O magistério não foi apenas um sonho de criança, mas uma vocação notória desde tenra idade. Meu avô, José Giffoni, chamava-me carinhosamente de “fessora”. Minha avó, Carmelita, foi professora no interior de Sergipe e suas experiências contribuíram para a minha tomada de decisão, juntamente com o meu pseudônimo de infância, o desejo da minha mãe, Maria da Conceição e a influência do meu namorado e agora esposo Evandro Freire.
Assim, iniciei a formação de professores e tive a felicidade de concluí-la em 1999com minha mãe e minha irmã, no IE Sarah Kubitschek no bairro de Inhoaíba. Anos depois, conquistei a licenciatura plena em História pelo Centro Universitário Moacyr Sreder Bastos no bairro de Campo Grande.
Concluído o Ensino Médio, casei-me e fui agraciada com dois filhos: Natalia e Abraão. Comecei a lecionar na rede municipal do Rio em setembro de 2001. Fui terceira colocada no concurso de poesias Poeta o Aprender, na 10ª CRE, em 2007; e homenageada como Professora Talento, em 2010 e 2016.
A partir do projeto político-pedagógico Gentileza Gera Gentileza, surgiu o subprojeto Girassol, com a intenção de:
O ano letivo de 2021 foi desafiador para a prática docente, sobretudo, em virtude das consequências causadas pela pandemia.
O time de alfabetizadores da nossa escola decidiu trabalhar em equipe, somando experiências para alcançar os objetivos propostos. As professoras Maria Alice, Ingrid, Rosângela e eu formávamos aquele time.
Semanalmente, abordávamos um tema que era introduzido mediante um gênero textual e que se ampliava numa sequência didática, gerando palavras-chave para fixação no mural de apoio, inserção de outras tipologias textuais, articulação interdisciplinar e o desenvolvimento das habilidades da priorização curricular nos eixos de oralidade, leitura, escrita e análise linguística.
O projeto político-pedagógico chamava-se Gentileza Gera Gentileza. O subprojeto Girassol surgiu nesse contexto por conta da gentileza de uma turma em doar sementes de girassol a cada professor.
Maria e eu decidimos conduzir a semana de 20 a 24 de setembro sob essa temática. Ao som da canção Girassol, introduzimos o tema do projeto e desenvolvemos atividades de alfabetização. Fizemos o plantio das sementes de girassol, o que possibilitou desenvolver habilidades relacionadas à área de Ciências. Com o acompanhamento do crescimento do vegetal, exploramos oral e sistematicamente habilidades matemáticas.
A primavera foi recebida com arte: girassóis de papel enfeitados com sementes.
Conhecemos a Lenda do girassol e utilizamos vídeos educativos para ampliar os conhecimentos dos alunos sobre germinação, a estação da primavera, consciência fonológica e formação silábica.
A semana foi concluída com os alunos levando as suas sementes germinadas para plantar em suas casas e doando, gentilmente, um girassol à direção da escola.
Semanas depois, a mãe de uma aluna enviou-me uma foto que mostrava um girassol, já um pouco crescido, que fora plantado no quintal da casa pela filha, cujo nome é Giulian, A gentileza retornou na forma de gratidão e, certamente, continuará gerando mais gentilezas!
O projeto obteve êxito com o envolvimento de todos os atores da educação: os responsáveis, que apoiavam os filhos; os alunos, ávidos por ler e escrever; e os educadores, que ajudaram diretamente com suas práticas: a professora Maria Alice, regente da turma 1101; as professoras Valéria e Alessandra, da Sala de Leitura; a coordenadora pedagógica Luciana e as diretoras Eliane e Ana Cristina.
Sobre alfabetização e letramento, reforça SOARES (2004): "são interdependentes e indissociáveis: a alfabetização só tem sentido quando desenvolvida no contexto de práticas sociais de leitura e de escrita e por meio dessas práticas, ou seja, em um contexto de letramento e por meio de atividades de letramento; este, por sua vez, só pode desenvolver-se na dependência da e por meio da aprendizagem do sistema de escrita."
O projeto político-pedagógico e o subprojeto Girassol criaram um contexto de prática social de leitura e escrita e elo de sucesso com todos os envolvidos.