As atividades que propusemos tiveram a intenção de valorizar as culturas africana e afro-brasileira ao exaltar nossa ancestralidade, através dos povos africanos e originários, e possibilitar às crianças da turma EI-52 do Pré II do EDI Frota Pessoa a oportunidade de se reconhecerem e se verem como sujeitos de suas próprias histórias.
A Educação Infantil é a porta de entrada para a Educação Básica, onde os valores civilizatórios contemplados pela intelectual e educadora negra Azoilda da Trindade são elevados ao seu nível máximo de experimentação. A circularidade das rodas está na experiência espaços externos às salas de atividades (quintal da escola) no contato com elementos naturais na horta ou no jardim. São conexões que permitem que crianças e educadores transcendam esses valores através do contato com a energia vital que emana de tudo o que nos cerca.
Nosso trabalho é anual e se pauta nos preceitos das Leis Nº 10.639/2003 e Nº 11.645/2008, atravessados pelo projeto político-pedagógico da unidade escolar Brincando se Aprende.
Nossa turma ganhou o nome de Ubuntu e nossas crianças entendem o significado da palavra e valorizam a importância desta filosofia africana.
A literatura afrorrefenciada sugerida pela Gerência de Relações Étnico-Raciais (Gerer) da SME-Rio permeia o nosso fazer pedagógico, onde as pautas do trabalho se fazem com a representatividade e o protagonismo dessas crianças, seja nas brincadeiras de origem africana e indígena, seja no contato com bonecos e livros em que se veem representadas.
Nota-se o quanto a autoestima das crianças é trabalhada e potencializada com a prática de leituras afrorreferenciadas. O empoderamento e o senso de pertencimento reinam em nossa sala de atividades e isso viabiliza o protagonismo das crianças.
Percebemos que esse pertencimento ultrapassa os muros da escola e pode ser observado nos relatos das famílias, em que pautas como a do colorismo e do lápis cor de pele estão relacionadas à cor da pele da criança possibilitada pela diversidade de tons dos gizes de cera. Também são valorizadas as características físicas, os cabelos e a diversidade das crianças.
As ações desenvolvidas contemplaram e valorizaram toda essa identidade cultural que está na pele. É visível a participação de toda a comunidade escolar, incluindo especialmente pais e responsáveis, no processo de potencializar e empoderar nossas crianças.