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Produção de vídeos em sala de aula: ideia que deu certo
02 Setembro 2014 | Por Larissa Altoé
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3x4Cristiane Guntensperger, professora da Escola Municipal Francisco Oliveira Viana, acredita que, se os alunos gostam tanto de equipamentos eletrônicos em geral, e de aparelhos celulares em particular, esses itens devem ser usados em favor do aprendizado. Ela coloca essa ideia em prática durante suas aulas de Língua Portuguesa para três turmas do 9º ano da unidade escolar, que pertence à 4ª CRE, na divisa de Brás de Pina com Cordovil, bairros da Zona Norte do Rio de Janeiro. 

Há três anos Cristiane realiza esse trabalho, durante um bimestre letivo, com alunos entre 14 e 16 anos, que fazem um filme eles próprios, gravado com o celular. Começam estudando a estrutura do conto, no Caderno Pedagógico da Prefeitura, e assistem a um vídeo sobre esse tema na Educopédia. A seguir, a professora apresenta exemplos de contos criados por autores famosos, como Machado de Assis, Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade, que os alunos leem apenas até o momento do clímax. Então, dividida em duplas, a turma tem a missão de escrever um final, resolvendo a seu modo a situação-problema colocada pelo autor.

O conto inédito, resultado dessa etapa, é transformado em roteiro. A professora dá dicas: “Explico que não adianta colocar uma floresta, se eles não terão condições de filmá-la, e que é preciso pensar em algo possível de realizar”. Com o roteiro resolvido, a turma parte para as gravações, utilizando celulares.

Noções de edição e legendagem

Cristiane ensina os alunos a usar o Movie Maker (programa para edição de vídeos do Windows) e o recurso da legenda. Aliás, todos os curtas produzidos devem ser legendados, pois, assim, trabalha-se o conceito de inclusão e cria-se mais uma oportunidade de exercitar o texto escrito.

No final do bimestre, a turma faz uma sessão, com direito a pipoca, para assistir às produções em sala de aula, projetadas com o data show no quadro branco. Segundo a professora, os alunos “amam se ver, e com o distanciamento proporcionado pela gravação, perdem a timidez”.

Durante o processo, os textos são corrigidos para toda a classe, sem que se destaque o nome dos autores, mas os erros em si, buscando melhorar a qualidade. São trabalhadas, também, a criatividade, a ortografia e a adequação de palavras para paródia ao Hinosituações específicas. Aquelas que não cabem em determinado contexto são substituídas por outras.

As primeiras ideias para as histórias invariavelmente se referem à violência ou ao amor. A professora pede que experimentem novos assuntos, tragam argumentos diferentes. Em 2013, houve história de casa mal-assombrada e de um assassinato que, na verdade, se passava na mente de uma pessoa que estava jogando Detetive.

Usar fatos da atualidade: outra estratégia certeira das aulas de Português

Durante a Copa do Mundo no Brasil, por exemplo, Cristiane trabalhou o Hino Nacional, decifrando em primeiro lugar a letra parnasiana e, em um segundo momento, propondo que fizessem uma paródia à letra, trazendo para situações atuais.

Ao corrigir as novas versões do Hino, a professora verificou problemas com a concordância verbal. Ótima oportunidade para que a aula de Gramática pudesse oferecer subsídios, gerando, assim, mais eficiência no uso da norma culta. “Os adolescentes são muito questionadores, mas a contestação deve ter fundamentos, ser bem embasada, para que tenha mais chance de ser ouvida ou lida.”

 
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