ACESSIBILIDADE
Acessibilidade: Aumentar Fonte
Acessibilidade: Tamanho Padrão de Fonte
Acessibilidade: Diminuir Fonte
Youtube
Facebook
Instagram
Twitter
Ícone do Tik Tok

Brincar ajuda a desenvolver
10 Abril 2014 | Por Larissa Altoé
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp

Ana Paula Abreu 3553 1valendoArtigo de 2013 orientado pela professora Maria Vitória Maia, da Faculdade de Educação da UFRJ, afirma que “a brincadeira é a forma como a criança interage e constrói conhecimento sobre si e o mundo. (...) O ato de brincar entre crianças é um momento em que todos podem ser englobados”. 

Essa informação não é diferente para crianças com deficiência intelectual, mas adaptações simples – porém planejadas – em jogos que existem no mercado auxiliam no desenvolvimento delas.

A pedido do Movimento Down, terapeutas e pedagogos da UFRJ se perguntaram que conceitos eram trabalhados em diferentes brinquedos disponíveis nas lojas e como eles poderiam ficar acessíveis às crianças com deficiência intelectual. Como resultado, diminuíram a quantidade de informação das regras, usaram letras grandes, símbolos e modificaram o tamanho das peças, aumentando o tabuleiro ou engrossando a espada do pirata, por exemplo. Nesse projeto foram adaptados 40 jogos.

Desde o início do ano, esses jogos são usados pelas crianças em um espaço especial – a Brinquedoteca, que acaba de ser construída no Instituto de Pediatria Martagão Gesteira, na Ilha do Fundão. Qualquer criança com deficiência pode se inscrever para ser atendida na Brinquedoteca, com a supervisão de estagiários do curso de Terapia Ocupacional e de um profissional da UFRJ. 

A coordenadora do projeto TO Brincando, professora doutora Miryam Pelosi, explica que o objetivo desse atendimento que parece simples brincadeira é contribuir para o desenvolvimento das crianças (TO, no caso, é de Terapia Ocupacional). Atualmente, 20 delas estão sendo atendidas, mas a capacidade é para até 160 inscritos.
pizzaria valendo 2
Todos ali são agrupados de acordo com a idade e as necessidades. A maioria está matriculada em escolas regulares, e um caderno com orientações sobre seu desenvolvimento circula entre a UFRJ, a família e a escola, em um trabalho de inclusão. O atendimento é de uma hora semanal, e os 30 minutos finais incluem os responsáveis, para que seja passado a eles o que foi trabalhado. A família também aprende a brincar de um modo que a criança acompanhe e seja estimulada positivamente. Dez desses jogos adaptados estão disponíveis no site do Movimento Down. Há, ainda, guias que mostram aos pais e profissionais como usar o material.

Tecnologia assistiva

O profissional que trabalha com pessoas com dificuldade comunicativa tem outro endereço eletrônico que merece ser conhecido e utilizado. É o Portal Assistiva, que disponibiliza para download gratuito atividades pedagógicas, pranchas de comunicação, jogos, histórias e softwares. Todo o material do site é produzido pelos professores e alunos do curso de Terapia Ocupacional da UFRJ. O termo tecnologia assistiva é novo e designa recursos e serviços que ampliam habilidades de pessoas com deficiência.

O Instituto Municipal Helena Antipoff, responsável pela implementação e acompanhamento das políticas públicas da Educação Especial para a cidade do Rio de Janeiro, esclarece que “a pessoa com deficiência intelectual apresenta um padrão diferenciado de desenvolvimento cognitivo, possui uma diferença nos processos evolutivos de personalidade, tem dificuldade na capacidade de aprender, na constituição de sua autonomia e nos processos de relação com o mundo. A forma de organização dessas pessoas é qualitativamente diferente da de seus pares da mesma idade, o que as faz peculiares em sua forma de perceber e estar no mundo”.

De acordo com a psicóloga e pedagoga Marina da Silveira Rodrigues Almeida, do Instituto Inclusão Brasil, as causas para que uma criança tenha deficiência intelectual são muitas, sendo as mais comuns as de ordem genética (síndrome de Down, entre outras); ocorrências na gravidez (mãe alcoólica ou que contraia infecção); falta de oxigênio para o bebê durante o nascimento; complicações de doenças infantis, como sarampo ou meningite; má nutrição extrema ou exposição a substâncias nocivas à saúde, como mercúrio ou chumbo.

Segundo Marina Almeida, as situações apontadas acima constituem risco de maior ou menor gravidade, mas não produzem, por elas mesmas, deficiência intelectual.

O site da Apae de São Paulo esclarece que “um dos maiores desafios enfrentados pelos pesquisadores da área é que, em grande parte dos casos estudados, a alteração no desempenho cerebral não tem uma causa conhecida ou identificada. Muitas vezes não se chega a estabelecer claramente a origem da deficiência”.

No Brasil, o diagnóstico de deficiência intelectual é competência da área da Saúde. Os profissionais de Educação trabalham de maneira cooperativa, viabilizando ações que garantam o pleno desenvolvimento desse sujeito.

Rede Municipal de Ensino

O Instituto Helena Antipoff orienta os professores sobre um aspecto importante ao lidar com alunos que possuam deficiência intelectual: eles têm os mesmos interesses dos colegas de sua faixa etária. Não se trabalha atualmente com a ideia de “idade mental”.

O IHA acrescenta que “é direito do aluno público-alvo da Educação Especial ter suas necessidades pedagógicas atendidas por meio do currículo da Secretaria Municipal de Educação, além do uso das adaptações de recursos como, por exemplo, testes e provas lidos por um ledor, para que seja possível a interpretação e a resolução de questões. Isso não significa que a escola perderá de vista o foco na alfabetização do aluno”.

A visão inicial que se forma sobre uma criança com atraso cognitivo pode – e, muitas vezes, precisa – mudar e evoluir, porque à medida que ela cresce e aprende, constrói seu caminho, experimentando e se constituindo por meio de suas próprias iniciativas e percurso, de acordo com as necessidades, anseios e desejos dela própria, dos profissionais e da família.

InclusiveEu-Logo-DefIntelectual

 
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp