Um dos elementos que sinaliza a chegada do Natal é sua tradicional trilha sonora. Entre as mais famosas está Noite Feliz, escrita por um padre austríaco em 1818 e que só em 1912 ganhou uma versão em português. Das músicas natalinas escritas no Brasil, a mais popular é uma marchinha de 1933 e se chama Boas Festas. Difícil encontrar quem a reconheça pelo nome, mas basta cantar os versos iniciais que todo mundo se lembra: “Anoiteceu, o sino gemeu, e a gente ficou feliz a rezar...” Seu autor é Assis Valente, autor de sucessos gravados por uma ampla gama de cantores, que vai de Carmen Miranda aos Novos Baianos.
Outra que também é bastante conhecida se chama Natal das Crianças, uma composição do sambista Blecaute, e diz: “Natal, Natal das Crianças, Natal da noite de luz...” Ou, ainda, a valsa O Velhinho, de Otávio Babo Filho: “Botei meu sapatinho na janela do quintal”, homenagem à boa memória de Papai Noel, que “não se esquece de ninguém”. Embora com composições que não chegaram aos dias de hoje, diversos mestres da MPB tiveram, também, pelo menos uma obra dedicada ao Natal, como Braguinha, Herivelto Martins, Ataulfo Alves, Luiz Gonzaga e até Adoniran Barbosa.
Concorre a um dos mais genuínos exemplares da celebração brasileira do Natal uma canção gravada por Marisa Monte, no álbum Mais, em 1991. No último verso, ela faz um convite: “Borboleta pequenina saia fora do rosal, venha ver quanta alegria que hoje é noite de Natal”. Borboleta Bonitinha (ou, simplesmente, Borboleta, como rebatizado pela cantora) é um pastoril, gênero típico do folclore nordestino dedicado ao nascimento do Menino Jesus. De origem portuguesa, o também chamado folguedo reúne grupos de pastoras que se apresentam, cantando e dançando, sempre em trajes azuis ou vermelhos, diante do presépio.