11/12/2024
As animações Saci e Matinta Perera, da série Juro que Vi, foram selecionadas em edital para integrar o catálogo da nova plataforma pública de streaming do MinC.
Notícias
27/11/2024
Projeto desenvolvido pela MultiRio com a Gerência de Relações Étnico-Raciais, a GERER, da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.
O Que Você Faria?
25/11/2024
O acordo inclui, entre outras iniciativas, a integração de escolas municipais de Caxias à ANDAR – Agência de Notícias dos Alunos da Rede.
Notícias
19/12/2024
O que é a Matemática, afinal? Como tornar essa disciplina mais interessante e acessível para os alunos? Uma conversa sobre os desafios e as possibilidades do ensino de Matemática com Rodrigo Morozetti, da Innovamat, e Gabriel Cacau, diretor do GET Ceará.
Tem Matemática!
16/12/2024
Já ouviu falar em mentalidades matemáticas? Os professores Vinícius Mano e Anderson Rocha são os convidados para uma conversa sobre como desenvolver um pensamento crítico, criativo e confiante em Matemática.
Tem Matemática!
13/12/2024
O mundo digital invadiu a vida da maioria das pessoas. Não é diferente com os professores. E alguns deles estão tendo vantagens nesse ambiente. Venha conhecer o modo infoprofessor de ser.
Reportagens
12/12/2024
Já imaginou que a Arte e a Matemática podem caminhar juntas na aprendizagem? Confira o bate-papo com as professoras Katia Nunes e Ana Clara Rodrigues.
Tem Matemática!
O Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, em Salvador, era o mais antigo fundado no Brasil, e servia como local de recolhimento para mulheres consideradas “de má fama”, solteiras ou casadas, geralmente enclausuradas por pais e maridos que, ou não queriam deixá-las sozinhas, ou achavam que mereciam alguma punição.
Joana Angélica de Jesus, aos 20 anos, foi aceita no Convento da Lapa em caráter de exceção. Filha única de uma família soteropolitana abastada, escolheu ser freira, dedicando-se ao atendimento comunitário. Foi escrivã e vigária do convento, e eleita, por duas vezes, sua abadessa, cargo de alto prestígio na liturgia católica. Numa sociedade extremamente patriarcal com práticas de silenciamento de vozes femininas, Joana Angélica destacava-se como forte liderança.
Quando a madre superiora tinha 60 anos de idade, as mudanças causadas pela Revolução do Porto afetaram a política da província baiana, e crescia o sentimento antilusitano e emancipatório. A nomeação de um militar português para a Guarda das Armas gerou revolta a ponto de a população apedrejar uma procissão de europeus.
Neste cenário de guerra pela Independência da Bahia, em 19 de Fevereiro de 1822, os tiros chegaram ao Campo da Pólvora, quando os brasileiros, militares e civis, com pouco armamento e temendo os soldados portugueses, fugiram para as matas do Tororó.
Os soldados das forças portuguesas depararam-se com o Convento da Lapa e imaginaram que ali os fugitivos se escondiam. Ao arrombarem o portão, Joana Angélica surgiu à frente para impedir que invadissem o interior. Um dos soldados deferiu-lhe um golpe de baioneta no ventre, e a madre caiu ensanguentada. Não resistiu ao ferimento, vindo a falecer no dia seguinte.
A notícia do assassinato de Joana Angélica espalhou-se, aumentando a revolta contra o domínio português. A intensa comoção ecoou até a capital Rio de Janeiro, onde ocorreu uma missa pelo 30º dia de sua morte. Compareceram, trajando luto, o Príncipe Regente Dom Pedro e a Princesa Leopoldina.
A historiografia oficial desde cedo considera Joana Angélica de Jesus a primeira martirizada na luta pela independência do Brasil, como vítima de seu dever e mártir de sua fé. Sua morte traz forte significado cívico e religioso, e sua memória é preservada no mesmo Convento de Nossa Senhora da Conceição Lapa, localizado em avenida com seu nome na região central de Salvador, onde se encontra seu mausoléu. Em 2001, o convento deu início à solicitação para a beatificação de Joana Angélica de Jesus pela Igreja Católica. As pesquisas seguem seu curso e aguardam análises em arquivos e bibliotecas portuguesas de Lisboa e Coimbra.
Fontes:
MOTA, Ana Claudia de A.A. “Documentos avulsos do Convento da Lapa (Salvador, Bahia, séculos XVIII e XIX): edição e estudo”. Ana Cláudia de Ataída Almeida Mota; orientador Silvio de Almeida Toledo Neto. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduaçãoo em Filologia e Língua Portuguesa. Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da FFLCH da USP - São Paulo, 2011.
SANTOS, Antônia da Silva. “Joana Angélica, saindo dos papéis à beatificação”. Anais do XV Congresso Nacional de Linguística e Filologia. Cadernos do CNLF, Vol. XV, Nº 5, t. 2. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2011.