Sou professora da rede municipal do Rio desde 2000. Concluí o Curso Normal pelo IE Sarah Kubitschek e graduei-me em História pelas Faculdades Integradas Simonsen.
Tornei-me especialista em Alfabetização pelos cursos do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), entre 2012 e 2014, e integrei o Time de Alfabetizadores da SME-Rio entre 2017 e 2018.
Em 2020, participei do Congresso Brasileiro de Alfabetização. Em 2021, da IX Semana de Alfabetização e, online, do programa Escolas Protagonistas do Rio Grande do Sul, além de outros cursos oferecidos pela SME-Rio.
Sou professora alfabetizadora há 22 anos, com amor pela profissão, responsabilidade e dedicação a meus alunos.
Quando iniciamos o ano letivo de 2021, fiquei pensativa e preocupada de como seria a proposta para alfabetizar em plena pandemia e com o sistema de aula remota para os alunos da rede municipal, pois são pequenos e dependiam da participação da família para que acontecesse o aprendizado. Para minha surpresa as famílias foram bastante participativas e ativas neste grande desafio.
Para iniciar realizei contato com todos os responsáveis e alunos pelo WhatsApp, com uma entrevista e conversa mostrando como seriam naquele momento as propostas de atividades e demonstrando minhas preocupações.
Assim teve início a minha proposta de fazer um processo de ensino com uma prática de alfabetização e letramento, ligado ao currículo carioca, enfatizando as habilidades e práticas pedagógicas adaptadas ao ensino remoto e no contexto da realidade dos alunos.
Resolvi então relatar minha prática com atividades iniciais com o próprio nome dos alunos e as letras do alfabeto, porque para a criança o seu próprio nome é a primeira referência significativa que elas têm.
Durante o mês de fevereiro em ensino remoto, abordei o tema o alfabeto e a escrita de seu nome com uma sequência didática dividida em quatro aulas.
A primeira aula foi realizar a visualização do alfabeto com vídeos e identificação das letras do próprio nome, iniciado com vídeo musical, “Qual é a letra de seu nome” (Turma do Seu Lobato), onde os alunos visualizaram as letras do alfabeto e nomes com identificação da letra inicial e depois entreguei a cada aluno sua ficha com o seu nome.
Na segunda aula fiz um vídeo iniciando com a música “Qual é a letra de seu nome?” e fiz a chamadinha da turma, lendo nome por nome e mostrando sua letra inicial e além das atividades: colagem de papel colorido na 1ª letra do nome e identificação do nome no grupo de nomes da turma.
Na terceira aula fiz um vídeo que contei a história “O nome da gente” e os alunos perguntaram a família o porquê do nome deles, e realizaram a atividade de recorte e colagem das letras de seu nome com pesquisa em jornais e revistas e escrita do 1º nome com o apoio da ficha e um belo desenho da família.
Finalizamos com a quarta aula na qual os alunos registraram a escrita do 1º nome e a pintura da letra inicial.
Quando retornamos as aulas presenciais retomei o conteúdo e as habilidades com algumas aulas de reforço a partir de proposta lúdica com músicas, alfabeto móvel e atividades do material Rioeduca.
A finalidade dessas atividades foi ampliar, por meio da escrita dos próprios nomes, o conhecimento adquirido pelas crianças sobre as letras do alfabeto escrevendo os próprios nomes, identificando e reconhecendo suas respectivas letras (grafemas) e seus sons (fonemas), facilitando o desenvolvimento de estratégias para os alunos, contemplando as habilidades: Reconhecer o sistema de escrita alfabética como representação dos sons da fala; Identificar fonemas e sua representação por letras; Reconhecer e nomear as letras do alfabeto a partir do próprio nome e dos nomes dos colegas de turma.
Ao acompanhar essa prática, percebi que as crianças, de maneira lúdica e prazerosa, começaram a se inserir no contexto de alfabetização e letramento, o que as levou a se familiarizar com o próprio nome, sua importância e sua integração com a família e a sociedade, de modo a viabilizar uma aprendizagem para a humanização dos indivíduos.
Entendo que o processo de aquisição da leitura e da escrita não deve estar desvinculado do contexto e das vivências das crianças. Por isso, iniciamos com a proposta de valorizar seus próprios nomes
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. 596 p. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
RIO DE JANEIRO (Cidade). Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Secretaria Municipal de Educação. Priorização Curricular 2022. Ensino Fundamental. Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: 2022. 45 p. Disponível em:
https://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/14188803/4355208/ApresentacaoPriorizacaoCurricularLinguaPortuguesarevisado.pdf
RIO DE JANEIRO (Cidade). Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Secretaria Municipal de Educação. Priorização Curricular 2021. Ensino Fundamental. História. Rio de Janeiro: 2021. 22 p. Disponível em: https://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/12833786/4323364/ApresentacaoPriorizacaoCurricularHistoriarevisado.pdf
SOARES, Magda. Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e a escrever. São Paulo: Contexto, 2020.