O evento comemorativo dos 30 anos da MultiRio, no Museu de Arte do Rio (MAR), na praça Mauá, em 18 de outubro, congregou autoridades municipais, professores, estudantes e funcionários da MultiRio em torno de palestras como “Construindo competências para o mundo atual: educação mediática na sociedade digital", com Sara Pereira, pesquisadora da Universidade do Minho, em Portugal; “A Escola e a Inteligência Artificial”, com Priscila Lima (UFRJ), e Adriana Bruno (UniRio); “GETs: abrindo as portas para a inovação”, com Adriano Giglio, subsecretário de Ensino, Débora Garofalo, diretora de Inovação da MultiRio, e professores articuladores dos colaboratórios. Além do lançamento de E agora? - um rolé digital, o mais novo projeto da MultiRio com a Secretaria Municipal de Educação (SME) e a Secretaria Municipal de Integridade, Transparência e Proteção de Dados (SMIT), rodas de conversa sobre boas práticas em midiaeducação e sobre a produção audiovisual de alunos da Rede Municipal de Ensino do Rio.
Abaixo, as principais contribuições das reflexões para o dia a dia da comunidade escolar.
Sara Pereira é pesquisadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho. Ela leciona sobre letramento midiático e tem como uma de suas principais áreas de investigação a relação entre crianças, jovens e a mídia.
“As pesquisas que desenvolvi revelaram que a cultura participativa de crianças e jovens é baixa. A relação com as mídias não é apenas uma questão de acesso, mas de desenvolver nas crianças e jovens a habilidade de usar a informação como conhecimento”, afirmou Sara.
Para a pesquisadora, a escola não pode ficar longe das “questões vivas”. O que está acontecendo no mundo da criança precisa ter lugar na sala de aula, defende Sara. “Os professores podem ajudar os estudantes a desenvolverem a capacidade de ler o mundo atual, que é profundamente midiatizado”, ressaltou ela.
Na educação infantil, Sara deu o exemplo da atividade que apresenta determinada história sob diversos pontos de vista, citando Chapeuzinho Vermelho (a história é diferente dependendo de qual personagem a conta – a vó, o lobo, chapeuzinho ou o lenhador). “Dessa forma, mostramos às crianças que a mesma história tem diferentes perspectivas e que se buscamos informações em fontes diversas, nossas chances de compreender melhor o que está se passando aumenta”, exemplificou ela.
Outra ideia trazida por Sara para promover a participação cidadã dos estudantes desde cedo é utilizar o início ou o fim da aula para abordar assuntos da atualidade na escola. “Pode-se pegar cinco minutos iniciais ou finais para que os estudantes respondam à pergunta: o que está acontecendo no mundo? De início, eles estranham, mas depois participam, se expressam, e é preciso dizer que continuem a conversa após a aula, já que o programa escolar deve ser cumprido”.
Sara Pereira coordena o projeto bYou, promotor da ideia de que uma das tarefas mais importantes dos educadores é auxiliar os estudantes a se expressarem. Não à toa bYou vem de “be you” (seja você, em Inglês) e também “by you” (por você). Vale visitar o site e participar dessa experiência. É possível enviar produções em diversas mídias para O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.. Pessoas de até 18 anos que se expressem em Língua Portuguesa podem participar. Para mais detalhes, assista ao vídeo da página principal do site e leia a sessão “mural”.
A escola e a Inteligência Artificial (IA)
A parte do evento de aniversário da MultiRio dedicada à inteligência artificial e suas relações com a educação teve a participação de Priscila Lima, professora do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da UFRJ; e de Adriana Bruno, professora da UniRio e coordenadora do grupo de pesquisas Aprendizagem em Rede (GRUPAR).
Priscila fez uma retrospectiva de como chegamos ao ChatGPT e ferramentas semelhantes. “IA é uma área em permanente delineação, cujas bases remontam ao século XX. A escola deve atuar em três camadas: sensibilização, conscientização e letramento.”, disse a especialista.
