A Copa do Mundo é tempo de receber milhares de turistas, de jornalistas, de times participantes e suas equipes e de estabelecer trocas culturais. Então, que tal saber um pouco mais sobre os países das seleções que estarão jogando o Mundial de 2014? Você sabe, por exemplo, qual deles tem uma capital que está afundando? Ou o que nossa história tem em comum com a de Camarões? Ficou intrigado? Então, acompanhe, aqui no Portal, a série jornalística Curiosidades sobre os Países da Copa.
Croácia – Com sua peculiar camisa xadrez vermelha e branca e seu futebol herdeiro da antiga seleção da Iugoslávia, a Croácia é um país que tem aproximadamente o mesmo tamanho da Paraíba e uma população um pouco maior que a do estado nordestino (cerca de 4,5 milhões de habitantes). Sua costa – banhada pelo Mar Adriático, com mais de mil ilhas e recortada por diversas baías e penínsulas – recebeu grande influência italiana. Lá, a pizza é uma iguaria superpopular e é comida a qualquer hora, até no café da manhã! Em algumas cidades, há, inclusive, o hábito de se pendurar roupas na janela, no melhor estilo napolitano. Apesar desse aspecto latino da região costeira, a língua falada no país, o croata, é de origem eslava e a região continental, onde fica a capital Zagreb, tem forte influência da cultura austro-húngara.
México – O país da tequila, do taco, do guacamole, do nacho e do chilli é ligeiramente maior que os estados do Amazonas e Mato Grosso do Sul juntos, e tem uma população superior a 114 milhões de habitantes. Sua capital – atualmente, a maior cidade da América do Norte – cresceu a partir da sede do Império Asteca (Tenochtitlan) e está afundando uma média de sete centímetros por ano (em alguns bairros chega a 40 centímetros). Isso ocorre porque a Cidade do México foi erguida sobre o antigo Lago Texcoco, cujo solo frágil não tem suportado o peso das construções que abrigam os quase 20 milhões de pessoas que moram na região metropolitana. A questão ainda é agravada pela extração da água do lençol freático que corre sob o lago.
A festividade mais popular do país é a de Finados. As celebrações começam em outubro e avançam até a primeira semana de novembro. Nessa época, há um grande comércio de produtos relacionados à morte, como os crânios de açúcar tão apreciados pelas crianças. Grupos de pessoas também saem fantasiados nas ruas. Um ditado popular mexicano define bem a data, celebrada como uma espécie de carnaval: “Ao morto, a sepultura e, ao vivo, a travessura”.
Camarões – Tal como o Brasil, o país foi “descoberto” pelos portugueses e tem esse nome graças a eles, que batizaram o Rio Wouri de Rio dos Camarões em razão da grande quantidade desses crustáceos encontrada no local, quando chegaram, em 1472. Por causa da malária, não colonizaram a região – apenas viajavam até lá para capturar escravos, como outros países europeus faziam também. Só por volta de 1870, quando o quinino – substância usada no tratamento da doença – já era abundantemente fabricado, é que os alemães ocuparam o território de Camarões. Após a Primeira Guerra Mundial, a colônia foi dividida entre a França, que ficou com a maior parte, e a Inglaterra. Por isso, o francês e o inglês são as línguas oficiais do país, que fala 24 outros dialetos e tem 80 etnias, entre elas os árabes, os bantos e os pigmeus Baka. A população é aproximadamente a mesma de Minas Gerais – cerca de 20 milhões de habitantes –, mas o território é pouco menor que o desse estado. O ndolé – feito à base de carne ou peixe, pimenta e amendoim –, o cuscuz de milho e a carne com cogumelos são alguns dos pratos típicos.
Espanha – É pouco menor que Minas Gerais e abriga uma população pouco maior que a do estado de São Paulo – cerca de 46 milhões. É o segundo maior país da Europa Ocidental, mas, se quisermos “fazer justiça”, não se pode dizer que ele seja apenas europeu. Afinal, as cidades autônomas de Ceuta e Melilla, assim como o arquipélago das Ilhas Canárias, localizados na África, integram seu território. Aliás, os laços da Espanha com o continente africano são antigos. Os mouros tiveram o domínio da região (que chamavam de Al-Andaluz) por mais de 700 anos, entre os séculos VIII e XV. O complexo de palácios de Alhambra, construído por eles na cidade de Granada, é o monumento histórico mais visitado do país.
