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“Hanseníase tem cura e o preconceito também”
29 Julho 2014 | Por Larissa Altoé
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cartaz campanha hanseníaseA hanseníase ainda é um problema de saúde pública no Brasil. As regiões que apresentam maior número de casos são Norte, Centro-Oeste e Nordeste. O Rio de Janeiro também possui algumas áreas com grande detecção, como em Campo Grande, Santa Cruz, Paciência e Bangu, nas Zonas Oeste e Norte.

O Ministério da Saúde está fazendo campanha nacional informando a população acerca dos sintomas e das formas de tratamento oferecidos gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde. Hanseníase tem cura e, depois da primeira dose do remédio, o paciente não a transmite mais.

A equipe da Gerência de Dermatologia Sanitária do município do Rio de Janeiro respondeu às perguntas do Portal MultiRio, esclarecendo sobre a doença, seus sintomas e o tipo de tratamento recomendado.

O que é hanseníase?

É uma doença infecciosa de evolução longa, que atinge crianças, adultos ou idosos, de ambos os sexos. Afeta principalmente a pele e os nervos periféricos e pode se apresentar com sinais e sintomas variados. Causada por uma bactéria (Mycobacterium leprae, também conhecida como bacilo de Hansen), é uma doença curável, desde que tratada adequadamente, com a utilização de medicamentos via oral. O diagnóstico e tratamento precoces evitam sequelas.

Quais são os sintomas da doença?

• Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade; nódulos (caroços); inchaços na face, nas mãos e nos pés.
• Área de pele seca, com falta de suor e/ou perda de pelos.
• Sensação de formigamento ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e/ou ao tato. A pessoa se queima ou se machuca sem perceber.
• Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas.

OBS.: Em alguns casos, a hanseníase pode ocorrer sem lesões na pele.

 

Alguns exemplos de como a hanseníase pode se manifestar:

sintoma hanseníase 1

Fonte: http://www.who.int/lep/en/

sintoma hanseníase costas

Fonte: Ambulatório de Dermatologia

sintoma hanseníase braço

 

 

Como se dá o contágio?

Por meio das secreções das vias respiratórias (pela respiração), através de um contato prolongado com um doente que apresenta a forma contagiosa da doença e ainda não está em tratamento. Após o contágio, o indivíduo pode levar, em média, de dois a sete anos para iniciar os sintomas. A maioria das pessoas apresenta uma defesa natural e não fica doente após entrar em contato com o bacilo. Para o diagnóstico precoce, é necessário não só que os profissionais da Saúde estejam preparados para fazer a suspeita dessa doença, mas também que a população esteja informada e atenta sobre os sinais e sintomas iniciais da hanseníase, que, muitas vezes, podem passar despercebidos.

 transmissão hanseníase

Fonte: http://www.fundacaohanseniase.org.br

 

Qual é o tratamento indicado?

O tratamento é ambulatorial. Administra-se uma associação de medicamentos – a poliquimioterapia (PQT/OMS) –, que, de forma simples e eficaz, leva à cura dos pacientes e interrompe a cadeia de transmissão da doença, logo no início do tratamento. A duração do tratamento pode variar de acordo com a forma clínica da doença.

Onde conseguir os remédios?

Os remédios para hanseníase são oferecidos gratuitamente nos serviços públicos de saúde de todo o país.

O que mudou na década de 1980 em relação aos remédios utilizados no tratamento?

Na década de 1980, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a introdução da poliquimioterapia para o tratamento dos pacientes com hanseníase em todo o mundo, por meio da associação de drogas de maior eficácia, maior rapidez e menor risco de resistência medicamentosa. Com isso, o cenário se alterou e, entre 1985 e o início de 2005, mais de 14 milhões de casos da doença foram diagnosticados e tratados com a poliquimioterapia.

Pode haver reincidência?

Os casos de recidiva em hanseníase são raros em pacientes tratados regularmente com os esquemas poliquimioterápicos recomendados.

Como lidar com o preconceito e o estigma em relação à hanseníase?

Havia uma imagem terrível na história e na memória da humanidade, pois a hanseníase era mutilante e incurável, provocando atitudes de rejeição e discriminação dos doentes e sua exclusão da sociedade. Por muitos anos, as pessoas infectadas foram confinadas em colônias, afastadas de suas famílias e eram impedidas de participar do convívio social. Esse isolamento compulsório, abolido no país há mais de 50 anos, originou um forte preconceito e um estigma social que ainda permanece. Isso só será resolvido por meio do conhecimento sobre a doença, por exemplo, pelas mensagens das várias campanhas informativas que buscam enfatizar que “a hanseníase tem cura e o preconceito também”.

Há uma política de descentralização do tratamento?

Sim. A descentralização do diagnóstico e do tratamento da hanseníase passou a ser uma meta importante, como parte do compromisso da Aliança Global para Eliminação da Hanseníase. O Brasil, na década de 1990, incluiu a hanseníase entre os agravos atendidos pela rede de Atenção Básica à Saúde. Dessa forma, as atividades de diagnóstico e tratamento estão próximas da comunidade, sendo ofertadas juntamente com os demais programas realizados pelos serviços de saúde, disponíveis em todos os dias de funcionamento das unidades de saúde, evitando-se, assim, a sobrecarga dos serviços nos centros de referência, muitas vezes distantes do local onde o portador da hanseníase reside. Atualmente, as referências são muito importantes para o diagnóstico e tratamento de casos mais complexos ou com complicações da doença. A maioria dos casos podem ser diagnosticados e tratados na Atenção Básica à Saúde (Postos e Clínicas da Família).

Como funciona a parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria Municipal de Saúde, que fará a campanha nas escolas, em agosto?

A colaboração da Secretaria de Educação no sentido de mobilizar a comunidade escolar é de fundamental importância para o sucesso da campanha e a detecção dos casos da doença entre os escolares. Os suspeitos serão encaminhados aos profissionais das Unidades Básicas de Saúde para confirmação diagnóstica e tratamento.

Equipe da Gerência de Dermatologia Sanitária do município do Rio de Janeiro:

• Rilza B. A. G. Coutinho – médica
• Rachel Tebaldi Tardin  médica
• Maria Cristina Dias da Silva – enfermeira
• Cláudia Meneses  assistente social
• Maria Edilene Vicente Lopes  terapeuta ocupacional
• Maria Helena Borges  administrativa
• Mariana França da C. Silva – médica

Gerência de Dermatologia Sanitária: (21) 3971-1796
E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
Blog: gdsriosmsdc.blogspot.com.br

 
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