A questão da sustentabilidade está agregada ao contexto artístico de forma lúdica, promovendo a reutilização de materiais com vistas a desenvolver as potencialidades criativas dos educandos.
Assim, o objetivo principal do projeto Conexões Visuais e Socioemocionais foi estimular o protagonismo discente através de uma abordagem lúdica da Educação Socioemocional, segundo a qual sentimentos e emoções permeiam o fazer artístico.
A exposição dos trabalhos estimulou a interatividade e a comunidade escolar pôde participar através do voto baseado em vivências emocionais. Pude observar a participação constante dos envolvidos quando da conferência da urna e dos potes das emoções, que ficavam esvaziados.
Outro objetivo elencado foi o de inserir obras modernistas ao campo da visualização da comunidade, almejando, assim, alusão ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Estabeleci um link de algumas imagens do período modernista à questão emocional, de modo que o voto fosse associado à emoção demonstrada e percebida nas obras de arte, estimulando, desse modo, a leitura de imagens e uma conexão subjetiva de cada indivíduo. A leitura da obra da arteterapeuta Anna Llenas O monstro das cores permitiu a autoanálise e a percepção das emoções e das cores.
O projeto Conexões Visuais e Socioemocionais articulou-se à proposta pedagógica a ser desenvolvida por todos os professores da unidade escolar, em consonância com o projeto político-pedagógico, que visa à participação constante da comunidade escolar naquele espaço, de forma a estimular as potencialidades dos educandos.
Nas aulas de Artes Visuais do Ensino Fundamental I e de Literaturas na Infância, da Educação Infantil, desenvolvi atividades relacionadas às emoções a partir da leitura e análise de obras de arte e da leitura da obra O monstro das cores.
Considerando a relevância do Centenário da Semana de Arte Moderna, de 1922, estabeleci uma conexão entre a percepção de obras de arte desse período e o campo socioemocional. Por ser um ano eleitoral, projetei uma urna pela qual os alunos recebiam instruções de como utilizá-la para votar de acordo com as suas emoções e as imagens observadas.
A partir da leitura de O monstro das cores, foi possível realizar diversos desdobramentos como desenhos, monstros feitos com caixas de leite e rolinhos de papel higiênico e um outro formato de votação em que havia papéis coloridos em cada pote representando emoções associadas à história do livro.
Todos os alunos participaram das votações e esse formato de trabalho serviu de inspiração a outros professores, pois os alunos puderam interagir e se conectar com o projeto. Os discentes tiveram contato com materiais como tintas, caneta hidrocor, lápis de cor, giz de cera, papéis coloridos, entre outros. A reutilização de caixas de leite e de rolinhos de papel higiênico possibilitou a construção plástica, ampliando o repertório criativo e o estímulo à coordenação motora.
A pluralidade entre as conexões visuais e socioemocionais agregou novos conhecimentos à comunidade escolar através dos trabalhos realizados e expostos. Dessa maneira, constatou-se que o estímulo à valorização dos aspectos socioemocionais e das atividades visuais propostas logrou êxito através de uma aprendizagem lúdica e dinâmica, na qual foi oportunizado aos alunos o reaproveitamento de materiais na execução dos trabalhos realizados.
A adequação dos conteúdos e das atividades à faixa etária dos alunos foi um aspecto importante à condução do projeto e à consolidação dos conhecimentos adquiridos ao longo de seu desenvolvimento.
A construção de uma aprendizagem significativa e do protagonismo discente permeou todo o processo de ensino no nosso projeto. De modo geral, a identificação das imagens com as subjetividades estabeleceu a conexão almejada, pois a avaliação qualitativa foi um processo contínuo e percebido durante o período no qual foi realizado.