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Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos
17 Dezembro 2019 | Por Larissa Altoé
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Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos

Está em curso a 1ª Campanha Nacional de Prevenção da Obesidade Infantil no Brasil. Em cada dez crianças atendidas pelo SUS, três estão acima do peso.

Uma das ações da campanha é a publicação do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos, do Ministério da Saúde. Essa edição atualizada, em conformidade com os estudos mais recentes na área, possui uma linguagem simples e responde às principais dúvidas dos pais e dos profissionais que lidam com essa faixa etária no dia a dia.

A equipe do Instituto de Nutrição Annes Dias lembra que a alimentação adequada e saudável é um direito garantido por lei. Começa com o aleitamento materno e continua com a alimentação complementar. Trata-se de comida de verdade, que contribui para a saúde infantil, propiciando que as crianças cresçam e se desenvolvam em todo seu potencial, especialmente nos dois primeiros anos de vida em que novos hábitos são formados. A variedade e a forma como os alimentos são oferecidos influenciam a formação do paladar e a relação da criança com a alimentação.

A seguir, estão destacas as principais recomendações do guia.

Amamentação

A criança deve ser amamentada já na primeira hora de vida e pelos próximos dois anos. Nos primeiros seis meses, deve-se alimentar a criança apenas com leite materno sempre que possível. Não há data limite para parar de amamentar. A amamentação pode se estender pelo tempo desejado pela mulher e pela criança, desde que não haja nenhum prejuízo para ambas.

O desmame é um processo e não um mero evento; não costuma ocorrer do dia para a noite. Sob a liderança da mãe, algumas decisões e limites de acesso ao peito vão sendo gradativamente sendo impostos à criança, até a suspensão completa da amamentação.

Outros alimentos

A partir dos 6 meses, outros alimentos devem ser acrescentados à alimentação do bebê. Os alimentos in natura ou minimamente processados devem ser a base da alimentação da criança e de toda a família. Alimentos in natura são obtidos de plantas e animais e não sofrem alterações na sua composição. Os minimamente processados passam por alguma modificação, como limpeza, remoção de partes indesejáveis, divisão, moagem, secagem, fermentação, pasteurização, fermentação, congelamento ou processos semelhantes que não envolvam a adição de sal, açúcar, óleos, gorduras ou qualquer outra substância ao alimento original.

Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos

Os alimentos ultraprocessados não devem ser oferecidos à criança e devem ser evitados pelos adultos. São produzidos pela indústria por meio de várias técnicas e etapas de processamento, contendo muitos ingredientes, como sal, óleos, gorduras e aditivos (corantes artificiais, conservantes, adoçantes, aromatizantes, realçadores de sabor, entre outros). Quando consumidos em excesso, podem levar a problemas como hipertensão, obesidade, cárie dentária e câncer.

Apesar de fazerem mal à saúde, os ultraprocessados são formulados para serem extremamente saborosos, induzirem seu consumo frequente ou mesmo para criar dependência. Isso é particularmente crítico no início da vida porque a criança está formando a base de seu hábito alimentar. O consumo desses alimentos pode levar a criança a ter menos interesse pelos alimentos in natura ou minimamente processados.

Cuidado com a propaganda enganosa

É comum alguns alimentos ultraprocessados serem considerados adequados pelos adultos e oferecidos às crianças. Veja abaixo alguns exemplos entre os que contêm muito açúcar: achocolatado, bebidas açucaradas e gaseificadas (refrigerantes, sucos etc.), gelatina em pó com sabor, geleia de mocotó industrializada, iogurte com sabor e leite fermentado. Veja agora, entre os que contêm muito açúcar, sal e/ou gordura: biscoitos industrializados em geral, batata em pacote, nugget, macarrão instantâneo, pão de forma, bisnaguinha, pão de queijo pronto para assar, salsicha e sorvete industrializado.

É possível driblar a propaganda e identificar os ultraprocessados. Basta ler a lista dos ingredientes presente no rótulo.  Eles são obrigatórios, mas, normalmente, estão em letras miúdas. O primeiro ingrediente é o que está em maior quantidade no produto e, a partir daí, seguem em ordem decrescente. Se o produto tiver mais de cinco ingredientes e nomes estranhos, pouco conhecidos ou que nunca usamos em casa, trata-se de um ultraprocessado. A saúde e a energia vital agradecem se não forem consumidos.

Note a diferença entre o macarrão comum e o instantâneo. O macarrão comum tem três ingredientes – sêmola de trigo, corantes naturais de urucum e cúrcuma. Já o macarrão instantâneo possui 21 ingredientes – farinha de trigo, gordura vegetal, sal, alho em pó, regulador de acidez, carbonato de potássio e de sódio, estabilizante tripolipofosfato de sódio, pirofosfatotetrassódico e fosfato de sódio monobásico, corante sintético idêntico ao natural betacaroteno. No tempero há mais 11 ingredientes. O macarrão comum é um alimento saudável, mas o instantâneo deve ser evitado.

Alimentação brasileira é saudavelmente deliciosa

Os principais grupos dos alimentos in natura ou minimamente processados que fazem parte da alimentação brasileira são feijões; cereais; raízes e tubérculos; legumes e verduras; frutas; carnes e ovos; leite e queijos; amendoim e castanhas; condimentos naturais, especiarias, ervas frescas e secas; e água. Para uma alimentação saudável, esses alimentos devem ser preparados com pouca quantidade de ingredientes culinários processados, como sal, açúcar, óleo vegetal e vinagre.

Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 anos

 

Os especialistas que redigiram o guia afirmam que "o cuidado com a alimentação da criança é uma tarefa coletiva e compartilhada com os familiares, a escola e outros espaços de convívio da criança”. O direito à alimentação adequada e saudável é garantido pelo artigo 6º da Constituição Federal desde 2010.

A equipe do Instituto de Nutrição Annes Dias diz que no município do Rio de Janeiro, as creches públicas são espaços promotores de saúde. A alimentação oferecida tem como base alimentos in natura ou minimamente processados, como orienta o guia. São oferecidos diariamente arroz, feijão, carnes e ovos, hortaliças, frutas e cereais. Não são oferecidos doces, guloseimas, frituras, sucos artificiais, refrigerantes, enlatados, alimentos instantâneos e outros que não devem fazer parte da alimentação das crianças.

 
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