Adriana Bruno lembrou que já estamos diante de várias IAs generativas disponíveis, mas que é preciso cautela, pois os resultados fornecidos por esse tipo de tecnologia, muitas vezes, ainda são imprecisos e incorretos. Segundo Adriana, há consenso de que que se trata de uma tecnologia revolucionária, mas ninguém sabe precisamente como será essa revolução.
A experiência de dois professores articuladores de GET
No evento foi possível conhecer também o trabalho desenvolvido em dois Ginásios Educacionais Tecnológicos (GET). Roselaine Silveira, professora articuladora do GET Max Fleiuss (6ª CRE), na Pavuna; e Luiz Gustavo Queiroz, P.A. do GET Marechal Mascarenhas de Moraes (1ª CRE), no Caju, falaram sobre a experiência desse novo jeito de lecionar no dia a dia da escola.
Roselaine relatou que os recursos disponíveis nos colaboratórios são "fantásticos": notebooks, impressora 3D e máquina de costura, entre outros. “E o material didático GET na Prática traz percursos inspiracionais para apresentar os recursos disponíveis no colaboratório”, disse ela.
Para o professor Luiz Gustavo Queiroz “o trabalho nos colaboratórios dos GETs dá significado ao processos de ensino e de aprendizagem, tornando o conhecimento palpável para os estudantes. Para o conceito de plano cartesiano, por exemplo, posso usar tanto o scratch quanto o ponto cruz”. Scratch é uma linguagem de programação voltada para crianças e jovens, disponível em um site gratuito na internet.
Adriano Giglio, subsecretário de Ensino, explicou que os GETs “contribuem para a atualização da escola pública de ensino fundamental, reposicionando professores e estudantes com uma proposta de trabalho na qual as crianças e adolescentes constroem seus conhecimentos mediados pelos professores”. Atualmente, são 75 GETs em funcionamento.
Débora Garofalo, diretora de Inovação pedagógica da MultiRio, ressaltou que os GETs constituem a construção de uma “política pública pioneira e inovadora, baseada nas tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), na cultura digital, e no pensamento computacional”.
Plataforma digital trabalha proteção de dados com os estudantes
E Agora? - um rolé digital é o nome da plataforma digital lançada pela MultiRio, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME) e a Secretaria Municipal de Integridade, Transparência e Proteção de Dados (SMIT), durante a comemoração dos seus 30 anos. A iniciativa apresenta histórias online interativas e ilustradas. Os percursos – inspirados em jogos do tipo RPG – trazem reflexões sobre segurança digital, cyberbulling e golpes na internet. O projeto teve a colaboração de estudantes do GET Cardeal Leme (1ª CRE), em Benfica, e possui uma linguagem voltada para esse público.
O projeto foi desenvolvido em colaboração com as secretarias municipais de Educação (SME) e de Integridade, Transparência e Proteção de Dados (SMIT).
Vídeos das palestras na íntegra
Se interessou pelas ideias da pesquisadora Sara Pereira e gostaria de saber um pouco mais? É possível assistir à participação da especialista no evento dos 30 anos da MultiRio. Clique aqui e vá até 49’37’’ do vídeo.
As outras atrações da parte da manhã também estão nesse mesmo link, como as palestras sobre Inteligência Artificial (IA) de Priscila Lima (UFRJ); e Adriana Bruno (UniRio).
A parte da tarde do evento também está disponível neste link. Você pode conferir como foram os seguintes momentos:
- GETs: abrindo as portas para a inovação;
- E Agora? Um rolé digital (o mais novo projeto da MultiRio que envolve segurança de dados para crianças e adolescentes);
- Boas Práticas em Midiaeducação (experiências escolares da Rede);
- Escola, Câmera, Ação (conversa acerca de filmes produzidos na Rede que foram selecionados para o Festival do Rio).
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