O esporte para pessoas com deficiência começou a ser disputado no início da década de 1980. Ciclistas com limitações visuais competiam usando bicicletas de dois lugares (tandem), com um atleta que enxerga normalmente pedalando na frente como piloto. Na edição de 1984 dos Jogos Paralímpicos – que teve como cidades-sede Nova Iorque, nos Estados Unidos, e Stoke Mandeveille, na Inglaterra – foram disputadas provas de estrada para homens e mulheres com paralisia cerebral.
Com o tempo, o ciclismo paralímpico se desenvolveu e, em 1988, em Seul, mais provas de estrada passaram a fazer parte do programa. Em 1992, em Barcelona, na Espanha, ocorreu a estreia brasileira com a participação de Rivaldo Gonçalves Martins. O atleta também foi o primeiro do país a ser campeão mundial, em 1994, porém, até hoje o Brasil não conquistou medalhas no ciclismo em Jogos Paralímpicos. A partir de Atlanta (1996), a modalidade de pista integrou os Jogos, e cada tipo de deficiência passou a se enquadrar em classes funcionais específicas. Na edição de Sydney (2000), na Austrália, foram exibidas pela primeira vez as handbikes, que são bicicletas impulsionadas com as mãos.
O ciclismo paralímpico também segue as regras da União Internacional de Ciclismo (UCI) e a organização é de responsabilidade do Comitê Paralímpico Internacional. As instituições visam equilibrar a disputa, adaptando as classificações para os atletas competirem de acordo com a habilidade funcional de cada um e com as modificações corretas feitas nos equipamentos. Por exemplo, participantes com paralisia cerebral podem correr em bicicletas convencionais ou triciclos, já que em alguns casos o equilíbrio pode estar comprometido; os deficientes visuais pedalam em bicicletas tandem, sendo guiados por outra pessoa no banco da frente; e as hanbikes são usadas pelos cadeirantes.
Estrada
A versão paralímpica do ciclismo de estrada foi o precursor do esporte no programa dos Jogos, tendo feito parte da edição de 1984. Lá, os paraciclistas competiram em provas contrarrelógio e resistência.
Tanto no masculino quanto no feminino, os eventos são disputados por todas as classes funcionais. Os atletas com deficiência visual competem em bicicletas duplas e são identificados pela letra B; a letra C apresenta as classes dos participantes com amputações, que usam equipamentos com próteses ou adaptações específicas. Os ciclistas com paralisia cerebral utilizam triciclos e são das classes apontadas pela letra T. Há, ainda, as disputas nas handbikes, para pessoas com tetra e paraplegia, classificadas pela letra H.
A dinâmica das provas é semelhante à da versão olímpica e as distâncias mínimas e máximas variam em função de cada classe. São disputados três eventos: estrada, no qual todos partem juntos e devem completar um percurso que pode chegar a 120km; contrarrelógio, em que largam individualmente e quem registrar o menor tempo é o vencedor; e revezamento por equipes, na qual times mistos de três ciclistas com handbikes se revezam para completar, cada um, duas ou três voltas de um percurso. Os paraciclistas competem utilizando uniformes feitos de materiais leves e arejados, que absorvem o suor e permitem que a pele respire.
Pista
A disputa paralímpica em pista começou nos Jogos de 1996 e, assim como na olímpica, é dividida em provas contrarrelógio, perseguição e velocidade por equipes. Como na modalidade estrada, os atletas com deficiência visual total ou parcial competem guiados em uma bicicleta dupla em classes identificadas pela letra B. Aqueles com amputações utilizam equipamentos com adaptações para próteses e são das classes marcadas pela letra C.
Na busca por medalhas nos Jogos, os atletas competem em provas contrarrelógio, em que cada participante deve percorrer, sozinho, uma distância que varia entre 500 e 1000 metros; e perseguição, em que dois ciclistas adversários largam em lados opostos do velódromo e devem pedalar uma distância de três ou quatro quilômetros, de acordo com a categoria, vencendo quem registrar o menor tempo ou conseguir alcançar o oponente. Na velocidade por equipes, disputada em três voltas por um time composto por três atletas que pedalam um atrás do outro, cada um é responsável por liderar uma volta e, após completá-la, deve se retirar para o próximo corredor assumir a liderança.
Fontes: Brasil 2016, Cidade Olímpica e Confederação Brasileira de Ciclismo.