Christiane Villar Nogueira
Formada em Licenciatura plena em pedagogia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ, com experiência em pesquisas na área de políticas públicas. Atua como professora do ensino fundamental, no Município do Rio de Janeiro, desde 2013.
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: Professor do Ensino Fundamental
Diminuir a baixa frequência e a frequência irregular;
Minimizar baixa participação/envolvimento dos responsáveis no acompanhamento escolar dos alunos;
Aumentar o interesse nos componentes curriculares propostos.
Aumentar o repertório linguístico e cultural dos alunos;
Desenvolver habilidades, tais como: concentração, desenvolvimento cognitivo, social, emocional e psicomotor;
O projeto Cantando e Encantando com o 1º ano da E.M. Ministro Plínio Casado é baseado na utilização do instrumento musical flauta doce. A Escola fica na comunidade Divinéia, no bairro de Brás de Pina. Atende a um público do entorno, muitos em condições de vulnerabilidade social e que lidam com conflitos armados constantes na comunidade. Encontramos na flauta doce, instrumento brincante, um recurso didático/pedagógico para otimizar a alfabetização/letramento das turmas do 1º ano da escola. Todavia, a baixa frequência e/ou frequência irregular, dias letivos sendo ministrados remotamente por conta de conflitos na comunidade, pouco engajamento dos responsáveis no acompanhamento escolar de seus filhos e o desinteresse nas matérias escolares, se tornaram problemas significativos na aprendizagem dos alunos.
Nossas oficinas acontecem toda quinta-feira, com a duração de uma hora. Geralmente, elas dispõem de três momentos, em um 1º momento, onde realizamos a prática de alfabetização e letramento (língua Portuguesa e Matemática). Em um 2º momento, com a flauta, fazemos a ginástica, que consiste em tocar as notas musicais já trabalhadas e a que está sendo ensinada sem soprar a flauta. E, no 3º momento tocamos a música. Em nosso 1º momento, com a letra da música exposta em um cartaz realizamos algumas atividades, tais como: a leitura de ajuste, que consiste em mostrar para a criança as palavras simultaneamente ao que está sendo cantado (ajustando o falado ao escrito), a identificação das sílabas (nota musical e suas variações ex: Nota SI - SA - SE - SI - SO - SU) ampliando o conhecimento sobre as letras do alfabeto e sílabas. Desenvolvemos técnicas de escrita com a reescrita individual da música no caderno, direção da escrita, localização espacial na folha do caderno, margem, controle da letra para caber na linha. A sinalização da letra inicial e final das palavras destacadas em cada música. Com a música escrita em um cartaz trabalhamos a direção da escrita, o espaçamento entre as palavras, identificando fonemas e grafemas. Contagem das sílabas e análise das palavras. Ao longo da semana, em nossas salas de aula, continuamos desenvolvendo o trabalho com a música estudada. A partir disso, as crianças começaram a identificar as notas musicais tocadas em textos e palavras trabalhadas no cotidiano escolar. O projeto se justifica quando melhora da frequência, tornando a frequência regular com o atrativo das oficinas de flauta, aumentando o engajamento dos responsáveis com a unidade escolar e o encantamento das crianças com a possibilidade de tocar um instrumento.O trabalho desenvolve habilidades/competências que são essenciais para o processo de alfabetização e estão para além dos componentes curriculares, como criatividade, sensibilidade, coletividade, concentração, desenvolvimento cognitivo, emocional e psicomotor.
CORSINO, Patrícia. Alfabetização Não Tem Receita, Mas Princípios.
FERREIRO, E. Refl exões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 1985.
TARDIF, Maurice. Saberes Docentes e Formação Profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019. 5ª edição.
SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.