A criança se alfabetiza com o corpo. É no que acredita Tania Nhary, doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e professora da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP/Uerj), que conduziu a oficina “A música, a dança, o jogo e o movimento” na V Semana de Alfabetização, organizada pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.
Durante o encontro, a especialista defendeu que se pense em uma formação para a sensibilidade. “As crianças estão falando coisas o tempo todo com o corpo, mas muitas vezes não entendemos. Na maior parte das vezes, elas falam por meio da arte: no dançar, na música, no brincar e jogar. Os professores precisam interpretar o significado dos movimentos e expressões da criança, para ir promovendo seu pleno desenvolvimento, entender suas necessidades, estimular sua autonomia e independência, valorizar descobertas e desafios”, apontou Tania.
Segundo ela, em geral, o movimento não está presente no projeto pedagógico das escolas. “Muitas vezes o corpo aparece apenas de maneira padronizada, como nos roteiros e coreografias de festas juninas ou da primavera, por exemplo. Mas o movimento deve ser gerado por estímulo e não por imposição ou por atividades mecânicas. Não se deve docilizar o corpo, impor disciplinarmente, mas, sim, fazer a criança entender o sentido e o significado do movimento.”
Tania destacou que a ludicidade é uma atividade livre e voluntária, fonte de alegria e divertimento, cuja entrega é espontânea, por puro prazer, podendo a qualquer momento ser abandonada. “O grande cuidado a ser tomado é a não instrumentalização do lúdico. Só é ferramenta de ensino se couber, visto que o lúdico não pode ser uma obrigação”, explicou, sugerindo que os professores reservem cinco minutos da aula, por exemplo, para que os alunos façam uma atividade que escolherem, previamente debatida e combinada com a turma.
“Precisamos olhar para a criança com olhos de criança. A intenção dessa oficina não é apontar o que o professor deve fazer, mas provocá-los a fazer algo diferente. Uma oficina para viver a experiência do corpo. Adaptem à realidade de vocês. A ideia é que vocês leiam o corpo das crianças na escola.”
Confira as atividades propostas e comentadas pela professora Tania Nhary:
Dinâmica 1
O grupo divide-se em duplas. Cada dupla deve conversar entre si por cerca de dois minutos, falando um pouco sobre sua vida. Depois, ordenadamente, cada dupla vai à frente e se apresenta como se fosse o outro companheiro.
“Vocês podem perceber a dificuldade que sentimos ao falar no lugar do outro. Muitas vezes, precisamos legitimar nossa fala olhando para o colega. Essa atividade pode ser usada para o professor ter informações sobre seus alunos. Essa inversão de papéis também pode ser útil para trabalhar os conteúdos ensinados em sala, pedindo que o aluno fale o que entendeu”, sugeriu Tania.
Dinâmica 2
Em um círculo, cada pessoa diz seu nome e faz um movimento com o corpo ao mesmo tempo. Depois, o grupo deve lembrar o gesto feito por cada um. Em seguida, devem se recordar do nome de cada colega.
“Essa atividade mostra a importância da expressão. Percebemos como é muito mais fácil fixar os movimentos do que os nomes.”
Dinâmica 3
Seguindo o raciocínio da dinâmica anterior, o professor diz aos alunos que irá contar uma história e pede que, quando ele falar determinadas palavras, todos façam um movimento corporal ou emitam um som preestabelecido específico. Por exemplo: num relato, toda vez que for falada a palavra ÔNIBUS, os alunos devem bater uma palma; TÁXI, estalar os dedos; OFICINA, dar um pulo.
“Essa também é uma abordagem possível para o professor transitar pelo conteúdo. Por exemplo, para que os alunos classifiquem as palavras: manifestem-se quando se tratar de um verbo, de um pronome etc.”
Dinâmica 4
Reunir o grupo em um círculo e pedir, a cada “rodada”, que os alunos se agrupem de acordo com uma característica comum, por exemplo: pela letra inicial do nome, pelo bairro onde moram, pela maneira como se deslocam de casa até a escola ou por quanto tempo levam etc.
“Quando pedimos que os alunos se agrupem por identificação, entendemos e mapeamos melhor a nossa turma pela história de vida que eles carregam. Podemos saber se eles trabalham, se demoram muito tempo no deslocamento até a escola – e, devido a isso, de repente, acordam muito cedo –, e tudo isso pode influenciar na dinâmica de sala de aula. Essa atividade também é importante para os alunos perceberem que há semelhanças e diferenças entre cada um deles – e que isso não importa, somos diferentes mesmo. Ali, eles se conhecem mais, encontram afinidades e interagem.”
29/09/2017
Erivelto da Silva Reis, do projeto PAA – Produção de Acervo de Áudio, da FIC, orienta professores a produzirem obras que possam ser disponibilizadas para pessoas com deficiência visual.
