudantes a adquirirem uma alimentação saudável para toda a vida. Nesse sentido, eles participam da produção do alimento, da semente ao prato”, explica Rosana Moraes, coordenadora da Gerência de Projetos de Extensão Curricular (Gpec) da SME. 

Material para professores

A equipe do Inad indica alguns materiais que podem servir de inspiração para os professores incluírem o tema em suas aulas:

1) Promoção da alimentação adequada e saudável – cadernos de atividades elaborados pelo Ministério da Saúde, que contemplam a Educação Infantil, Ensino Fundamental I e Ensino Fundamental II. 

2) Caminhos da comida e Nico e o tubérculo – vídeos para o EF I

3) Sem cantina! – vídeo para o EF II 

Além disso, as especialistas elencam alguns aspectos importantes na abordagem do tema: o sistema alimentar na sua integralidade (refletir sobre o caminho percorrido pelos alimentos e os profissionais envolvidos nesse processo); reconhecer as possibilidades de oferta de alimentos locais, assim como da cultura alimentar na qual estão inseridos os estudantes; a comensalidade (camaradagem à mesa); e refletir sobre a relação entre gênero e tarefas domésticas ligadas à alimentação no cotidiano das famílias.

A MultiRio também disponibiliza materiais acerca do tema, como o Rap da Alimentação; várias reportagens e programas com especialistas.

 
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