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Enxergando potencialidades
29 Novembro -0001 | Por Luís Alberto Prado
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Fundada em 1952 como parte do Hospital Oscar Clarck, a Escola Especial Municipal Francisco de Castro só recebeu esta denominação no ano seguinte. Dois anos depois ganhou vida própria, e em 1957 se tornou o primeiro Centro de Orientação e Controle de alunos excepcionais. Após algumas mudanças, já em 1993, a construção do prédio da escola foi finalizada, e lá ela funciona até os dias de hoje.

Com essa existência longeva, de acordo com Daniele Cataldi Fernadez, diretora da escola, não há como ter um número preciso de alunos que passaram pela instituição. “Hoje temos 129 alunos, 84 de classe especial e 45 do Projeto de Educação de Jovens e Adultos (Peja). As idades variam de 6 a 65 anos, contando com os responsáveis que estudam no Peja.”

Atualmente, 35 pessoas, divididas entre direção, professores, funcionários de apoio, merendeiras e agente administrativo, cuidam de seu pleno funcionamento. A escola entende que, como instituição de educação, todos os funcionários estão envolvidos no processo educativo. A instituição funciona em regime parcial, em dois turnos de quatro horas e meia.

O projeto político-pedagógico (PPP) reconfigura a ação pedagógica para o trabalho com oficinas, nas quais dispositivos pedagógicos dinamizam o processo ensino-aprendizagem e estimulam o engajamento criativo e social de seus integrantes. São espaços de construção de conhecimentos que diminuem a distância entre educador e educando, entre o saber científico e o popular.

“Essas oficinas são planejadas e executadas a partir das necessidades educacionais especiais dos alunos, sua faixa etária e as orientações curriculares da Secretaria Municipal de Educação e Gerência de Ensino de Jovens e Adultos (Geja). Utilizamos como instrumentos para participação plena e efetiva dos alunos na escola e na sociedade as adaptações curriculares extremas, as adaptações de acesso ao currículo, a construção de um currículo funcional e as adaptações físicas. Também usamos temas coletivos para dar unidade ao desenvolvimento de todas as oficinas e promover as culminâncias, que acontecem em uma atividade de cunho cultural e/ou social que envolve toda a comunidade escolar, sempre estabelecendo parcerias com instituições ligadas direta ou indiretamente à escola”, esclarece Daniele Fernandez.

Rotina e aprendizagem

Ao chegar à escola, o aluno tem o desjejum ou almoço, dependendo do horário da entrada, e se dirige para as atividades dos projetos de oficinas pedagógicas: informação, lógica, ludicidade e comunicação, ou oficinas de produção (culinária, multimídia e meio ambiente), onde são desenvolvidas atividades baseadas na comunicação e autonomia a partir das adaptações das orientações curriculares.

O aluno tem atendimento de Música, Educação Física e Artes Visuais nos dias determinados pela Secretaria Municipal de Educação. Nesses dias são atendidos somente pelos professores das respectivas disciplinas.

A avaliação em relação ao desenvolvimento dos alunos em sala de aula é produzida pelos professores, que fazem uma avaliação processual do desenvolvimento global do aluno em relatório oficial produzido pelo Instituto Helena Antipoff.

A partir dos objetivos traçados individualmente para cada aluno, os professores desenvolvem ações em busca de sua comunicação e autonomia, tendo como apoio os conteúdos apresentados. O processo é registrado e utilizado como avaliação diagnóstica para a realização do replanejamento das ações pedagógicas.

A Escola Especial Municipal Francisco de Castro foi construída já se pensando na acessibilidade, para atender alunos com múltiplas deficiências e transtornos globais do desenvolvimento. Tudo para melhor assistir as especificidades da pessoa com deficiência.

Sua estrutura física é formada por dez salas de aula, uma sala de Educação Física, uma sala de Música, outra para Leitura e uma de Recursos, um pátio interno e uma quadra externa. A escola possui adaptações arquitetônicas com rampas de acesso aos pavimentos, banheiros adaptados, barras de apoio nos corredores, rampas e salas de aula e sinalização dos degraus da escada. Além destas adaptações, a instituição é toda sinalizada com símbolos da Comunicação Alternativa Ampliada, indicando os espaços da escola.

Sobre a participação da família no processo de aprendizado dos alunos, a diretora acredita que ela tem um papel fundamental na construção do projeto pedagógico da escola. “É a família que traz informações a respeito dos interesses dos alunos e seu cotidiano, pois eles necessitam, em sua maioria, da construção de um código de comunicação, e para se utilizar desta comunicação é necessário que ela esteja presente em todas as situações da sua vida diária. Os responsáveis colaboram nas culminâncias dos projetos e eventos culturais promovidos pela escola”, explica Daniele.

Além disso, os responsáveis também participam de ações específicas, tais como festas, palestras e atividades culturais. “Fora isso, sua participação se dá a partir da construção conjunta do conhecimento do aluno, por meio de atividades realizadas em casa.”

Na opinião da diretora, a escola foi contemplada com o prêmio por vários fatores, inclusive devido à preocupação com a educação inclusiva.

“A razão que levou a nossa escola a ganhar o Prêmio Qualidade em Educação foi a sintonia do trabalho pedagógico com as aspirações de alunos e responsáveis. A Educação Inclusiva é o elo entre as necessidades dos alunos, as aspirações da família e o conhecimento técnico e comprometimento dos profissionais de nossa escola”, observa Daniele.

Sobre o relacionamento dos alunos portadores de deficiência com os demais, a escola preconiza que lá não se enxerga deficiência, e sim, potencialidades. O aluno se relaciona com os demais e com a comunidade como qualquer outra pessoa, mesmo que necessite de adaptações ou mediação para esta interação.

 
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