O comércio da maioria das cidades fecha para a hora da siesta (após o almoço) por duas, três e até mesmo quatro horas, reabrindo até as 20h ou 21h. Talvez seja por isso que, no país da dança flamenca e de La Roja – como chamam sua seleção – se tenha o hábito de jantar tão tarde, por volta das 22h. Pratos à base de frutos do mar são muito comuns na mesa do espanhol, que adora beliscar os famosos tapas (petiscos) e tem orgulho de seu presunto pata negra e de seus vinhos Rioja e Jerez. Embora o idioma oficial do país seja o castelhano, várias regiões falam línguas próprias, como o basco, o galego, o catalão, o aranês e o valenciano.
Holanda – Mais de um terço do território deste país, uma monarquia parlamentarista, está localizado abaixo do nível do mar. Com 1.280 pontes, a capital, Amsterdã, é rodeada por cem quilômetros de canais (construídos no século XVII), que lhe valeram a alcunha de Veneza do Norte. A cidade de Roterdã, que abriga o maior porto da Europa, é considerada um dos dez lugares do mundo mais vulneráveis à elevação do nível do mar.
Com aproximadamente o mesmo tamanho e população (cerca de 16 milhões) do estado do Rio de Janeiro, a Holanda não se considera apenas o país das tulipas, dos moinhos de vento, dos tamancos de bico arrebitado e da cerâmica de Delft, mas também dos queijos! Afinal, as vacas holandesas são consideradas as mais leiteiras do mundo, além da iguaria ser fabricada por eles desde antes do imperador romano Júlio César chegar por aquelas bandas. Além do gouda e do edam, o maasdammer (com nozes) e o frísia (com cominho e cravo) são alguns dos queijos típicos desse país, cuja seleção de futebol usa uniforme laranja – cor da Dinastia de Orange, iniciada em 1554 e que perdura até os dias atuais.
Chile – Localizado entre o Oceano Pacífico e a Cordilheira dos Andes, é conhecido como o país dos vulcões e do deserto mais seco do planeta: o Atacama, cuja região central passa séculos sem receber uma gota de chuva. Tal como a Espanha, se estende por dois continentes: América do Sul e Oceania, onde está localizada a Ilha de Páscoa, conhecida por suas esculturas monumentais (chamadas de moais), talhadas em pedra pelos Rapa Nui, civilização que lá habitava antes da chegada dos europeus. Seu território é do tamanho dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba juntos e tem uma população um pouco maior que a do estado do Rio de Janeiro (cerca de 17 milhões). É o quinto maior produtor de vinhos do mundo, sendo o cabernet sauvignon, fabricado a partir da uva de mesmo nome, o de maior prestígio no país.
Austrália – O sexto maior país do mundo, pouco menor que o Brasil, é também um dos mais secos e singulares do planeta. Só lá vivem espécies animais como o canguru, o coala e o ornitorrinco. É também em sua costa voltada para o Oceano Pacífico que fica a maior estrutura da Terra feita unicamente por organismos vivos: a Grande Barreira de Coral. A Austrália possui seis desertos e tem um solo com alto índice de salinidade –resquício de quando o mar cobria a maior parte de seu território. Em consequência, suas águas subterrâneas costumam ser salgadas.
No país de cerca de 23 milhões de habitantes, é contínua a preocupação com o abastecimento de água doce. Habitada originalmente pelos aborígenes, a colonização da Austrália pelos ingleses começou logo após a independência dos Estados Unidos (1776), como uma colônia penal. A maioria dos ex-prisioneiros, após cumprirem suas penas, por lá permaneciam. Hoje, o país tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,983, o segundo maior do mundo, e continua integrando a Comunidade Britânica.
