A partir do questionamento sobre a identidade do grupamento: “Que Pré-escola é essa?”, as professoras foram sendo sensibilizadas acerca da trajetória histórica da Pré-escola, frente às novas possibilidades da EI e a própria legislação , que desconstrói o compromisso desse grupamento com a preparação para o Ensino Fundamental, além de romper com a perspectiva escolarizante proposta ao longo dos anos no percurso da educação brasileira.
A partir do Currículo Carioca, percebemos a Pré-escola como um espaço/tempo garantidor de ludicidade, interações, experimentações, intencionalidades, rodas de conversas, leituras, histórias, movimentos de escrita espontânea, entre outras possibilidades, conduzidas sempre a partir dos contextos e vivências das crianças, repleto de sentidos e significados para elas, distante de um modelo pronto, de cópias e repetições. Além disso, debatemos também a importância de perceber a infâncias nesse contexto de uma Pré-escola garantidora dos direitos das crianças, assim, valorizando os conhecimentos históricos, sociais e culturais delas, ouvindo o que pensam e tem a dizer sobre suas histórias de vida, escola, família e etc.
Frente a essas considerações, dialogamos também sobre a importância de percepção do professor como “professor das infâncias” que é além de um “ensinador”, mas um professor que é crítico, reflexivo, que respeita, que acolhe, que cuida, educa, escuta, é disponivél, é sensível , entre muitas outras características e que reconhece e evidencia a autoria das crianças, mas também se percebe pertencente ao processo na mediação das experiências das crianças.
Frente as reflexões conduzidas no processo formativos, foi emergente a necessidade de repensar essa Pré-escola dialogando com o Currículo Carioca e a legislação que dá embasamento a Educação Infantil. Apesar de as professoras ainda relatarem as tensões existentes entre o grupamento e o Ensino Fundamental, conseguem compreender que é necessário pensar na criança como centro do processo, para além de uma listagem de conteúdos e a transmissão de conhecimentos que o professor(a), julga ser importantes para elas.
Desta forma, a partir dessa reflexão, surge a iniciativa de repensar esse grupamento, que pode e precisa ser repleto de experiências, além da percepção desse professor que é crítico, reflexivo e que entende a Educação Infantil como uma etapa única, frente aos princípios éticos, estéticos e políticos.