V Semana de Alfabetização
28/09/2017
A leitura de mapas e a cartografia participativa, que se baseia nas relações afetivas, podem servir de apoio ao processo de alfabetização.
V Semana de Alfabetização
27/09/2017
Atividades desenvolvidas em duas escolas municipais são exemplos de abordagem mais enriquecedora e eficaz no ensino das primeiras letras.
V Semana de Alfabetização
26/09/2017
Em oficina sobre alfabetização científica, educadora Sandra Regina dos Santos apresenta experiências que ajudam a despertar o interesse das crianças por ciências.
V Semana de Alfabetização
25/09/2017
Há mais de quatro anos, grupo dedicado a esse segmento pesquisa o perfil dos alunos e desenvolve reflexão com base em autores brasileiros.
V Semana de Alfabetização
25/09/2017
Uma reflexão sobre as relações entre ensinar e aprender, com o objetivo de avançar na produção de propostas que busquem novos parâmetros para um trabalho com a leitura e a escrita na escola pública carioca, e concomitantemente deem continuidade ao processo de alfabetização comprometido com a apropriação de conhecimentos das diferentes áreas do conhecimento como base para a produção de novos saberes. Destaque especial para o papel do Coordenador Pedagógico como orientador do trabalho desenvolvido nas turmas de alfabetização, como garantia da presença viva do diálogo nas situações de interlocução, vinculado direta ou indiretamente, com as necessidades, lutas e conquistas das crianças cariocas. Palestrante: Cecilia Goulart (UFF).
V Semana de Alfabetização
22/09/2017
Cecilia Goulart, da UFF, conquistou a plateia ao ressaltar a importância do professor e o protagonismo das crianças no processo de alfabetização.
V Semana de Alfabetização
22/09/2017
Uma reflexão sobre propostas inclusivas e sobre as questões específicas da Educação Especial e da inclusão da pessoa com deficiência. Uma educação inclusiva deve ser fundamentalmente de caráter universal e considerar as especificidades dos estudantes. Palestrante: Márcia Marin Vianna (Colégio Pedro II). Professoras convidadas: Maria Cândida Bandeira (E.M. Claudio Besserman Vianna) e Luciane Frazão (Ciep João Batista dos Santos). Palestra proferida na manhã de 21 de setembro.
V Semana de Alfabetização
22/09/2017
Professores da Rede aperfeiçoaram seus conhecimentos a respeito da surdez e da Língua Brasileira de Sinais.
V Semana de Alfabetização
21/09/2017
Palestra da V Semana de Alfabetização reforça a importância do trabalho colaborativo com o professor de sala de aula.
V Semana de Alfabetização
21/09/2017
Uma reflexão sobre as práticas escolares propostas para a alfabetização que ampliem o conhecimento e a apropriação dos espaços vividos pelas crianças, explorando a localização, a organização e suas possíveis representações. A apropriação desses espaços socialmente ocupados se completa com o domínio das instâncias históricas (passado/presente). Palestrante: Maria de Lourdes Araújo Trindade (Unesa). Professoras convidadas: Ana Maria Balla (E.M. Professor Visitação) e Denise Barreto (Ciep Pontes de Miranda). Palestra proferida na manhã de 20 de setembro.
V Semana de Alfabetização
20/09/2017
Professoras demonstraram a importância da disciplina no trabalho com crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
V Semana de Alfabetização
19/09/2017
Professoras da Rede compartilharam suas experiências de alfabetização. Ludmila Thomé de Andrade, da UFRJ, ressaltou a importância de se trabalhar com o que os alunos levam para a sala de aula.
V Semana de Alfabetização
19/09/2017
Reflexões sobre a orientação dos documentos oficiais e as contribuições da didática da Matemática para um trabalho significativo com a Matemática no cotidiano escolar dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Palestrante: Flávia Renata Coelho (SME-Caxias). Professoras convidadas: Gizele Gonçalves Posta Lopes (E.M. Maria Florinda Paiva da Cruz - 7º CRE) e Rafaella Alves Luzia da Silva (Ciep Gregório Bezerra - 4ª CRE). Palestra realizada na manhã de 19 de setembro.
V Semana de Alfabetização
19/09/2017
Abertura do evento com a participação do secretário municipal de Educação, César Benjamin, da subsecretária de Ensino da SME, Nazareth Vasconcellos, e da gerente de Alfabetização da SME, Cristina Lima. A conferência proferida pelo professor Luiz Antonio Gomes Senna (Uerj) refletiu sobre os processos de apropriação da língua escrita experimentados pelas crianças em fase inicial da sua escolarização no contexto urbano carioca, relacionando as experiências culturais dos alunos às aprendizagens da leitura e da escrita.
V Semana de Alfabetização
18/09/2017
Palestra inicial se concentrou na dificuldade infantil para aquisição da escrita.
V Semana de Alfabetização