SILVANIA DE PAULA SOUZA DOS SANTOS
Silvania de Paula Souza - Sil dPaula é professora na Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. Ela é mãe de Maria e Luisa, professora de Biologia e doula. No perfil @doulasil no instagram ela produz conteúdos para mulheres que estão tentando engravidar e para aquelas que estão grávidas ou já tiveram os bebês. É Mestre em Ensino em Biociências e Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro e Especialista em Ensino de Ciências Área de Concentração Biologia pela Universidade Federal de Minas Gerais, intérprete de vídeos nos canais "Sil DPaula" e "Cantar e Contar" no YouTube. Foi aluna de Michel Odent e Heloísa Lessa na primeira turma do curso Ecologia do Parto e é apaixonada pela saúde da mulher.
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: Professor de Ciências
Discutir o impacto social da produção de energia;
Debater a importância do letramento em uma comunidade e o risco da dependência intelectual;
Abrir espaço para o diálogo e as trocas de saberes sobre as cicatrizes externas e internas;
Motivar a leitura, a escrita e outros tipos de expressão como o desenho e a fotografia.
No dia 10 de setembro as professoras Mônica (de português) e Silvania (de ciências) reuniram as turmas 161 e 162 do EJA para uma sessão do filme “Narradores de Javé” de Eliane Caffé. Trata-se da narrativa da história de um lugarejo ameaçado pela construção de uma hidrelétrica. Os moradores se recusavam em deixar o local e a única chance de salvar o povoado seria se relatassem às autoridades a importância do lugar. Assim, buscaram os mais antigos para contarem o que lembravam de quando o povoado se formou, a fim de criarem registros de fatos históricos, porém somente um morador, nada confiável, era letrado. Sem outra opção o encarregaram de escrever a história do povoado na esperança de salvar Javé.
No dia 11 de setembro as professoras reuniram as turmas novamente e fizeram debate abordando os acontecimentos do filme. Em seguida, a turma foi dividida em grupos menores para que cada estudante contasse uma história de sua vida que tivesse alguma relação com o filme e depois o grupo elegia a melhor narrativa. As histórias escolhidas foram contadas para turma. Finalmente os estudantes elegeram a melhor história, que foi a da estudante Ester.
Cada um escreveu a sua versão a respeito da história eleita e a professora Monica corrigiu as redações individualmente e copiou alguns trechos das redações (sem serem identificadas) no quadro para que todos pudessem ajudar a melhorar a forma como havia sido escrita, utilizando-se de alguns recursos linguísticos para se evitar repetições de palavras, realizando assim as correções da língua de forma descontraída.
No dia 17 de setembro as professoras Monica e Silvania reuniram as turmas novamente e apresentou o livro "Cicatriz" de Ilan Brenman. Explicou o motivo da escolha, visto que a turma havia se identificado com a história de Ester, que era uma história de muito sofrimento, cicatrizes e superação. A turma concordou com a escolha, mas mesmo assim, foi aberto tempo para que os alunos pudessem manusear outros livros na sala de leitura a fim de levar para votação da escolha do livro base para nossa atividade coletiva.
No primeiro momento a professora Silvania leu o livro “Cicatriz” e logo após o grupo realizou a elaboração de um texto coletivo falando sobre as próprias cicatrizes. Os alunos iam fazendo suas falas sobre o tema e Monica ia anotando no quadro e todos juntos iam construindo o texto, tirando dali, copiando pra aqui ... criando uma colcha de retalhos de lembranças ... tristes, saudosistas, alegres ...
No dia primeiro de outubro as duas professoras reuniram os grupos a fim de finalizar o trabalho.
Enquanto a professora Monica reescreveu no quadro o texto coletivo, a professora Silvania escreveu o relatório da atividade desenvolvida.
No dia 16 de outubro as professoras sugeriram que os alunos escrevessem um breve relato sobre alguma cicatriz que eles carregam e em seguida foram entregues cartazes para que eles produzissem painéis coletivos ilustrando as cicatrizes: um momento de grande emoção.
Os alunos criaram identidade com a atividade que estava sendo desenvolvida, até mesmo os que não assistiram ao filme no primeiro dia da atividade deram um jeito de assistir para entender o que estavam fazendo, pois os que assistiram comentavam e divertiam-se com isso.
Nas semanas que se seguiram, todos estavam empenhados e deixar registrado suas participações com suas histórias. Sentiam-se orgulhosos em identificar no texto final sua fala. Houve também uma produção de painéis coletivos com desenhos das cicatrizes. No primeiro momento pareceu difícil expressar as experiências vividas - como de abuso sexual e violência obstétrica. Mas os grupos foram formados de modo que houvesse trocas durante a construção dos painéis que serão expostos no Chá Literário previsto para o dia 05 de novembro.
Cicatriz, Ilan Brenman, Editora: Moderna, Ilustração: Ionit Zilberman, 2020 ISBN: 9788516123178.
NARRADORES de Javé. Produção de Eliane Caffé. Riofilme, 2003.