A ação foi realizada em atendimento ao convite da direção e coordenação pedagógica da Unidade Escolar, integrando o Plano das Dimensões do PEJA desta Unidade Escolar. Considerando a percepção de que os estudantes desconhecem os seus direitos e modos de se protegerem contra diferentes formas de violência, a ação realizada consistiu em uma roda de conversa com um grupo de 25 estudantes do PEJA do turno da manhã, contando também com a participação de professores e a coordenadora pedagógica.

Iniciamos nossa conversa com uma dinâmica de apresentação utilizando um rolo de barbante que circulava entre os participantes. Uma parte do barbante era segurada por cada um antes de passá-lo para outra pessoa e ao final da apresentação de todos se formou uma teia, um entrelaçamento de barbante. Esta imagem foi, inicialmente, explorada no sentido do que ela representava. Os estudantes relacionaram a imagem à rede, vínculo, apoio mútuo, conexão, etc.

Em seguida foram exibidos recortes de uma entrevista do pedagogo, influenciador digital e pessoa com paralisia cerebral Ivan Baron, com a finalidade de disparar o debate sobre questões tais como: as convivências como ferramentas de aprendizagem e proteção contra discriminação e violência; deficiência não é doença; afirmação da pessoa com deficiência, bem como reivindicação de direitos.

Posteriormente caminhamos para uma conversa sobre capacitismo, explicando o seu conceito e utilizando outro vídeo com expressões capacitistas empregadas em nosso cotidiano. O debate sobre esse tipo de discriminação é fundamental, visto ser o conceito de capacitismo ainda desconhecido por muitas pessoas.

A partir de uma apresentação em power point com conteúdo, dentre outros, sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei Brasileira de Inclusão (Estatuto da Pessoa com Deficiência), foram discutidos as seguintes temáticas: diferentes formas de violência; os direitos de crianças, adolescentes e de pessoas com deficiência; modos de proteção e os canais de denúncia de situações de violência e violação de direitos.

Toda a ação foi intercalada com momentos de fala dos estudantes, expressando suas opiniões, conhecimentos e dúvidas. Em vários momentos distintos foram retomadas as ideias/representações da imagem construída com o barbante no início da ação, reforçando a ideia de coletividade e de apoiarmos uns aos outros.

Concluímos com a construção de um painel com uma chuva de palavras que expressaram os modos de enfrentar o capacitismo e outras violências, ficando exposto na escola.

As competências gerais da BNCC que permearam as discussões se relacionaram ao cuidado com a saúde física e emocional; reconhecimento da diversidade humana; o exercício da empatia, do diálogo e da cooperação, além da autonomia e responsabilidade no agir, tendo como base os conhecimentos construídos na escola e os princípios éticos democráticos, inclusivos e solidários (Competências 8, 9 e 10).

A participação ativa dos estudantes, comentando os conteúdos apresentados e dando exemplos de situações, demonstrou que eles acompanharam toda a lógica/dinâmica da ação. Observamos que eles se reconheciam como cidadãos de direitos; a autoafirmação como pessoa em vez da deficiência; a importância das convivências para aprender a lidar e respeitar as diferenças, de apoiar uns aos outros e adquirir conhecimentos. Desse modo, consideramos alcançados os objetivos da ação, contribuindo também para o trabalho da Unidade Escolar de atuar em prol da dignidade de seus estudantes e construir uma comunidade escolar mais segura e acolhedora a partir do exercício do diálogo.