- Fomentar o protagonismo juvenil através da participação dos alunos representantes das turmas dos dois turnos da Unidade Escolar com intuito de proporcionar um espaço de reflexão sobre cidadania, democracia, respeito às diferenças, o sentido da escola e a convivência respeitosa na escola;
- Proporcionar um espaço de escuta e fala aos estudantes, afim de discutir questões sobre adolescências com os alunos e profissionais da escola;
Esse relato de experiência tem como objetivo registrar historicamente um recorte da escola pública, da adolescência e da sociedade brasileira marcada pela pandemia da Covid-19, através da palavra compartilhada dos estudantes de uma escola municipal da periferia da Cidade do Rio de Janeiro.
A partir da escuta da Gestão da Unidade Escolar, que tinha como demanda resgatar os sentidos da escola para os alunos com a valorização do convívio e do espaço escolar, a equipe do PROINAPE lançou a proposta de trabalho tendo como foco o protagonismo juvenil e as questões que perpassavam as adolescências e as convivências na escola.
Ressaltamos que tal demanda reflete o quanto a escola não pode ser narrada sem a compreensão de rede que a conecta com as condições sociais, políticas e econômicas. A valorização da escola e da Educação é uma concepção de sociedade e a forma de pensar e enfrentar os conflitos, a convivência, o respeito, a democracia e a representatividade, também. Contudo, como a sociedade de forma geral, essas concepções estão em disputa dialógica na escola. São sujeitos pensantes e atuantes que transformam suas realidades se reconhecidas e enfrentadas no campo objetivo e subjetivo.
Dessa forma, o trabalho proposto se apoiou no fortalecimento do pensamento ético-político de participação democrática, protagonizados pelo público-alvo da Escola: os estudantes. De acordo com a autora Telma Vinha: "A construção de um clima escolar positivo passa pela melhoria da qualidade das relações entre os professores e alunos, mas também entre pares. O desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e morais também necessita de boas relações, assim como a vivência cotidiana pelos estudantes dos valores e competências que gostaríamos que desenvolvessem. (...). Diversas pesquisas (Avilés, 2013; Cowie, 2005; Tognetta, Martinez e Daud, 2017) apontam o protagonismo infanto-juvenil como muito relevante para a superação dos problemas de convivência na escola. É altamente recomendado propiciar um ambiente em que os alunos sejam incentivados a ajudarem os outros e a se importarem com quem convivem." (VINHA, 2019).
Assim, os grupos com os alunos representantes de turmas foram realizados na modalidade de roda de conversa com temáticas propostas pela equipe PROINAPE e os próprios estudantes. Cada grupo debateu sobre: o que é ser representante de turma? • Nuvem de ideias sobre a escola e a juventude; • Como veem a escola: o que pode melhorar e qual é a proposta dos estudantes? • Mediadores de conflitos: estudo de caso; • Racismo e violência contra a mulher; • O que os estudantes querem saber? O que querem falar? • Conflito entre estudantes: violência na escola.
A segunda etapa foi a mediação entre a gestão escolar e os estudantes: • Gestão e estudantes na mesma roda: vamos conversar sobre a escola? • Preparados para uma Assembleia de alunos: a escuta compartilhada com alunos, gestão e professores.